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Pádua Fernandes
Registado em: Terça-Feira, 7 de Novembro de 2006 Mensagens: 1229 Localização: São Paulo
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Enviada: Sáb Fev 03, 2007 1:08 pm Assunto: |
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Laura escreveu: |
Bosco escreveu: |
Paulo Egídio escreveu: |
Mas, quantos concertos há no repertório para cello? |
Puxa, eu conheço um bocado.
Paulo Egídio escreveu: |
no romantismo. |
É mesmo, no romantismo tem poucos. E concerto pra violino e cello só conheço um, o de Brahms.
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Peraí, tem o triplo de Beethoven e tem o de Dvorak.
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Laura,
você não refutou a afirmação: dois é pouco. Ademais, esse Concerto de Beethoven é mesmo romântico?
Sou daqueles que ouvem mais as sinfonias de Schumann do que as de Brahms (talvez porque eu não tenha que tocar nenhuma delas, e a alegada imperfeição formal não me incomode - acho até que insistir nela, certas vezes, corrobora um germanocentrismo musical que rejeito, mesmo adorando música alemã).
Hans Zender lançou gravações da segunda e da quarta de Schumann na caixa com a Orquestra da Rádio de Saarbrück. Na entrevista, ele não reclama da orquestração do compositor:
"- Mahler, como muitos outros regentes, retocou as sinfonias de Schumann. Compartilha a opinião de que a instrumentação da música orquestral de Schumann é maciça demais?
- Não, não compartilho. Mas eu penso que podemos permitir que o intérprete essas intervenções em um determinado ponto de seu desenvolvimento. Essas intervenções, por sua vez, documentam como uma certa época, não apenas um único intérprete, comporta-se na sua recepção de um compositor do passado."
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Laura
Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006 Mensagens: 1021 Localização: São Paulo - Brasil
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Enviada: Dom Fev 04, 2007 1:23 pm Assunto: |
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(berber) escreveu: |
Em primeiro lugar, acho essa historia de melodia bonita muito relativa. O que e;' uma melodia bonita? Algo que uma pessoa possa cantar? Algo que nao tenha notas repetidas? Ou tenha notas repetidas demais? Estao vendo o absurdo desse argumento? |
Berber, não sei se tenho resposta para a sua questão, mas creio que a gente precisa distinguir uma melodia bonita de um tema "fértil" para desenvolvimentos. Talvez, em algumas mensagens, os termos foram vistos como sinônimos (ou como antônimos!) - o que não é necessariamente verdade.
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Bruno Gripp
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 725 Localização: Belo Horizonte
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Enviada: Dom Fev 04, 2007 2:43 pm Assunto: |
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E vem a pergunta: Todas as melodias de Mozart são graciosas como da sonata k. 545 (Dó, Mi, Sol, Si, Dó, Ré, Dó, Lá, Sol, Dó, Sol, Fa, Mi, Fa, Mi... hehehe, quem nào tocou isso), ou ele também sabia moldar uma melodia fértil em desenvolvimento? Já respondo, ouçam o quitneto k. 516 ou o concerto k. 491 para ver como a melodia é truncada, quase ausente. Aliás muitas vezes os momentos mais sublimes da música de Mozart são ausentes de qualquer melodia, como no final dos seus desenvolvimentos quando ele adora encadear acordes tendo por base a dominante preparando para a volta da tônica e a resolução do movimento, isso acontece no concerto k. 491, os sopros se encarregam dessas progressòes (no caso em mib maior, a tonalidade relativa) enquanto as cordas toca fragmentos do tema, é maravilhoso e tão típico de Mozart que nem Haydn nem Beethoven têm algo sequer parecido. Acho que a equivalência: Mozart-melodia é um tanto injusta com o grande compositor.
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(berber)
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 468 Localização: California
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Enviada: Dom Fev 04, 2007 5:07 pm Assunto: |
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Eu acho que um compositor bom pega qualuqer melodia (fertil ou nao) e a desenvolve bem. Nao acho que existam melodias ferteis para desenvolvimento. Acho que existem compositores ferteis (ou nao tanto) para desenvolvimento.
Por exemplo, Scarlatti tem uma sonata que foi completamente desenvolvida a partir de um tema que o seu gato "tocou" no piano.
Acho que a melodia bonita e' pura e simplesmente questao de gosto.
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Bosco
Registado em: Sábado, 18 de Novembro de 2006 Mensagens: 211
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Enviada: Dom Fev 04, 2007 7:41 pm Assunto: |
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Poxa, Bruno, dessa vez tô concordando até com os pontos e as vírgulas. Muito bom.
