Ver mensagem anterior :: Ver próxima mensagem |
Autor |
Mensagem |
(berber)
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 468 Localização: California
|
Enviada: Qui Jun 07, 2007 5:42 pm Assunto: Aos "Pianetlas" |
|
|
Ola', caros atletas do piano, ou melhor "pianetlas".
Que tal um topico para trocarmos perguntas e respostas sobre a tecnica pianistica? Como tocar uma escala sem acentuar o polegar? Como tocar tercas sem quebra'-las? Como tocar rapido? Como ler a primeira vista decentemente? Como estudar uma fuga?
Desde passagens especificas como o dedilhado do primeiro compasso da Sonata Op. 2 n.3 de Beethoven ate' tecnica pura como o andamento ideal para o Hanon numero 1.
Vamos participar - Aqui, ninguem sabe tudo e ninguem sabe nada.
|
|
Voltar ao Topo |
|
Fernando Almeida
Registado em: Sábado, 6 de Janeiro de 2007 Mensagens: 143
|
Enviada: Qui Jun 07, 2007 10:37 pm Assunto: |
|
|
Berber, o tópico é muito bom. Espero que os pianetlas (é assim, não é?) poste, para que possamos trocar idéias
Bem, estive pensando a respeito das obras de Bach e da ordem de estudo que a maioria dos professores e conservatórios segue (anna magdalena bach/prelúdios e fuguetas/invenções a duas vozes/sinfonias/obras mais difíceis) e pergunto: quantas peças de cada "etapa" vocês tocaram ou recomendam que seus alunos toquem?
Sim, eu sei que isso é variável, depende da pessoa, exige um contato entre aluno/professor, mas é que estive pensando se seria fundamental tocar todas as 14 peças fáceis, invenções a duas vozes, prelúdios, etc.?
Aliás, até que ponto os prelúdios e fuguetas são mais "fáceis" do que as invenções a duas vozes? Concordo que existem diversos prelúdios mais acessíveis, mas estou estudando o prelúdio BWV 937, em mi maior (alguém conhece ou tocou?), e não o acho tão mais fácil que as invenções 1 ou 8, por exemplo (sim, eu sei que existem invenções mais difíceis do que estas).
Abraços!
|
|
Voltar ao Topo |
|
Mário
Registado em: Quarta-Feira, 4 de Abril de 2007 Mensagens: 63
|
Enviada: Sex Jun 08, 2007 11:02 am Assunto: |
|
|
Se alguém puder me ajudar, estou estudando a Patética.
Na parte que o começa o Allegro, tem o baixo com a mão esquerda, que fica praticamente no 1º mov inteiro, eu tenho uma certa dificuldade em manter a mesma intensidade, é justamente o problema da intensidade no dedão, acaba ficando uns "acentinhos", alguém tem alguma dica que possa facilitar o estudo? (Aliás, estou estudando esta peça, meio por "teimosia", minha professora me mandou estudar uma sonata de Haydn
Fernando, sobre os prelúdios, não sou a pessoa mais indicada pra te ajudar (confesso que não me lembro deste prelúdio), mas eu acredito que as invenções à 2 vozes são muito importantes, no sentido de que as 2 vozes tem que ser "cantadas", é mais fácil, naturalmente, assimilar isto com 2, do que com 3 vozes. Depois que isso é assimilado, fica mais "fácil", fazer a mesma coisa com as 3, ficando "apenas" a dificuldade, de tocar as notas. Espero não ter sido muito confuso, hehe.
|
|
Voltar ao Topo |
|
(berber)
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 468 Localização: California
|
Enviada: Sex Jun 08, 2007 3:07 pm Assunto: |
|
|
Fernando Almeida escreveu: |
Bem, estive pensando a respeito das obras de Bach e da ordem de estudo que a maioria dos professores e conservatórios segue (anna magdalena bach/prelúdios e fuguetas/invenções a duas vozes/sinfonias/obras mais difíceis) e pergunto: quantas peças de cada "etapa" vocês tocaram ou recomendam que seus alunos toquem?
