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Chopin
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Laura



Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Sáb Ago 04, 2007 5:27 pm    Assunto: Responder com Citação

Ricardovsky, e agora que você ouvindo as Polonaises com Rubinstein? Como fica a comparação com a interpretação de Idil Biret? Estou curiosa.


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Ricardovsky



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Sáb Ago 04, 2007 10:04 pm    Assunto: Responder com Citação

Cara Laura,

Você sabe que não sou nenhum expert (você sim é), mas, com meus critérios para lá de subjetivos, posso lhe afirmar que o homem é demais. Contudo, digamos que em algumas polonaises eu prefira Biret, que também é demais, e em outras Rubinstein.
É muito perceptível o estilo de cada um inserido em épocas bem diferentes. Os pianistas do passado parecem interpretar mais, enquanto os do presente se detêm mais na partitura. Os dois estilos proporcionam, em grandes pianistas, resultados maravilhosos.

Rubinstein possui aquele toque que faz o piano falar, expressar sentimentos, às vezes, conflitantes. Determinado trecho da música é triste, é alegre? Depende do toque de Rubinstein. Certas vezes parece que ele está fazendo uma pergunta com o piano, outras vezes parece estar dando uma bronca em alguém, parece estar com pressa, namorando... em suma, o pianista tem a sua disposição um verdadeiro leque de recursos. Fica a seu critério tocar uma polonaise mais rápida, outra mais lenta. O momento em que se encontra vai lhe dizer como interpretar. Isso mesmo, talvez seja aí que eu queira chegar: para Rubinstein, a interpretação está além da técnica, mesmo que essa última também seja, para ele, importante. Ele quer mostrar sobretudo que se trata de um grande virtuose e faz isso maravilhosamente bem.

Já Biret tem uma interpretação lógica: do jeito que ela interpreta uma polonaise, também interpreta outra. Talvez isso seja uma tendência dos pianistas modernos, que querem construir uma maneira de tocar, uma maneira de interpretar, e, para isso, é muito importante que ele possua uma técnica acentuada, que não lhe irá permitir deslizes exóticos. Aqui, a técnica estaria, então, acima da interpretação. Alguns pianistas são mais tímidos, outros mais vigorosos, outros mais líricos e por aí vai, mas assim será em toda obra que interpreta, pois constroi uma técnica que vai determinar que sempre faça assim. Gosto exatamente do toque vigoroso de Biret, que cai como uma luva nas polonaises de Chopin e de sua capacidade de marcar perfeitamente as notas. Com Biret, a gente consegue ouvir todas as notas, o que é diferente do "rio sonoro" criado por Rubinstein (e isso não é problema da gravação da década de 30). Não estou falando mal de ninguém, pelo contrário, elogio os dois pianistas.

Bem, por fim, só para citar algumas obras, digo que, aos meus ouvidos, Biret é, até agora, insuperável na polonaise op. 40 nº 1 (e na nº 2 também). Agora, Rubinstein me balançou muito na sua interpretação da polonaise op. 53, pelo seu caráter gestual extremamente imprevisível (Chopin, hipoteticamente, poderia dizer: "Nunca pensei que essa obra pudesse ser tocada assim"). Rubinstein me fez também ouvir coisas no "Andante Spianato et Grande Polonaise Brillante" que me deixou surpreso, de modo que passei a gostar mais de tal obra.

É isso, Laura, espero não ter viajado muito e falado muita besteira.


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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Dom Ago 05, 2007 10:43 am    Assunto: Responder com Citação

Ricardovsky,

Já tenho boa parte da obra de Chopin em cds individuais, por isso nunca quis comprar a integral da Brilliant. Porém, seus comentários sobre Rubinstein e a gravação do Kissin estão me fazendo repensar minha decisão...


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Laura



Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Dom Ago 05, 2007 11:55 am    Assunto: Responder com Citação

Obrigada, Ricardovsky. Às vezes eu tenho a impressão que são os teus ouvidos a digitar diretamente os teus comentários...


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Ricardovsky



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Dom Ago 05, 2007 2:29 pm    Assunto: Responder com Citação

Que isso, gente!? Vocês que são amigos demais, hehehe... Obrigado pelos elogios.