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Bruno Gripp
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 725 Localização: Belo Horizonte
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Enviada: Seg Fev 05, 2007 1:04 pm Assunto: |
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Ixi, o que eu fiz de errado? hehe
Na verdade apenas quero mostrar que no caso de Mozart, chamar sua música de basicametne melódica é um erro absurdo, pois em um número muito grande de casos não o é. Não faço parte de nenhuma patrulha.
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Bosco
Registado em: Sábado, 18 de Novembro de 2006 Mensagens: 211
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Enviada: Seg Fev 05, 2007 1:13 pm Assunto: |
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Hahaha...é verdade, seja bem vindo a patrulha.
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Robert
Registado em: Quarta-Feira, 22 de Novembro de 2006 Mensagens: 66 Localização: Porto Alegre
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Enviada: Seg Fev 05, 2007 9:28 pm Assunto: |
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(...)
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Robert
Registado em: Quarta-Feira, 22 de Novembro de 2006 Mensagens: 66 Localização: Porto Alegre
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(berber)
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 468 Localização: California
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Enviada: Qui Fev 08, 2007 9:18 pm Assunto: |
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Robert, isso acontece. Escreva de novo!
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Robert
Registado em: Quarta-Feira, 22 de Novembro de 2006 Mensagens: 66 Localização: Porto Alegre
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Enviada: Sex Fev 09, 2007 3:14 am Assunto: |
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Bom não nada de muito especial. Eu apenas comentava da diferença do Brahms com os outros três. que para ele tudo era feito pensando na questão da estrutura. A ausência de qualquer procedimento feito por mero enfeite, pra agradar ou por aquele achou bonito e quis mostrar pro ouvinte.
Também comentava de uma caracteristica sua, que pra mim é o que diferencia o gênio do compositor comum, que é o cuidado na concepção do estilo, a atitude de pesquisador musical sério . Depois eu iria falar algumas coisas mais específicas do que eu imagino ser um estilo típico de música brahmsiana. Ou "receita de como se compor uma peça ao estilo Brahms" . Por exemplo:
- o gosto pela mediante (que faz a harmonia caminhar e ao mesmo tempo mantém uma certa sensação de repouso e que contribui muito para sensação de comedimento que é associado a sua música)
- o uso de elementos modais dentro da harmonia tonal, usado não como mera curiosidade mas integrado a estrutura tonal
- a importância dada aos intervalos de terça (maior e menor), sexta maior e menor) e oitava, tanto na harmonia quanto na melodia. O que siginfica, em termos de execução, que o interpréte tenha habilidade no salto com vara
- um gosto pelas modulações súbitas, daquelas de deixar o ouvinte desnorteado e ficar pereguntando "ué, mas como é que ele fez isso?" E as terças e sextas também tem importância aqui.
-um uso muito inteligente da oitava, que é usado tanto para dar firmeza a estrutura, como (através de suas aparições e desaparições e de suas misturas com os outros intervalos) criar um contraste entre o severo e retraído de um lado e o romântico e terno de outro
- a sabedoria no uso das funções sintático-gramáticais dos acordes.
Tinha algumas outras coisas pra falar. Mas com oeu penso que deve ter muitas besteiras escritas nas linhas acima, preferi deixar como está. Até porque eu acabei de encontrar na internet a partitura do Concerto n.2, o que me permiti voltar da minha viagem pelo Reino da Chutocolândia e partir para os dados concretos.
Aliás uma breve olhadinha na partititura me deixou ver outras caracteristicas:
- uso de figuras rítmicas quebra-cabeça, como sextinas e quintinas (ou seria "pentatinas"?)
- absoluta crueldade técnica para com os pianistas
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Amancio
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Paulo Egídio
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 155 Localização: Maringá/PR
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Enviada: Sex Fev 09, 2007 12:15 pm Assunto: |
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Pra não falar da dificuldade técnica do concerto pra violino, da música de câmara...
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(berber)
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 468 Localização: California
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Enviada: Sex Fev 09, 2007 3:25 pm Assunto: |
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Brahms tem essa caracteristica. A sua musica e' dificil, e as vezes soa facil. Mas quando ele quer que a musica soe dificil, ele capricha...
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Robert
Registado em: Quarta-Feira, 22 de Novembro de 2006 Mensagens: 66 Localização: Porto Alegre
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Enviada: Seg Fev 12, 2007 6:06 pm Assunto: |
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Eu me lembro que uma vez eu li que, na época que Brahms lançou seu concerto para violino, um crítico engraçadinho fez um comentário sobre a dificuldade do concerto, perguntando se era pra ser um Concerto para violino ou um Concerto contra o violino. Alguém mais aqui viu isso?
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