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Copa Dos Compositores do Século XX - ENCERRADA -12/02/07
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Bosco



Registado em: Sábado, 18 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Sex Jan 26, 2007 3:36 pm    Assunto: Responder com Citação

Aí eu diria que no seu caso o quebra-cabeça é mais complicado, não tanto se perdoarmos sua idade.

Bem, talvez fique mais simples de entender se ouvir suas considerações sobre os outros compositores românticos.


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ZpinoZ



Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Sex Jan 26, 2007 4:14 pm    Assunto: Responder com Citação

Maestro Leonardo,

Então não é nenhuma das duas (nem Copa nem liga).

Está mais para um Campeonato, porque funciona igual a Fórmula 1. Cada votante equivale a um GP com seus 10 classificados.

Ganha o compositor que obtiver a maior somatoria de pontos ponderados (vide item "c" das regras no primeiro post e explicitação no terceiro post).

Z


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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Sex Jan 26, 2007 5:43 pm    Assunto: Responder com Citação

Bosco escreveu:
Então fica esquisito entender como você pode gostar de Brahms e detestar Schumann.

Eu entendo que o "early Brahms" é onde eu consigo chegar mais perto de Schumann. Mais perto ainda do que com outros compositores contemporâneos.


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Bosco



Registado em: Sábado, 18 de Novembro de 2006
Mensagens: 211

MensagemEnviada: Sex Jan 26, 2007 6:09 pm    Assunto: Responder com Citação

Não existe "early Brahms", praticamente não existem fases na obra de Brahms (diferentemente de Beethoven, por exemplo).


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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Sex Jan 26, 2007 8:58 pm    Assunto: Responder com Citação

Engraçado, eu sinto o Trio Op.8 e o Concerto Op.15 obras com uma linguagem bastante diferente das Variações Haydn Op.56 e do Concerto para Violino Op.77. As primeiras obras me parecem duras, pesadas, vigorosas - o Sexteto 1 me parece assim, uma beleza bruta. As obras depois me parecem mais trabalhadas, mais "refinadas", a Sonata para Violino n.1, o Concerto para Piano n.2. E no final da vida, as últimas obras soam menores, leves, concisas (eu comparo sempre os primeiros movimentos do Quinteto 2 e do Sexteto 2, um conciso, outro bem mais verborrágico, as duas seguindo seqüências semelhantes de apresentação temática e desenvolvimento). O Quinteto para clarinete é outro exemplo de concisão.

Nunca estudei profundamente a produção artística do Brahms, posso estar redondamente enganado, mas é assim que sinto suas obras.


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Bosco



Registado em: Sábado, 18 de Novembro de 2006
Mensagens: 211

MensagemEnviada: Sáb Jan 27, 2007 7:58 am    Assunto: Responder com Citação

Amancio,

Eu arriscaria no máximo trocar mais conciso por mais maduro, mas mesmo assim não vejo algo "verborrágico" nas obras de Brahms (talvez suas sonatas pra piano). E sobre o distanciamento de Schumann, eu penso ver o oposto. Um ótimo exemplo são pequenas peças para piano op. 116, 117, 118 e 119. Eu diria até que aqui Brahms ultrapassa Schumann como compositor de miniaturas.


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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Sáb Jan 27, 2007 9:03 am    Assunto: Responder com Citação

Bosco,

Obrigado pela discussão. Smile
"Maduro" pra mim é uma palavra muito vaga. Como vc detecta maturidade numa música? Em Brahms, maturidade pra mim significa concisão. Várias vezes disse aos meus amigos, "Brahms é música compactada", porque muita coisa acontece em pouco tempo ("é muita música por compasso quadrado").

Eu tinha dito que gosto de comparar o Sexteto 2 (Op.36) com o Quinteto 2 (Op.111). Ambos começam com um acompanhamento de notas alternadas e o primeiro tema ataca logo em seguida. No Quinteto essa exposição já é um clímax, no sexteto ele ainda vai montar o clímax. Então vem um segundo tema, primeiro na viola, depois no violino. No quinteto o terceiro tema vem em seguida, no sexteto ainda tem um pequeno desenvolvimento e um crescendo antes de vir o terceiro tema. A coda no quinteto é também mais curta que no sexteto, e ambas desenbocam no acompanhamento de notas alternadas que abriram a peça. (Enfim, as comparações podem prosseguir, caso alguém queira).

