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Alexandre
Registado em: Domingo, 25 de Fevereiro de 2007 Mensagens: 205 Localização: Americana SP
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Enviada: Sáb Mar 03, 2007 9:37 pm Assunto: Fatos engraçados no mundo da música |
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Abri este tópico para relatarmos os fatos engraçados que ocorreram no mundo da música.
Este ocorreu no Ospedale della Pietà pouco depois da morte de Vivaldi.
Depoimento do filósofo francês Jean-Jacques Rousseau:
“Uma música, na minha opinião, bem superior à das óperas e que não tem paralelo na Itália, é a dessas escolas. Todos os domingos, na igreja de cada uma delas, têm-se motetes, com grandes coros e grandes orquestras, compostos e dirigidos pelos maiores mestres da Itália, executados em tribunas gradeadas, somente por moças, das quais a mais velha ainda não tem 20 anos. Não conheço nada tão voluptuoso e tão tocante como essa música”.
Mas o prazer sonoro era insuficiente para Rousseau: “O que me desolava, acrescentou, eram aquelas malditas grades, que só deixavam passar os sons e escondiam de mim os anjos de beleza dos quais eles eram dignos. Eu não falava em outra coisa. Um dia, comentei sobre isso a M. de Blond: ‘se você está curioso’ – ele me disse – ‘para ver essas meninas, posso contentá-lo. Sou um dos administradores da casa; vou levá-lo para que possa fazer uma refeição com elas’. Eu não o deixei em paz enquanto não cumpriu sua palavra”.
“Ao entrar no salão que encerrava essas belezas tão cobiçadas, senti um entremecimento de amor que nunca havia experimentado. M. le Blond apresentou-me uma após outra essas cantoras célebres, cuja voz e cujo nome eram tudo que eu conhecia. Venha, Sofia... ela era horrível. Venha Cattina... ela era caolha. Venha, Bettina... a varíola a havia desfigurado. Quase nenhuma deixava de ter um defeito notável. O carrasco ria de minha surpresa, cruel. Duas ou três, no entanto, me pareceram passáveis: elas cantavam apenas no coro! Eu estava desolado. Durante o almoço brincamos com elas, que se divertiram muito. A feiúra não exclui as graças; eu as encontrei. E dizia para mim: Não se canta assim sem alma, elas têm uma. Enfim, meu modo de vê-las mudou e eu saí quase apaixonado por todas aquelas feiúras.”
Abç
Alexandre
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Alexandre
Registado em: Domingo, 25 de Fevereiro de 2007 Mensagens: 205 Localização: Americana SP
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Spartaco
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 908 Localização: São Paulo - SP
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Alexandre
Registado em: Domingo, 25 de Fevereiro de 2007 Mensagens: 205 Localização: Americana SP
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Leonardo T. de Oliveira
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 448 Localização: Curitiba-PR
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Paulo Egídio
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 155 Localização: Maringá/PR
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Enviada: Qua Mar 07, 2007 10:13 am Assunto: |
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A pior atribuída ao tio Jascha é aquela na qual ele foi interpelado por uma senhora após um concerto, ainda guardando seu Guarneri del Gesu, e a velhinha dizendo "nossa, como seu violino soa bem!". Ele rapidamente tirou o violino do estojo, colocou perto do ouvido e disse à velhinha, atônita: "Puxa, eu não consigo escutar uma só nota dele agora".
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Fato real, contado a mim pelo próprio músico que pagou o mico:
Ele tocava primeiro-violino numa das primeiras estantes, na orquestra do Teatro Colón de Buenos Aires. Começou um movimento lento, um arco muito lento, pra cima. Ele foi tocando, tocando, tocando, chegou ao talão e, quando foi voltar com o arco pra baixo...
... enroscou, prendeu, a abotoadura na gola da camisa.
A música continuava, o naipe tocando, o maestro prosseguindo, e ele dando pequenos safanões com o braço pra ver se a abotoadura soltava até que, num safanão maior, ela soltou...
