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Laura

Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006 Mensagens: 1021 Localização: São Paulo - Brasil
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Ricardovsky
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 697 Localização: Teresópolis - RJ
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Enviada: Dom Jul 15, 2007 11:02 am Assunto: |
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Folke Nauta toca maravilhosamente bem. Aliás, quem sou eu para criticar alguém que toque as polonaises de Chopin, quem pode fazer isso é o Berber, a Laura ou outros colegas daqui. De qualquer modo, prefiro a Idil Biret, muito mais vivaz e com umas surpresas que eriçam as minhas orelhas. Coloquei para comparar as polonaises op. 40, com Biret e Nauta. Eu, como já disse, gostei mais de Biret, mas minha esposa achou a interpretação de Nauta mais apaixonada e emocionante, gostando mais dele. Bem, como em terra de cego quem tem um olho é rei (e aqui somos dois cegos ), ficamos no empate.
Mas uma coisa é certa, o piano de Nauta (falo do instrumento mesmo) tem um som muito mais bonito. Aliás, como é bonito o som dos pianos nessa integral da Brilliant.
Por fim, como já disse a Laura lá em cima, certas interpretações fazem com que a gente se sinta diante de composições diferentes. A questão aqui não é quem é melhor ou pior. Os dois pianistas são simplesmente diferentes e preferir um a outro é algo meramente subjetivo.
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Vitinho

Registado em: Sexta-Feira, 3 de Novembro de 2006 Mensagens: 105
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Elimar

Registado em: Terça-Feira, 7 de Novembro de 2006 Mensagens: 254 Localização: Ipatinga - MG
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Ricardovsky
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 697 Localização: Teresópolis - RJ
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Enviada: Dom Jul 15, 2007 5:27 pm Assunto: |
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O termo "nauta" vem do grego "naútes" e significa "marinheiro, navegante". O sufixo "tes" indica o agente e "naûs" em grego significa "barco", "navegação". Logicamente, é daí que vem "nau".
O que será que significa "Folke"? Será que também está relacionado a um meio de transporte? De minha parte, eu só conheço aquele carro: Folkes Wagner.
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ZpinoZ

Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006 Mensagens: 600 Localização: São Paulo
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Enviada: Dom Jul 15, 2007 6:09 pm Assunto: |
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Depois das sábias explanações paleo-helenicas do Ricardovsky, só resta adiantar que, fica claro, Folke Nauta, tem uma história filológica híbrida anglo-grega, tecnicamente um hibridismo. Formada pelo prefixo "folk" (vejam folklore) e pelo sufixo ”nauta", resultando no seguinte significado geral: folknauta - indivíduo que navega, transita pelas tradições, artes e culturas populares.
Z
Editando: aviso a todos os "nautas" da nau Presto: Isso não é sério.
Editado pela última vez por ZpinoZ em Dom Jul 15, 2007 9:35 pm, num total de 2 edições |
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Ricardovsky
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 697 Localização: Teresópolis - RJ
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Enviada: Dom Jul 15, 2007 8:10 pm Assunto: |
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Eu bem que desconfiei do termo "folclore". O Zpinoz clarificou tudo muito bem.
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Ricardovsky
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 697 Localização: Teresópolis - RJ
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Enviada: Seg Jul 16, 2007 12:06 pm Assunto: |
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Agora vou começar a dar uma desacerelada na Integral Chopin, pois, a partir do cd 10, há muitas obras que não conhecia. Quero ouvir bastante as polonaises da infância e adolescência do compositor. Duas delas (KK IIA Nº 1 e KK IVA Nº 1), que são as mais antigas, foram escritas em 1817, ou seja, Chopin tinha apenas 7 anos de idade quando as criou. Na sua infância, Chopin era chamado de o "Mozart polonês".
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Vitinho

Registado em: Sexta-Feira, 3 de Novembro de 2006 Mensagens: 105
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Enviada: Seg Jul 16, 2007 2:42 pm Assunto: |
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Muito estranha essa numeração, Ricardovsky.
As Polonaises que Chopin escreveu na infância eu conhecia como sendo BI 3, BI 5, BI 1. Elas são bem bonitas.
É impressionante saber que uma criança de 7 anos já escrevia (e tocava!!) coisas como essas.
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ZpinoZ

Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006 Mensagens: 600 Localização: São Paulo
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Enviada: Seg Jul 16, 2007 2:56 pm Assunto: |
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Posso surfar nessa onda chopiniana dizendo que assisti recentemente o filme A Song to Remember, de 1945. Uma pretensa biografia do compositor, inexata e siderada, como as centenas que Hollywood impunemente cometeu.
O diretor era o ótimo Charles Vidor, provavelmente inocente dos desacertos do filme, o culpa era da época, da indústria cinematográfica, e dos conceitos então vigentes.
Atuavam Cornel Wilde como Chopin e a Merle Oberon como George Sand. E a história girava em torno do romance que os dois mantiveram.
E, inversamente, enquanto Chopin soava falso e desinteressante, a George Sand de Merle Oberon era magnífica. É excelente a personificação que a atriz faz da romancista. Lembrando que Merle Oberon tinha estofo e substancia para preencher Sand, considerando que Merle sempre foi, excêntrica, errática e pouco palatável para o star-system de Holliwood, que apesar de tudo, por causa de seus convientes casos, tinha que engoli-la.
Z
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Mário