Sobre as pequenas Fantasias Op.116, acho que o que me afasta de Schumann não é o gênero escolhido. Eu gosto das miniaturas. O que não gosto é a maneira como ele se expressa na música - sua linguagem.


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Leonardo T. de Oliveira



Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Sáb Jan 27, 2007 9:45 am    Assunto: Responder com Citação

Bosco,

Por que, afinal, você acha que Schumann e Brahms são compositores tão próximos musicalmente?



_________________
Leonardo T. Oliveira
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Bosco



Registado em: Sábado, 18 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Sáb Jan 27, 2007 12:19 pm    Assunto: Responder com Citação

Amancio,

Maturidade não está diretamente ligada a concisão (Oitava de Mahler, Nona de Beethoven, Criação de Haydn, Oitava de Bruckner,...), mas é através dela que o compositor ganha um completo domínio de sua técnica, podendo ele ir para linha do "devaneio poético", da redução do supérfluo no caso de Brahms (concordamos sobre a concisão, mas não necessariamente que ela já não tenha existido desde cedo),... Os receios de Brahms no mundo sinfônico foram banidos pela maturidade, mas desde algum tempo Brahms já era chamado de mestre das formas clássicas. O que na verdade assustava Brahms, no campo sinfônico, era o peso de Beethoven.

Leonardo,

Acho que você deve responder por que Schumann não tem proximidade com Brahms, musicalmente. Se sua justificativa for convicente, você não apenas estará me corrigindo mas indo de encontro a algo vastamente explorado (recomendo a leitura de "Brahms Reader" de Michael Musgrave e a biografia "Brahms" de Malcolm Macdonald).


Já que falamos de concisão, acho Brahms uma mistura de Beethoven e Schumann.


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Laura



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MensagemEnviada: Dom Jan 28, 2007 10:36 am    Assunto: Responder com Citação

Li e reli toda o debate em torno de Rachmaninoff, Schumann, Liszt e Brahms. Pergunto ao Amancio o seguinte:

- O que te desagrada em Rachmaninoff é aquele "lado Tchaikowsky" dele, de belas melodias que se tornam até meio enjoativas de tão intensas emocionalmente?

- O que te desagrada em Schumann, Liszt e alguns Brahms é a "desconstrução" de temas, isto é, a construção de climas sonoros, quase antecipando, digamos, Debussy?

PS: Este debate pode até nos conduzir aos compositores do séc. XX, mas seria mais correto abrir um tópico só para o assunto, né?


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ZpinoZ



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MensagemEnviada: Dom Jan 28, 2007 10:55 am    Assunto: Responder com Citação

Também acho que esta interessantíssima discussão merece melhor moldura.

E, somente para contar votos Shocked , sobre Schumann tenho as mesmas impressões gerais que o Amancio.

Z


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Amancio



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MensagemEnviada: Dom Jan 28, 2007 9:18 pm    Assunto: Responder com Citação

Laura escreveu:
- O que te desagrada em Rachmaninoff é aquele "lado Tchaikowsky" dele, de belas melodias que se tornam até meio enjoativas de tão intensas emocionalmente?

Pelo contrário, acho que isso é uma das coisas que me atrai em Rach. O que me desagrada é virtuosismo gratuito, os pianismos pra agradar aos pianeiros. Em Rach isso é mais discreto, em Liszt é muito evidente.

Laura escreveu:
- O que te desagrada em Schumann, Liszt e alguns Brahms é a "desconstrução" de temas, isto é, a construção de climas sonoros, quase antecipando, digamos, Debussy?

Não entendi muito bem o que vc quis dizer com "desconstrução de temas". Talvez eu tenha de ouvir mais para poder dizer com mais clareza do que é que não gosto - por enquanto, só me lembro do desenvolvimento confuso, uma indecisão para revelar de onde é que a música veio e para onde a música vai, parece que ela não anda.

ZpinoZ escreveu:
E, somente para contar votos Shocked , sobre Schumann tenho as mesmas impressões gerais que o Amancio.

Ô ZpinoZ, me ajuda aí, vc consegue melhores palavras pra descrever a "sensação Schumann"?


