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Bruno Gripp
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 725 Localização: Belo Horizonte
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Enviada: Qua Jan 24, 2007 6:02 pm Assunto: |
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Ricardo,
Tenho minhas dúvidas se o humor de Prokofiev ajuda tanto. Haydn deve ser o compositor mais bem humorado de todos, e somente por isso ele não era considerado um dos grandes mestres no século XIX, juízo cujos reflexos sentimos até hoje.
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Roman
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 76 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Qui Jan 25, 2007 2:28 pm Assunto: |
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Laura, desculpe a demora. Vamos lá.
Uuno Klami, Merikanto e Saverud são compositores escandinavos menores.
Uuno Klami(1900-1961) pertencia a primeira "safra" de compositores nacionais finlandeses "pós-Sibelius". A maioria daqueles compositores nacionai - (Pingoud, Raitio e Merikanto(outro) - caíram logo no fracasso, talvez vitimas daquele esgotamento de temas romantico-nacionalistas. Uuno, por sua vez, seguiu em frente olhando não só para a produção de sua terra, mas também no restante da Europa, principalmente a França e Russia. Assim como Sibelius, ele tamém compôs música sobre o Kalevala, o épico nacional finlandês, aonde você percebe menos influência de Sibelius do que de Stravinski. Dos três que enumerei, creio ser ele o mais conceituado
Caminho identico seguiu Harald Saverud(1897 - 1992) que compôs um Peer Gynt menos romantico e mais "moderno" do que de seu conterrâneo Grieg. Assim como Grieg ele também compôs musica visando protestar ou ferir a presença estrangeira, no caso a ocupação alemã durante a segunda guerra.
Enfim, outro finlandês Oskar Merikanto(1868-1924) procurou caminhar junto com Klami, mas não tinha o mesmo gênio. Compôs algumas músicas para piano, canções, valsas e algumas outras "peças avulsas". Meu voto para ele foi por causa das melodias agradáveis, sem nenhum comprometimento com a técnica ou grandeza... Hummm... Na verdade esses TRÊS votos foram por essa razão
Espero ter respondido devidamente. Obrigado
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Sarastro
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 900 Localização: Brasil
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Enviada: Qui Jan 25, 2007 3:39 pm Assunto: |
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Bruno Gripp escreveu: |
Haydn deve ser o compositor mais bem humorado de todos. |
Bruno,
ainda que fugindo um pouco do tópico, desenvolva essa frase, por favor.
Como em 2007 Haydn alçou importantes posições na minha cedeteca, tenho a impressão de já ter percebido certos indícios de humor em algumas das suas sinfonias; todavia, ainda não parei para analisar isso profundamente.
Imagino que tais indícios possam ter estimulado os ouvintes a carregarem as sinfonias do homem de apelidos.
E, apenas para fechar meu "post", por mais que Haydn não tenha sido durante muito tempo um compositor entre os mais-mais das paradas de sucesso, devemos destacar que praticamente todo grande regente tinha algumas sinfonias de Haydn no repertório...
_________________ Va, pensiero, sull'ali dorate...
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Leonardo T. de Oliveira
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 448 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Qui Jan 25, 2007 6:06 pm Assunto: |
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Acho que Haydn é constantemente ardiloso, e é com seus motivos musicais mesmo... Tem o finale do quarteto Op. 33 No. 2 - um rondó de um tema só, que não a toa é conhecido como "a piada" -, tem o No. 3, que começa imitando um passarinho, a sinfonia "Surpresa", que dá um ffff de susto em quem dormia depois de 1ºs movimentos, e tem a sinfonia "a Galinha".