Sim, eu sei que isso é variável, depende da pessoa, exige um contato entre aluno/professor, mas é que estive pensando se seria fundamental tocar todas as 14 peças fáceis, invenções a duas vozes, prelúdios, etc.?
|
Fernando, voce esta' certissimo. Nao e' necessario aprender todas as invencoes a duas vozes para so entao passar para as sinfonias a 3 vozes. de jeito nenhum. Eu acho interessante aprender tres ou quatro delas para se ter uma idea do estilo e desenvolver a tecnica polifonica, mas deixe as "Obras completas de Bach - Invencoes a duas vozes" para os historiadores ou pianistas que gravam coletaneas.
E da mesma maneira, existem invencoes mais dificeis que os preludios e vice versa. O importante e' o professor saber o por que do aluno estar estudando certa peca. E' para desenvolver o fraseado? tecnica polifonica? aprender o estilo? E assim que o aluno atingir o nivel satisfatorio na peca, passe para outra. Algumas pecas tem que ser aprendidas a levadas a perfeicao, outras nao. Essas outras devem ajudar o aluno a desenvolver um certo objetivo, mas nao precisam ficar no nivel de um recital.
|
|
Voltar ao Topo |
|
(berber)
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 468 Localização: California
|
Enviada: Sex Jun 08, 2007 3:14 pm Assunto: |
|
|
Mário escreveu: |
Se alguém puder me ajudar, estou estudando a Patética.
Na parte que o começa o Allegro, tem o baixo com a mão esquerda, que fica praticamente no 1º mov inteiro, eu tenho uma certa dificuldade em manter a mesma intensidade, é justamente o problema da intensidade no dedão, acaba ficando uns "acentinhos", alguém tem alguma dica que possa facilitar o estudo? (Aliás, estou estudando esta peça, meio por "teimosia", minha professora me mandou estudar uma sonata de Haydn
|
A Patetica e' linda! Voce esta' falando das oitavas quebradas da mao esquerda? Se for, isso, o problema muito comum e' justamente esse - o dedao faz uns acentos indesejaveis. Estude devagar, relaxe o ombro, use o seu ouvido. Uma outra forma de estudo e' acentuar o 5 dedo a cada 4 tempos notas. Pensando em grupos maiores, tipo 5 1 5 1 5 1 5 1, 5 1 5 1 5 1 5 1 ... Assim a mao vai relaxar naturalmente e voce vai deixar de acentuar o polegar. Va aumentando a velocidade aos poucos, sempre relaxando o braco ate' que esse acento fique natural, e com isso voce tira o peso do polegar e elimina esses acentos indesejaveis. Boa sorte e mantenha-nos informados sobre o seu progresso.
Como vai o resto da sonata? E a escala cromatica no final da primeira pagina? E os saltos da mao direita sobre a esquerda mais adiante?
|
|
Voltar ao Topo |
|
Mário
Registado em: Quarta-Feira, 4 de Abril de 2007 Mensagens: 63
|
Enviada: Sex Jun 08, 2007 4:05 pm Assunto: |
|
|
Isso, exatamente, obrigado pela ajuda Berber, vou tentar desta forma, acho que vai dar certo. Sobre o restante da sonata, o 2º mov. estou pegando as vozes de forma separada, e de vez em quando estudo com todas as notas juntas, mas por enquanto, está um pouco cru, estou dando mais atenção ao 1º mov, o rondo (3º mov), eu já li algumas vezes, mas não peguei de uma forma mais aprofundada, mesma coisa do 2º.
Bom, o 1º mov. A sonata já "está nos dedos", eu já toco o movimento inteiro, de vez eu ainda dou umas enroscadinhas no desenvolvimento, a introdução é a parte que eu acho mais complicada, o andamento é grave, mas eu tenho uma certa dificuldade pra fazer o "clima" desta introdução,
eu estudo a escala cromática bem devagar, várias vezes, depois coloco a mão esquerda, ainda devagar.
No Allegro com fuoco, eu tenho essa dificuldade das oitavas quebradas, fora isso, é questão de trabalhar fraseado, melhorar umas coisinhas mais.