... e, junto com ela, o arco escapou da sua mão e voou até aproximadamente a sexta fileira da platéia.
O maestro interrompeu a música, uma pessoa trouxe-lhe o arco de volta e meu amigo músico, terrivelmente vermelho (ele tem a pela extremamente clara), desculpou-se e o movimento foi reiniciado.
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Paulo Egídio
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 155 Localização: Maringá/PR
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Enviada: Qua Mar 07, 2007 10:20 am Assunto: |
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Alexandre escreveu: |
Heifetz com aquele jeitão, sempre rendeu fatos engraçados. Aquele vídeo que o Paulo Egídio comentou no tópico "You Tube, vídeos comentados", é um bom exemplo. Enquanto todos rolavam de rir com sua imitação ele continuava tocando com todo seu sarcasmo!
Segue mais algumas dele:
Em uma gravação, alguém sugeriu que ele refizesse um trecho que saiu desafinado, ao que ele respondeu: "- Deixe assim para que meus inimigos possam se consolar!"
Depois de uma apresentação alguém perguntou porque ele havia tocado tão rápido determinado movimento, ele respondeu:
"- Porque eu posso!"
Alexandre |
Alexandre, dificilmente a primeira história é verdadeira, porque as gravações do Heifetz são 99,9% dos casos sem emendas claras. "Refazer um trecho" não era algo que ele fazia mesmo, nem dava pra fazer na época do auge dele: gravam-se trechos enormes ou, mais habitualmente, o movimento inteiro de cada vez. Sabe-se que em uma de suas gravações das Árias Ciganas de Sarasate um harmônico não saiu e ele tocou-o, sozinho no estúdio, no dia seguinte(!), ouvindo a matriz e isto foi possível de editar.
Aliás, alguém já ouviu uma célebre gravação do concerto para cello de Schumann, acho que com Piatigorsky, que no final o oboísta grita "Bravo"? Não conseguiram tirar o grito da matriz, fizeram outra gravação, alguém errou, em outra o cellista arranhou o som, em outra aconteceu não sei o quê, e acabaram prensando a gravação do "Bravo" mesmo...
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Alexandre
Registado em: Domingo, 25 de Fevereiro de 2007 Mensagens: 205 Localização: Americana SP
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Enviada: Qua Mar 07, 2007 12:43 pm Assunto: |
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Mais Heifetz:
Como a inveja é um dos preços do sucesso, logo surgiram boatos tentando denegri-lo, como, por exemplo, o de que o violinista teria um "orelhão" no hall de sua mansão, a fim de impedir que seu telefone fosse usado por convidados. O pianista Arthur Rubinstein, que não desfrutava de grande prestígio entre os colegas - Moriz Rosenthal, aluno de Liszt, chamou-o de "palhaço" - não gostava de Heifetz por ter sido "dispensado" de sua casa na hora do almoço.
Aos 6 anos, Heifetz já tocava o concerto de Mendelssohn e aos 16 alcançou a fama, após um deslumbrante recital no Carnegie Hall, em Nova Iorque. Foi no intervalo desse concerto que aconteceu o famoso diálogo entre seu colega e rival, o russo Micha Elman, e um pianista da época. "Que calor!", comentou Elman, enciumado. "Curioso, não para pianistas!", disparou o frio interlocutor.
Alexandre
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Alexandre
Registado em: Domingo, 25 de Fevereiro de 2007 Mensagens: 205 Localização: Americana SP
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Enviada: Seg Jan 03, 2011 4:33 pm Assunto: |
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Diz-se que Max Bruch tocou pessoalmente seu 1º concerto para Brahms,(piano e violino). Quando acabou, ao invés de fazer algum comentário, Brahms roçou os dedos para sentir a textura do papel da partitura, virou para o Bruch e disse: “Onde você compra essa pauta? É de primeira qualidade!"
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