_________________ Leonardo T. Oliveira
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Bruno Gripp
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 725 Localização: Belo Horizonte
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Enviada: Qui Jan 25, 2007 7:23 pm Assunto: |
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Sim, o final do quarteto op. 33 no. 2 é talvez o exemplo mais conspícuo, não apenas é um rondó de um tema só como o final é uma piada só, ninguém sabe quando a música vai terminar, e acaba no meio da única frase que é tocada em todo o movimento. Mas há outros, há vários outros, a sinfonia da despedida é um exemplo, os músicos vão simplesmente indo embora. a sinfonia surpresa com aquele toque do tímpano que vem do nada, são muitos exemplos do bom humor do compositor e temos registros de testemunhas da época que diziam que ele fazia isso de brincadeira mesmo. Antes da estréia da surpresa ele dizia que tinha um truque na manga, e coisas assim.
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Sarastro
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 900 Localização: Brasil
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Enviada: Qui Jan 25, 2007 7:25 pm Assunto: |
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Gostei do termo "ardiloso".
_________________ Va, pensiero, sull'ali dorate...
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(berber)
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 468 Localização: California
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Enviada: Qui Jan 25, 2007 8:21 pm Assunto: |
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Amancio, entendi o que vc quer dizer quanto aos compositores, apesar de nao concordar nem um pouco. Qual sao os seus pensamentos sobre Brahms e Chopin? Voce gosta dos Romanticos? Quais?
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Amancio
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Qui Jan 25, 2007 11:21 pm Assunto: |
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(berber) escreveu: |
Amancio, entendi o que vc quer dizer quanto aos compositores, apesar de nao concordar nem um pouco. |
No problem! Muita gente não concorda, assim como tem muita gente que não gosta de Brahms, outros não gostam de Wagner, outros não gostam de Tchaikovsky... Recentemente, aliás, uma amiga minha me contou que, quando Glenn Gould descobriu uma peça de piano de Mendelssohn que ele gostou, ele escreveu: "ah, eu gosto de Mendelssohn.. ele é bem melhor que Schumann". (risos)
(berber) escreveu: |
Qual sao os seus pensamentos sobre Brahms e Chopin? Voce gosta dos Romanticos? Quais? |
Dos românticos sim; da primeira geração romântica, com algumas reservas. Brahms eu entendo como segunda geração romântica, mas as primeiras obras lembram um pouco Schumann. Por exemplo o Trio n.1, Si Maior, gosto da obra mas sinto-a como um Schumann melhorado. Talvez por isso não a ouço com a mesma freqüência das outras obras. Idem para o Concerto 1 para piano (que até hoje não "desceu" completamente). De resto, é um dos meus compositores favoritos, está a anos-luz dos da primeira geração e por isso prefiro coloca-lo ao lado dos seus pares, Wagner, Verdi, Dvorak, Bruckner, Tchaikovsky.
Chopin, já gostei mais dele, hoje não sou tão apaixonado assim. Não consigo mais ouvir seus concertos com a empolgação que eu ouvia antigamente. Não compreendo sua sonata para cello (parece Schumann - risos). Berlioz, algumas obras ok, outras nem tanto (Nuits d'été); no geral falta conhecê-lo melhor. Schubert ok, mas preciso de gravações melhores das sinfonias (não sou muito fã delas). Bellini ok, Mendelssohn mais ou menos ok (gosto mas não sou fã do seu Concerto para violino).
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Leonardo T. de Oliveira
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 448 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Sex Jan 26, 2007 6:50 am Assunto: |
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1. Essa Copa é uma copa ou uma liga?
2. Pra variar, me identifico bastante com as impressões do Amancio de certos compositores. Acho que Rachmaninoff, por mais que não tenha exatamente a mesma técnica de escrita de Liszt, de escolher um motivo simples e sujeitá-lo a uma deliberação digna de todo imaginário de efeitos do piano, também reside o maior interesse de sua música no desempenho do intérprete. Por mais que se fale em acordes místicos, eu tenho mais vontade de ver as partituras do Rach sob o ponto de vista de um intérprete do que sob o ponto de vista composicional. Pode não soar muito convincente pra quem gosta muito do compositor, mas é como costuma acontecer: quem não gosta do piano não vê o menor motivo pra conhecer Rachmaninoff melhor. Diferente da importância composicional das sonatas pra piano de Beethoven, por exemplo.