Amancio,

Eu também já tinha praticamente a obra completa de Chopin antes de comprar a integral da Brilliant, mas lhe digo que mesmo assim vale muito a pena, tanto pelos cds históricos quanto pelos que compõem a obra completa. Aliás, só para lhe deixar com mais vontade ainda de comprar. Pergunto se você, por acaso, possui as canções polonesas de Chopin. Nossa, são lindas. O único problema é que, infelizmente, não há na coleção o texto das canções.


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Ricardovsky



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Dom Ago 05, 2007 4:13 pm    Assunto: Responder com Citação

Caro Amancio,

Só para você ficar mais tentado ainda... Laughing Os dois últimos cds da Chopin Edition trazem as Mazurkas completas, também com Rubinstein. Tudo que eu falei antes também cabe aqui. A gravação está satisfatória, com pequenas (e poucas) distorções comuns nessas gravações históricas e com certo eco, presente apenas em passagens mais graves e entusiasmadas (que contudo também não prejudica em nada a audição). Olha, lembrei-me da Laura, que disse uma vez que alguns intérpretes nos faziam crer que estávamos diante de obras que nunca ouvimos. Parece que ouvi as Mazurkas pela primeira vez!!!

Li uma coisa muito interessante no livro "Chopin" de Nicholas Temperley. Ele diz que, em Chopin, não há uma distinção entre improvisação e composição. O compositor improvisava ao piano e depois passava sua idéia para o papel, o que, para ele, era sacrificante, pois nem sempre conseguia repetir o que fizera (coitado, se na época existisse gravador, poderia gravar a improvisação e transcrevê-la para o papel). Bem, lembrei-me disso porque a sensação que estou sentindo ao ouvir Rubinstein é de alguém que está improvisando Chopin. Claro, ele não está deturpando as obras, longe disso, mas toca com uma liberdade e uma fluência incríveis. O "rio sonoro" que eu havia citado anteriormente pode ser sentido, por exemplo, na Mazurka op. 17 nº 4. Ainda as Mazurkas op. 33 (todas) e a op. 41 nº 1, em meio a tantas outras, deixaram-me boquiaberto. O sujeito fala com o piano. Mas, só estou começando a ouvir as mazurkas...


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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Dom Ago 05, 2007 10:30 pm    Assunto: Responder com Citação

Ricardovsky, não tenho nem conheço as canções polonesas. Obrigado pelos comentários, acho que vou comprar junto com a caixa do Beethoven (better together, como diz a Amazon).


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Mário



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MensagemEnviada: Seg Ago 06, 2007 10:09 am    Assunto: Responder com Citação

As canções polonesas já ouvi com o Cortot, são muito bonitas.


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Laura



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MensagemEnviada: Seg Ago 13, 2007 2:40 pm    Assunto: Responder com Citação

Caríssimos, aí vai um vídeo da Martha Argerich jovenzinha, tocando maravilhosamente a Polonaise Eróica.

http://www.youtube.com/watch?v=ub0yvfzaKNI

PS: Se a Mitsuko Ushida tivesse ao menos uma pitadinha de sangue latino nas veias, podia ser páreo para a Martha.


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ZpinoZ



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MensagemEnviada: Seg Ago 13, 2007 3:35 pm    Assunto: Responder com Citação

Queria pedir perdões antecipados por entrar nessa seara Chopiniana, já que sou duplamente jejuno, de Chopin e de Piano, porém a mais bela Marcha Fúnebre que já ouvi foi com a Mitsuko Ushida. E, em geral, gosto de quase todas suas interpretações.

Z


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Ricardovsky



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Sex Ago 17, 2007 7:39 pm    Assunto: Responder com Citação

Que prazer, que experiência fascinante ouvir as mazurkas de Chopin com Rubinstein. Como não o conhecia antes, eu era fã mesmo só do Cortot, agora (e que bom!) incluo Rubinstein entre os pianistas que mais admiro.

Curiosamente (não foi proposital, agora que me dei conta), estou ouvindo os cds históricos da integral Chopin de trás para frente. Já ouvi os três últimos, que trazem Rubinstein interpretando as polonaises e mazurkas, já ouvi também o cd 27, com Cortot, e agora começo a escutar o 26, com três pianistas muito antigos: Raoul Pugno, Vladimir de Pachmann e Ignaz Friedman.