A parte com as "mãos trocadas", ainda tenho que melhorar um pouco o reflexo com os saltos da mão direita. Fora isso, aos poucos eu preciso aperfeiçoar o desenvolvimento, a reexposição tá legal, falta pouco.
|
|
Voltar ao Topo |
|
Fernando Almeida
Registado em: Sábado, 6 de Janeiro de 2007 Mensagens: 143
|
Enviada: Sex Jun 08, 2007 5:18 pm Assunto: |
|
|
Citação: |
Fernando, sobre os prelúdios, não sou a pessoa mais indicada pra te ajudar (confesso que não me lembro deste prelúdio), mas eu acredito que as invenções à 2 vozes são muito importantes, no sentido de que as 2 vozes tem que ser "cantadas", é mais fácil, naturalmente, assimilar isto com 2, do que com 3 vozes. Depois que isso é assimilado, fica mais "fácil", fazer a mesma coisa com as 3, ficando "apenas" a dificuldade, de tocar as notas. Espero não ter sido muito confuso, hehe. |
Mário, concordo com o que você disse, e acredito que o exercício de fazer as duas (ou três) vozes cantarem é o que torna as invenções e sinfonias um pouco mais complexas. Quando disse que algumas são mais fáceis que alguns dos prelúdios, estava me referindo à dificuldade de "tocar as notas", como você colocou. Obrigado pelos seus comentários!
E que ótimo deve ser estar estudando a Patética, não? Eu chego lá
Citação: |
Fernando, voce esta' certissimo. Nao e' necessario aprender todas as invencoes a duas vozes para so entao passar para as sinfonias a 3 vozes. de jeito nenhum. Eu acho interessante aprender tres ou quatro delas para se ter uma idea do estilo e desenvolver a tecnica polifonica, mas deixe as "Obras completas de Bach - Invencoes a duas vozes" para os historiadores ou pianistas que gravam coletaneas.
E da mesma maneira, existem invencoes mais dificeis que os preludios e vice versa. O importante e' o professor saber o por que do aluno estar estudando certa peca. E' para desenvolver o fraseado? tecnica polifonica? aprender o estilo? E assim que o aluno atingir o nivel satisfatorio na peca, passe para outra. Algumas pecas tem que ser aprendidas a levadas a perfeicao, outras nao. Essas outras devem ajudar o aluno a desenvolver um certo objetivo, mas nao precisam ficar no nivel de um recital. |
Berber, hehehe, melhor deixar para os historiadores a integral das invenções e sinfonias, né?
Concordo plenamente com você quando diz que o estudo de cada peça deve ter um objetivo claro. É uma pena que nem todos os professores lembrem-se de passar isso aos alunos sempre.
Mas, de qualquer forma, quando não nos é passado o objetivo, nós podemos nós mesmos o definir, não é?
Obrigado pelos comentários!
Espero que o tópico seja movimentado, para o bem geral dos pianistas de plantão
|
|
Voltar ao Topo |
|
(berber)
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 468 Localização: California
|
Enviada: Sex Jun 08, 2007 6:08 pm Assunto: |
|
|
Mário escreveu: |
Isso, exatamente, obrigado pela ajuda Berber, vou tentar desta forma, acho que vai dar certo. Sobre o restante da sonata, o 2º mov. estou pegando as vozes de forma separada, e de vez em quando estudo com todas as notas juntas, mas por enquanto, está um pouco cru, estou dando mais atenção ao 1º mov, o rondo (3º mov), eu já li algumas vezes, mas não peguei de uma forma mais aprofundada, mesma coisa do 2º.
Bom, o 1º mov. A sonata já "está nos dedos", eu já toco o movimento inteiro, de vez eu ainda dou umas enroscadinhas no desenvolvimento, a introdução é a parte que eu acho mais complicada, o andamento é grave, mas eu tenho uma certa dificuldade pra fazer o "clima" desta introdução,
eu estudo a escala cromática bem devagar, várias vezes, depois coloco a mão esquerda, ainda devagar.
No Allegro com fuoco, eu tenho essa dificuldade das oitavas quebradas, fora isso, é questão de trabalhar fraseado, melhorar umas coisinhas mais.
