Integral Beethoven Brilliant Classics

Ricardovsky · Enviada: Sex Jan 25, 2008 7:01 pm Assunto:

Já estou ouvindo um montão de coisas na Integral Beethoven. Já ouviram o 7ª sinfonia com o Masur? Um espetáculo. Isso que é compreender a obra. Poucas vezes vi uma gravação tão empolgante e grandiosa. O próprio Wagner dizia que essa sinfonia é a "apoteose da dança", ou seja o movimento em sua expressão máxima. Masur entendeu direitinho o recado.

Já a mesma 7ª com o Karajan nas gravações históricas... Para mim uma decepção. A apoteose do desânimo. Sua 5ª está bacana, bem heróica e grave. O problema de Karajan nessas duas gravações é que, ao que parece, ele quis interpretar a 7ª do mesmo modo como interpretou a 5ª. Na minha opinião, não deu certo.

E a 9ª de Furtwangler?!!! O que é isso? Que coisa impressionante. Ainda vou falar mais um pouquinho dela.

Amancio · Enviada: Sáb Jan 26, 2008 8:37 am Assunto:

Ricardovsky · Enviada: Sáb Jan 26, 2008 9:13 am Assunto:

Estou ouvindo os cds 11 (aberturas) e 12 (obras orquestrais e obras para orgão). A interpretação de Skrowaczewski nas aberturas, em frente a Minnesota Orchestra, é, ao meu ver, boa, mas não excelente. Falta alguma coisa que eu não sei dizer o que é, talvez uma certa amplitude no som da orquestra ou uma certa desenvoltura. Sei lá. Contudo, é muito interessante ouvir seguidamente as três versões da Abertura Leonore, além de outras obras menos conhecidas. Isso está no cd 11.

O cd 12 estou começando a ouvir. Há uma abertura Coriolano (também interpretada por Skrowaczewsky) bem "feijão com arroz".

Agora, eu ri um bocado, pessoal, com a interpretação da "Vitória de Wellington" por Neville Marriner. A obra é considerada por muitos a pior coisa que Beethoven escreveu (só por isso já é interessante ouví-la). E Marriner, acho que concordando com esse julgamento, resolveu assumir a esculhambação. No início da obra, o regente colocou gravações com sons de passarinhos, galinhas, cachorro latindo, cavalos, panelas... , até bode tem!!! Contudos, esses sons não ficam apenas nessa "Introducão dos Bichos", pois, em meio a obra aparecem também. Não ouvi inteira ainda, pois minha esposa ficou incomodada com a música. "Beethoven fez isso?!", disse ela, surpresa. Está certo, a obra não é uma grande música de Beethoven, mas já ouvi uma gravação de Karajan em que ela é apresentada com muita dignidade, proporcionando até prazer ao ouvinte. Na minha opinião, Marriner, como eu disse, a esculhambou demais. Serve para rir. Não de Beethoven, mas da interpretação de Marriner.

Pádua Fernandes · Enviada: Sáb Jan 26, 2008 7:44 pm Assunto:

Laura · Enviada: Dom Jan 27, 2008 1:33 pm Assunto:

Sarastro · Enviada: Seg Fev 04, 2008 8:40 am Assunto:

Editando: a mensagem ficou mais adequada no tópico sobre Scarlatti e suas sonatas, e para lá foi !

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Ricardovsky · Enviada: Seg Fev 18, 2008 6:29 pm Assunto:

Estou ouvindo Egmont (toda a música e não só a famosa abertura), que está no cd 65. A regência fica a cargo de Heinz Bongartz à frente da Staatskapelle Berlin. Tanto o regente quanto a orquestra são pouco conhecidos (eu, pelo menos, não o conhecia e conheço a Staatskapelle Dresden e não a Berlin), mas me surpreendi com a regência. A abertura é tocada bem lenta, num estilo que toma Beethoven como compositor romântico. O que é lógico já que a gravação é de 1970, ou seja, antes da febre dos instrumentos autênticos que aconteceu na década de 80. O que importa é que a orquestra está límpida. O soprano Breuel ainda canta, na minha opinião, de forma belíssima, eu até diria de forma transparente. Isso mesmo: orquestra límpida, soprano transparente... Trata-se de uma gravação "refrescante" que, por isso, mina um pouco a natural força e agressividade do Beethoven da segunda fase, mas a proposta do regente funciona perfeitamente. A interpretação da abertura até me lembrou um pouco o estilo de Celibidache, aquele estilo que explora ao máximo a partitura fazendo com que ouçamos sons que não estão presentes em outras gravações. Em suma, belo cd, ainda mais por se tratar de uma obra que raramente é interpretada completa (não sei o porquê, pois toda a música é bela e não somente a abertura).