Até agora só ouvi Raoul Pugno, pianista e compositor francês nascido em 1852 e falecido em 1914. As gravações são de 1903!!! Shocked Isso significa que estou tendo a honra de ouvir um pianista do século XIX. As obras tocadas por ele são a valsa op. 34/1, o noturno op. 15/2, o improptu op. 29 e a berceuse op. 57. As gravações, como não poderia deixar de ser, são horríveis, mas, mesmo assim, fascinantes e emocionantes, sendo muito mais do que meras curiosidades, já que são o testemunho de uma escola que tem um modo de tocar bem peculiar. O homem toca como se fosse tirar o pai da forca! Que rapidez! Rubinstein já interpreta mais rápido do que, por exemplo, Biret, mas parece que quanto mais adentramos pelo século XIX mais rápidas eram as interpretações. Um barato, quando a gente começa a ouvir o piano atrás dos chiados já acabou Laughing !!! Estou brincando, dá para ouvir o sujeito direitinho, e ele é muito bom! Mas é vapt vupt!


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Leonardo T. de Oliveira



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MensagemEnviada: Sex Ago 17, 2007 8:14 pm    Assunto: Responder com Citação

Ricardovsky escreveu:
(...) Curiosamente (não foi proposital, agora que me dei conta), estou ouvindo os cds históricos da integral Chopin de trás para frente. Já ouvi os três últimos, que trazem Rubinstein interpretando as polonaises e mazurkas, já ouvi também o cd 27, com Cortot, e agora começo a escutar o 26, com três pianistas muito antigos: Raoul Pugno, Vladimir de Pachmann e Ignaz Friedman.


Ignaz Friedman: esse era muito craque, pena que não dá pra ouvir direito...



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Leonardo T. Oliveira
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Ricardovsky



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MensagemEnviada: Sex Ago 17, 2007 10:03 pm    Assunto: Responder com Citação

Oi, Leonardo! Que saudades! Como vai, amigo?

Ouvi o cd ao qual me referi, e, olha, dá para ouvir e muito bem Ignaz Friedman. Como você disse, o homem é craque mesmo, fiquei boquiaberto com suas interpretações. Aliás, o que essas interpretações históricas da Chopin Edition têm mais me feito é deixar-me boquiaberto. Hoje estou muito cansado, amanhã falo das minhas impressões a respeito desse pianista, mas antecipo dizer que são incríveis, sobretudo, seu Estudo Revolucionário (op. 10/12) e sua Polonaise Heróica (op. 53). Esses pianistas do passado parecem inventar algumas notas que deixam as obras mais maravilhosas ainda.

Surpreendentemente, as gravações de Vladimir de Pachmann, que são de 1907/1909, estão bem melhores do que as de Raoul Pugno. Não sei, mas a impressão que me dá é que os técnicos logo aprenderam que deveriam gravar baixo para evitar muitos ruídos e distorções. A gravação é baixa, mas para solucionar o problema basta aumentar o volume do aparelho de som.


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Leonardo T. de Oliveira



Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Sex Ago 24, 2007 8:28 pm    Assunto: Responder com Citação

Meu amigo, compadre, conselheiro Ricardovitch, vamos que vamos... Você deve uma visita aos amigos curitibanos - sim, já passou da hora -, vou procurar informar pra sua agenda o próximo concerto mozartiano.

O sr. Friedman é muito enérgico e impressionante, pianista à la Schnabel. Que bom que o som do seu (dele) Chopin não está nada embaraçoso, como o seu (idem) Beethoven.

Por falar em Chopin, 1. Colarusso não gosta da Mitsuko Uchida..., mas desgosta ainda mais da sua gravação da Sonata 2 de Chopin - embora eu confie no Mozart e no trabalho feito sobre Debussy dessa pianista, a ênfase negativa sobre essa gravação me fez colocá-la (a gravação) num esforço menor de possível interesse... Quiçá, no entanto, minha curiosidade por ela (idem) aumentou, curiosidade sempre gerada pelas críticas negativas por aí (pois que conferir coisa ruim aguça os nossos critérios...); 2. Sviatoslav Richter é um pianista muito bacana pra Chopin, como nas baladas por exemplo. Sabiam?

Abraços(, e saudades, sim!, de trocar mensagens com velhos amigos!).



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Laura



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MensagemEnviada: Qui Nov 22, 2007 7:24 pm    Assunto: Responder com Citação

Errei! Crying or Very sad

Quem manda comprar na Amazon alemã sem entender bulhufas??
Acabei encomendando a coleção de Chopin, da Brilliant, sem os CDs históricos, acho... 17 CDs, errei mesmo, né?

Mas pelo menos tem os estudos com o Lortie. E tem algo com Gilels, é isso?


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