Registado em: Quarta-Feira, 4 de Abril de 2007 Mensagens: 63
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Ricardovsky
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 697 Localização: Teresópolis - RJ
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Enviada: Seg Jul 16, 2007 8:21 pm Assunto: |
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Caro Vitinho,
Também conhecia essa numeração que você citou. É assim que está especificado no meu cd de polonaises da naxos, cuja intérprete é Edil Biret. O uso de uma forma ou outra está relacionado simplesmente ao nome do estudioso que estabeleceu o catálogo de obras. Eis os catálogos:
- M. J. E. Brown: Chopin: an Index of his Works in Chronological Order. Londres, 1960; rev. 2/1972.
- K. Kobylanska: Rekopisy utworów Chopina: Katalog. Cracóvia, 1977; trad. alemã, 1979.
O cd da naxos segue o primeiro catálogo (o "B", logicamente, é de Brown). Já a numeração que está na Integral Chopin da Brilliant segue o segundo, que é mais recente ("KK" são as iniciais do nome do último musicólogo).
Na relação das obras do compositor que aparece no livro "Chopin" de Nicholas Temperley, são citadas as duas formas. Vejam como aparece a relação das polonaises:
B - KK (ou opus)
1 - IIa/1 sol menor 1817
3 - IVa/1 si bemol maior 1817
5 - IVa/2 lá bemol maior 1821
6 - IVa/3 sol sust. menor 1822
11 - 71/1 ré menor 1825
13 - IVa/5 si bemol menor 1828
24 - 71/2 si bemol maior 1828
30 - 71/3 fá menor 1828
36 - IVa/8 sol bemol maior 1828
90 - 26 dó sust. menor 1834-5
mi bemol menor
120 - 40/1 lá maior 1838
121 - 40/2 dó menor 1838-9
135 - 44 fá sust. menor 1840-41
147 - 53 lá bemol maior 1842
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Amancio

Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Seg Jul 16, 2007 8:24 pm Assunto: |
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Ricardovsky escreveu: |
O que será que significa "Folke"? Será que também está relacionado a um meio de transporte? De minha parte, eu só conheço aquele carro: Folkes Wagner. |
Adicionando meus dois centavos, "folk" deve ter alguma origem na palavra "povo", ou popular. No alemão, Volk, povo, (volks-wagen, carro popular); folclore, cultura popular. Mas concordo mais com a definição do ZpinoZ, indivíduo que transita pelas tradições, artes e culturas populares.
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Ricardovsky
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 697 Localização: Teresópolis - RJ
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Enviada: Seg Jul 16, 2007 10:12 pm Assunto: |
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Hoje saí um pouco da ordem que estava seguindo na integral Chopin e ouvi o Concerto para Piano nº 1, com Kissin e Kitaenko (Orquestra Filarmônica de Moscou). O cd tem todas as imperfeições que se pode esperar de uma gravação ao vivo: tosses, ruídos, som um pouco abafado (mas bem claro) e outras imperfeições. Contudo, muitas vezes esse é o preço que se paga para ouvir uma gravação emocionante. Como a gravação é de 1984, acho que Kissin estava com 13 anos (se não me engano, o pianista nasceu em 1971). É impressionante a sua técnica e energia. Já a orquestra de Kitaenko toca naquele estilo bem russo, de forma bem marcada e austera. Eu acho uma maravilha, apesar de considerar que tal performance se adapte melhor às obras de compositores russos.
Essa gravação parece ser do tipo daqueles cds excelentes que sairam há um tempo atrás do selo "audiophile", série "Legacy" (quem lembra?), que trazia uma série de intérpretes russos já considerados lendários (Kondrashin, Mravinsky, Rozhdestvensky, Fedoseyev e o próprio Kitaenko). Curiosamente, todas as gravações eram em ADD, apesar da maioria ser da década de 80. O mesmo se dá nessa gravação da Chopin Edition, que é de 1984, mas ADD.
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Ricardovsky
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 697 Localização: Teresópolis - RJ
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Enviada: Seg Jul 16, 2007 10:33 pm Assunto: |
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Achei o cd original!! Ei-lo:
Na verdade, Kissin estava com 12 anos (nasceu em 1971 mesmo, mas ainda não havia completado 13 anos). O encarte da Integral Chopin da Brilliant nada fala dessa interpretação, nem de Kissin, o que considero uma falha, tendo em vista a importância desse concerto em Moscou.
Há um texto interessante sobre tal gravação, que colo abaixo:
by Johann D'Souza
This concert has been dubbed as a legendary concert. But why legendary? Well it does not seem so obvious until one finds that it is performed by a 12 year-old boy. What prompted me to buy this disc was the fact that I was talking to a friend who had said that he had seen Kissin in London a while back and in his words he said that Kissin is "unbelievably exciting, breathtaking, truly a genius."
The CD's front sleeve displays a boy totally in control of what he is doing. His eyes peering in the distance, his hands stretched out decked on the keyboard giving you that feeling of a person waiting to show the world what he is made of - and he does not take long to prove it to you! From the first long tutti to the introduction of the E minor concerto you're straight away thrust into a sense of total bewilderment. I remember a couple of years ago when the SSO had invited 3 Russian children to perform under the baton of Choo Hoey. Barely 14, they played Lalo's Symphonie Espagnol, Wienawski's Second Violin Concerto and Rachmaninoff's Piano Concerto No.2. I was stunned by their skill but I came out of the concert hall a bit dismayed. I was disappointed because there was a cold feeling in their playing, like a bunch of robots fresh off the conveyor belt. Technically they were so perfect it was mind boggling. From their pizzicati to their double stops, everything was perfect. The pianist too was a technical wizard from the moment she greeted her eager audience (with a quick bow and off to the piano she went). However from the initial seven or nine chords you just felt that it was a machine playing.
Kissin (left) is different. He has a manner which combines extreme forces, sculpturing tone in a masculine manner yet with the lightness and elasticity of playing in the second movement with an intensity few can achieve at this age. Chopin's First Concerto is by far one of the hardest concertos in the piano repertoire, and although my all time favorites in terms of the second movement of this E minor concerto are the ones played by Fou Tsong and Martha Argerich, Kissin comes after them.
I remember reading an article a long time ago stating that Lord Yehudi Menuhin played his finest Beethoven Concerto at the age of 12 and this performance was never repeated in a similar manner. However, with Kissin, he seems to thrive in a live performance. You can hear the thunderous applause immediately after the last chord and this is the same with his Rachmaninoff Piano Concerto No.3 (RCA-09026-69158), when the audience jumps with shouts of "Bravo!". I am quite convinced that even ifhe plays a Chopin nocturne marked "Lento", he is going to get a similar response. He just has this ability to intensify the moment and draw its energy from the crowd.
Kissin was born in Moscow in 1971. He began lessons at the age of 2 and at 6 entered the Moscow Gnessian School of Music for Gifted Children. He made his performance debut at the age of 10 and gave his first recital the following year. This recording was made in 1984 when he shot to fame as a "legend". I am quite sure that word must have reached the West in a similar manner - like how Richter came to prominence or when Van Cliburn came back after winning the First Tchaikovsky competition. The world saw a glimpse of Kissin's genius when he performed a Liszt Hungarian Rhapsody at such a speed few could and can emulate at the 1992 Academy Awards. Now 26, Kissin has three recordings of Chopin music, the other two in an all Chopin programme at Carnegie Hall (RCA 09026-60445 and 09026-62542).
I must admit that I'm a sucker for slow movements. For both the E minor and F minor concertos, Kissin's playing is almost a minute faster than Martha Argerich and Adam Harasiewicz (Laserlight 14-061). Argerich's E minor concerto with Witold Rowicki is exciting and her recording with Claudio Abbado on Deutche Grammophon (Originals 449 719) is also another legendary performance. The second movement is about spring and moonlight as described by Chopin in a letter to his friend Titus. I found it hard for Kissin to bring these elements out as compared to the spontaneity of Argerich under Abbado. However, once we get to the third movement, Kissin's superfluous technique, and his iron fortissimos all come out clear and with great intensity of inner feeling. I suppose that is one of the reasons he is able to conclude both concertos on such a high note.
For those who love Chopin, another highly recommended recording of the concerti are those of Krystian Zimmerman (DG 415 970) - his second movement of the E minor is close to 10 minutes long. It is drawn out to a satisfying point which I find very touching. His runs are superfluous and sparklingly clear. In recent times this has also been compared to Maria Jao Pires's recording, also on DG (437 817).
Well, although there are so many Chopin Concerti discs out there, I recommend this one highly if you love a sense of passion and excitement in these works. I hate to end reviews like this because I'm constantly exploring new pianists who see things differently from the grand masters. I suppose music does transcend time, going by the evidence provided with each new interpretation, each new pianist.
Para quem não sabe, a elogiadíssima gravação de Krystian Zimmerman do concerto nº 1, citada pelo crítico acima, é aquela que saiu na Deutsche Gramophone Collection, nas bancas de jornais há algum tempo. Trata-se realmente de uma gravação esplendorosa em todos os sentidos. A maior que já ouvi.
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