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Bosco



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MensagemEnviada: Seg Jan 29, 2007 10:06 am    Assunto: Responder com Citação

Amancio,

Eu sei que a tentação é grande, mas não é correto afirmar que Liszt era um compositor de virtuosismo gratuito. Obras para piano como os Estudos Transcendentais, Anos de Peregrinação e a Sonata estão muito além disso. No caso do Rachmaninov, o problema talvez seja a facilidade como ele se comunica com o ouvinte. Ninguém sente dificuldade ouvindo os concertos para piano pela primeira vez. E como diz o ditado: o que vem fácil, vai fácil. Mas ultimamente tenho revisto a minha apatia (também) com relação ao Rachmaninov. No caso de Brahms, adorei sua expressão "Brahms é música compactada". A música não vem fácil. Por isso, até mesmo os críticos da época que elogiavam a música do alemão, dificilmente "amavam" o que só poderia ser amado depois de inúmeras audições. E em lugares como a França, tirando alguns compositores como Franck e Fauré, a música de Brahms não ganhou a simpatia do público e da crítica por um longo tempo (dizem que só depois da Segunda Grande Guerra, a crítica começou a comparar o valor de Brahms a Beethoven).

Estou gostando também do bate-papo.


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Laura



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MensagemEnviada: Seg Jan 29, 2007 11:43 am    Assunto: Responder com Citação

Amancio escreveu:
Laura escreveu:
- O que te desagrada em Schumann, Liszt e alguns Brahms é a "desconstrução" de temas, isto é, a construção de climas sonoros, quase antecipando, digamos, Debussy?

Não entendi muito bem o que vc quis dizer com "desconstrução de temas". Talvez eu tenha de ouvir mais para poder dizer com mais clareza do que é que não gosto - por enquanto, só me lembro do desenvolvimento confuso, uma indecisão para revelar de onde é que a música veio e para onde a música vai, parece que ela não anda.


O que eu quis dizer com "desconstrução de temas" é a composição de um tema quase não melódico, não "assobiável", digamos assim. Mas que tenha uma estrutura interna (intervalos, ritmo, etc) que propicie um leque fantástico de possibilidades para o desenvolvimento. Como se o tema fosse subordinado ao desenvolvimento - e não o contrário.

Vou exemplificar com o 1o. de Brahms porque é o que eu conheço melhor.



Já começa com o compasso: um 6 por 4. Depois isso: siii-faa-re-ré-fá-***fasol-laaab-sol-fa-do-si-***
Tente cantarolar... Quase impossível! Em compensação, tente imaginar variações desse tema, tente desenvolvê-lo: é um caleidoscópio que permite inumeráveis cores.

Schumann também pode ser objeto de audição parecida (vide a enorme quantidade de peças tipo fantasias, klavierstücke, papillons, etc, etc). Um exemplo típico é esta pequena peça pra piano do Album para a Juventude:


Deu pra entender?




Editado pela última vez por Laura em Seg Jan 29, 2007 12:45 pm, num total de 1 edição
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Leonardo T. de Oliveira



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MensagemEnviada: Seg Jan 29, 2007 12:40 pm    Assunto: Responder com Citação

Laura,

Era exatamente isso o que eu tinha comentado com o Amancio quando nós conversamos sobre a proximidade entre Brahms e Schumann depois deste tópico. Mas eu não tinha pensado em descrever issaê nesses termos.

Bom, nem Schumann nem Brahms costumam ser lembrados como grandes melodistas. Por quê? Geralmente soa meio acochambrado, mas pra mim o caso Brahms/Schumann tem mesmo tudo a ver com a linguagem do romantismo alemão: não dá pra negar, apesar do cuidado em não querer ser simplista, que a música alemã tinha à mão uma tradição que enfatizava o chassis da harmonia na sua linguagem. Em Schumann, especialmente nas suas miniaturas com seus motivos mais simples, isso é muito evidente, bem como no exemplo que você deu. Em Brahms o 1º mov. do Concerto pra Piano No. 1 e também o da Primeira Sinfonia têm até certa função formal: da mesma maneira que a Primeira Sinfonia começa angulosa e não-assobiável (também uso muito essa expressão!), ela termina cantabile e positiva. O tema do Concerto pra Piano No. 1 também é truncado e "feio" (como costuma dizer o Amancio no melhor sentido).

Enfim, isso é problema pro seu gosto, Amancio? Eu acho que Schumann aposta muito nessa [des]construção temática, e no roteiro de certos gêneros isso exige dele soluções à parte na delimitação e desenvolvimento do tema.

Por enquanto fica isso.



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Leonardo T. Oliveira
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