A parte com as "mãos trocadas", ainda tenho que melhorar um pouco o reflexo com os saltos da mão direita. Fora isso, aos poucos eu preciso aperfeiçoar o desenvolvimento, a reexposição tá legal, falta pouco. |
No segundo movimento, para ter certeza que o 5o dedo faz o cantabile, uma maneira de se estudar e' tocar o restante do acorde em staccato, segurando a melodia. Dessa maneira o seu ouvido e a sua mao vao se acostumar a melodia, alem de tirar todo o peso do acorde. Vai fazer o segundo movimento soar mais leve. isso se aplica tambem no meio, na parte das quialteras.
O clima da introducao da sonata e' dificil de ser atingido mesmo. O clima vem da energia crescente em cada parte. A cada dois compassos toque mais forte ate' chegar nna escalinha descendente (que comeca no sol). Dai em diante e' como um voo acima das nuvens, calmo, tranquilo, mas pesado e pomposo. A tensao vai crescendo de novo ate' chegar no acorde anterior as notas no agudo. Essa passagem deve soar como um improviso, uma tentativa, ate' desembocar na cromatica.
Uma ideia e' se gravar e ouvir depois, isso sempre ajuda na inerpretacao.
|
|
Voltar ao Topo |
|
Laura
Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006 Mensagens: 1021 Localização: São Paulo - Brasil
|
|
Voltar ao Topo |
|
Mário
Registado em: Quarta-Feira, 4 de Abril de 2007 Mensagens: 63
|
Enviada: Seg Jun 11, 2007 1:09 pm Assunto: |
|
|
Bom, primeiramente, obrigado a todos pela ajuda.
Berber, obrigado pelas dicas, eu já senti alguma melhora.
Laura, não sei se tem de ser membro, mas eu entro neste site e só dá erro.
|
|
Voltar ao Topo |
|
Laura
Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006 Mensagens: 1021 Localização: São Paulo - Brasil
|
Enviada: Seg Jun 11, 2007 1:59 pm Assunto: |
|
|
Mário, vou mandá-lo pra você via e-mail. Estranhei que você não conseguiu acessar, porque não precisa de senha nem nada...
|
|
Voltar ao Topo |
|
(berber)
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 468 Localização: California
|
Enviada: Ter Jun 12, 2007 9:32 pm Assunto: |
|
|
Que beleza, Mario!
O importante e' relaxar a mao e o braco. oitavas quebvradas podem ser a causa de muitas tendinites, se vc nao consegue toca'-las propriamente.
|
|
Voltar ao Topo |
|
(berber)
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 468 Localização: California
|
Enviada: Ter Jun 12, 2007 10:14 pm Assunto: |
|
|
Dicas para se estudar uma escala em velocidade:
Serve para escalas cromaticas tambem.
Toque somente a primeira nota da escala e relaxe a mao. Preste atencao no relxamento da mao - esse e' o segredo desse estudo.
Depois toque as duas primeiras notas da escala o mais rapido possivel. Relaxe em seguida.
Va' acrescentando uma nota de cada vez, mas sempre relaxando bastante entre as passagens.
O mais importante e' relaxar.
Se em uma determinada passagem, a escala nao ficou boa, relaxe, e tente de novo com o mesmo numero de notas.
O resultado pratico e' que cada vez que voce adiciona uma nota, a mao vai se acostumando aos poucos com a nova nota. O ralaxamento e' impornate para que a mao tenha tempo para "pensar" e se adaptar aquela nota.
No final, voce vai estar tocando a escala bem rapido sem medo ou cansaco, uma vez que foi chegando aos poucos no numero total de notas (ao inves de tentar tocar todas de uma vez).
|
|
Voltar ao Topo |
|
Fernando Almeida
Registado em: Sábado, 6 de Janeiro de 2007 Mensagens: 143
|
|
Voltar ao Topo |
|
Laura
Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006 Mensagens: 1021 Localização: São Paulo - Brasil
|
Enviada: Qua Jun 13, 2007 12:05 pm Assunto: |
|
|
Berber, esse truque para estudar escalas é bárbaro! E funcionou inclusive nas passagens de polegar das escalas de sol (fá# c/ 4o. -> sol c/ 1o e vice-versa), que pra mim sempre foi desigual.
Agora, esse relaxamento não pode ser com o peso no pulso, tem que ser com o peso no dedo, certo?! Senão gera posição errada e perigosa...
|
|
Voltar ao Topo |
|
|