3. Também acho Prokofiev um compositor multi-gostável. : ) O que justifica mesmo o resultado até agora. Sempre achei que ele fosse uma porta de entrada fascinante pra música moderna, com sua modernidade arisca e guapeca, e uma harmonia que pode ter um espírito alegórico mas jamais muito ameaçador aos ouvidos conservadores.
4. ...mas diante de Bartók ninguém sabe o que pode acontecer.
[]'s.
_________________ Leonardo T. Oliveira
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ZpinoZ
Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006 Mensagens: 600 Localização: São Paulo
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Enviada: Sex Jan 26, 2007 9:05 am Assunto: |
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Intrigante o uso metodológico que o Amancio faz do paradigma "Schumann".
Z
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Amancio
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Sex Jan 26, 2007 9:12 am Assunto: |
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(risos)
Um dia conseguirei entendê-lo. Também já tive problemas com Brahms e com Bartok (isso pra ficar só na letra B).
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Leonardo T. de Oliveira
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 448 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Sex Jan 26, 2007 12:20 pm Assunto: |
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Leonardo T. de Oliveira escreveu: |
1. Essa Copa é uma copa ou uma liga? |
Hein, ZpinoZ?
_________________ Leonardo T. Oliveira
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ZpinoZ
Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006 Mensagens: 600 Localização: São Paulo
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Enviada: Sex Jan 26, 2007 1:46 pm Assunto: |
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Esclareça-me maestro.
Qual a diferença entre uma Copa e uma Liga?
Z
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Bosco
Registado em: Sábado, 18 de Novembro de 2006 Mensagens: 211
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Enviada: Sex Jan 26, 2007 2:51 pm Assunto: |
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Amancio escreveu: |
Por exemplo o Trio n.1, Si Maior, gosto da obra mas sinto-a como um Schumann melhorado. |
Engraçado você dizer isso, mas o trio n.1 op.8 foi totalmente revisado depois dos dois outros trios pra piano. Mas você tem razão em perceber Schumann nesse trio; aliás, Schumann, quer dizer, os schumanns foram sempre presentes na vida e na obra de Brahms (menos nas primeiras obras. Quando Brahms encontrou com Schumann pela primeira vez, não conhecia nada de sua música). Então fica esquisito entender como você pode gostar de Brahms e detestar Schumann. Mas pelo "Chopin, já gostei mais dele...", "Berlioz, algumas obras ok"..., "Schubert ok, mas preciso de gravações melhores das sinfonias (não sou muito fã delas)", "Mendelssohn mais ou menos ok ", o quebra-cabeça não fica tão complicado pra mim.
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Leonardo T. de Oliveira
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 448 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Sex Jan 26, 2007 3:08 pm Assunto: |
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ZpinoZ escreveu: |
Esclareça-me maestro.
Qual a diferença entre uma Copa e uma Liga?
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Copa é mata-mata. Liga é todo mundo junto pra ver quem soma mais pontos.
Bosco escreveu: |
Então fica esquisito entender como você pode gostar de Brahms e detestar Schumann. |
Eu adoro Brahms, é um dos meus primeiros favoritos, mas, como o Bosco sabe, com Schumann a coisa é bem mais embaixo...
Simpatizo com as miniaturas de Schumann, com o 1º mov. do seu Concerto pra piano e com o Dichterliebe, e gosto muito dos seus Estudos Sinfônicos e da Fantasia Op. 17. Mas de resto, é aquele longo desenho melódico contornando as sinuosidades da harmonia que raramente se dá bem quando a história é a consistência dos temas da forma-sonata, e a delimitação dos temas pra fragmentá-los e transpô-los de uma tonalidade a outra no Desenvolvimento.
Dizem que insistir nesse tipo de crítica sobre a habilidade formal de Schumann x sua criatividade é algo típico e ultrapassado. É interessante que essa crítica se aprofunde mesmo, mas acho pessoalmente interessante que eu já tenha gostado bastante de Schumann, conheço suas aberturas e sinfonias e gostei muito quando conheci, mas hoje...
_________________ Leonardo T. Oliveira
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