Amancio · Enviada: Qui Ago 14, 2008 9:50 am Assunto:

Estava com vontade de ouvir uma Heróica, então abri o CD 1, com as sinfonias 1 e 3, Kurt Masur regendo a Gewandhaus. A Sinfonia 1 está uma delícia, bem leve e divertida. Agora, a Heróica está de chorar... Soa meio desleixada, molenga, e ainda por cima o tímpano comete um erro desgraçado no meio do desenvolvimento. Senti falta de um controle maior da orquestra, às vezes parece que eles ficam soterrados pela música.

Aí deixei o CD de lado (apesar da 1a) e fui nos Historical Recordings ouvir com Otto Klemperer e Philharmonia, gravação de 1955. Meu... Lindo! Empolgante! Uma Heróica de verdade! Klemperer sabia exatamente onde que as madeiras deveriam cantar mais que as cordas, ele realça as conversas entre primeiros e segundos violinos. O primeiro movimento tem um andamento levemente mais lento do que eu gosto, mas ele não deixa a peteca cair. Já a marcha fúnebre vem mais rapidinha, com drama dosado na medida certa. Nunca vi alguém fechar tão bem os acordes finais da sinfonia.

Também estou ouvindo os 2 primeiros Razumovskys com o Quarteto Guarneri. É uma execução muito bem explicada (quase "soletrada"), cheia de energia e com muito som dos instrumentos. Gravação muito bonita!

Ricardovsky · Enviada: Qui Ago 14, 2008 10:37 am Assunto:

Amancio,

Concordo plenamente com você no tocante à Heróica regida por Masur. Eu havia até falado com minha esposa sobre a falta que senti da potência dos sopros que é perceptível, precisamente, aos 2 minutos e 30 segundos da exposição. Todo mundo (Furtwangler, Klemperer, Wand, Karajan...) faz essa parte cheia de heroísmo, pois trata-se de uma das grandes chamadas do caráter propriamente heróico da sinfonia, mas Masur praticamente dasaparece com os sopros, só se ouvindo as cordas que deveriam funcionar nessa passagem como acompanhamento. A Sétima sinfonia está, ao meu ver, excelente (e curiosamente essa sinfonia depende tanto dos sopros e lá eles aparecem bem, vá entender), mas Masur não acerta em todas as sinfonias. Não ouvi tudo ainda, mas até agora só a Heróica eu realmente não gostei.

Pádua Fernandes · Enviada: Qui Ago 14, 2008 11:14 pm Assunto:

Ricardovsky · Enviada: Seg Ago 18, 2008 10:49 pm Assunto:

Ouvindo a sonata Kreutzer para violino e piano. Que obra fantástica! A gravação de 1956, que traz os grandes Grumiaux (violino) e Haskil (piano) poderia bem estar na parte dos cds históricos. A dupla não faz feio, pois trata-se de uma intepretação cheia de energia. Contudo, acho que os dois se encontram, de fato, soberbos no 2º movimento (o de variações), onde se mostram repletos de lirismo e de entrosamento entre si. No 1º movimento, mais precisamente no 3º tema da exposição, estranhei um pouco o pizicato meio desentrosado com o piano (é como se Grumiaux estivesse tão absorto na profundidade do som de seu violino que esquecesse todo o resto), mas nada que chegue a atrapalhar o todo de uma bela interpretação.

Amancio · Enviada: Ter Ago 19, 2008 8:43 am Assunto:

Amancio · Enviada: Qua Ago 20, 2008 5:05 pm Assunto:

Sarastro · Enviada: Seg Fev 09, 2009 3:41 pm Assunto:

Não achei a "Eroica" do Masur ruim. Até gostei de alguns pontos.
Contudo, acompanhando em parte o voto dos relatores acima, me parece que Masur optou por uma leitura excessivamente respeitosa da obra. Faltou o "con brio", faltou "punch". Muita burocracia em certas passagens.

Amanhã ouvirei o Klemperer.

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