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ZpinoZ

Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006 Mensagens: 600 Localização: São Paulo
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Enviada: Qua Mai 09, 2007 3:00 pm Assunto: |
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Rainha,
Na verdade não sei, porém leio com frequências na "multimidia" este termo, e consta que as pessoas assistem religiosa e compulsivamente...
Z
Editado pela última vez por ZpinoZ em Qua Mai 09, 2007 5:21 pm, num total de 1 edição |
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Laura

Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006 Mensagens: 1021 Localização: São Paulo - Brasil
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ZpinoZ

Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006 Mensagens: 600 Localização: São Paulo
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Enviada: Qua Mai 09, 2007 3:03 pm Assunto: |
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Laura,
Nada como você para introduzir a nós, catecúmenos, nestas searas exóticas e exotéricas.
Z
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Königin der Nacht

Registado em: Terça-Feira, 5 de Dezembro de 2006 Mensagens: 524 Localização: São José dos Campos
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Enviada: Qua Mai 09, 2007 3:29 pm Assunto: |
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Laura escreveu: |
Milena, "novela" é uma proto-ópera de conteúdo pseudo-dramático. |
Laura,
Pelo visto, "novela" é algo que você também não vê! *risos*
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Amancio

Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Leonardo T. de Oliveira
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 448 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Sex Jun 01, 2007 2:55 pm Assunto: Re: " |
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Uma vez vi na TV um documentário sobre Proust, e eles selecionaram umas cenas de alguma produção inglesa do "Em Busca do Tempo Perdido" que usava a sonata pra violino do César Franck como trilha pra tal sonata do Vinteuil. Mas fiquei curioso com esse texto indicado pela Laura! É uma especulação engraçada, no mínimo como exercício de interpretação do romance. : P
_________________ Leonardo T. Oliveira
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Piras
Registado em: Segunda-Feira, 20 de Agosto de 2007 Mensagens: 9
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Enviada: Sex Ago 24, 2007 1:23 am Assunto: |
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Engraçado! Eu nunca consegui reconhecer no Vinteuil nem Franck, nem Debussy. Talvez seja pelo fato citado pelo Pádua: o Proust fala antes de personalidades do mundo musical que de música propriamente dita. No fundo, no fundo, acho que ele não era lá um entendido no que respeita ao assunto (no que respeita ao assunto...). No À sombra das raparigas em flor, o segundo volume do Em busca do tempo perdido, há algumas referências a uma atriz muito famosa, a Brema, na qual pode ser facilmente reconhecida a Sarah Bernhardt. O problema é que, em Proust, nunca sabemos se estes personagens correpondem a uma figura real ou a um compósito delas.
*-*-*-*-*-*
Sou muito apegado ao Thomas Mann, mas o seu único grande romance que não li foi exatamente o Doutor Fausto. Senti uma repulsa inexplicável e invencível pelo texto, apesar de todos os testemunhos próximos a seu favor. Mas é claro que quem conheceu Herr Kroger e Doctor Von Aschembach deveria também ser apresentado a Herr Leverkuhn. O problema é que, mal o conhecendo, já desgosto do sujeito...
_________________ "A Juventude é uma coisa maravilhosa; ela parte para o início da vida, coroada de flores, tal como a esquadra ateniense para a conquista da Sicília". Chateaubriand
Editado pela última vez por Piras em Sex Ago 24, 2007 5:39 pm, num total de 1 edição |
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ZpinoZ

Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006 Mensagens: 600 Localização: São Paulo
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Enviada: Sex Ago 24, 2007 11:27 am Assunto: |
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Piras escreveu: |
... Mas é claro que quem conheceu Herr Kroger e Doctor Von Aschembach deveria também ser apresentado a Herr Leverkuhn. O problema é que, mal o conhecendo, já desgosto do sujeito... |
Muito interessantes suas considerações, me permita comentá-las.
Mas será que esse "desconforto não muito bem explicado" que sentimos em relação à Leverkuhn não foi premeditado por TM, e, mais que isso, um traço sutil e brilhante de sua contrução de personagens?
Veja, no Doutor Fausto, desde o primeiro parágrafo, o narrador esta fazendo um discurso de justificação. Desde o início, ele na própria tessitura da escritura, na parciomônia com que avança informações, nos induz a pensar que ele esta tentanto "salvar" um monstro, um pecador sem remissão, um desviado, um trangressor.
Z
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ZpinoZ

Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006 Mensagens: 600 Localização: São Paulo
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Enviada: Ter Jan 01, 2008 11:10 am Assunto: |
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Bosco escreveu: |
Eu citaria outro grande livro: Contraponto de Aldous Huxley. A existência de Deus é revelada na audição da op.132 de Beethoven. |
Retomando um tema antigo...
Tinha lido faz muito, muito tempo Contraponto de Aldous Huxley, nestas férias de Natal revolvi reler. Trata-se de uma exposição multifacetada da aristocracia inglesa entre guerras, em conseqüência fala-se da Música que eles consumiam, Na verdade, precisamente, duas obras: Suíte em Si Menor para Flauta e Cordas, opus BWV 1067, de Bach; e o Quarteto de Cordas N. 15, opus 132, de Beethoven, especialmente o terceiro movimento, a famosa Canção Lídia.
A primeira, Bach, serve de música de fundo a um momentoso baile numa riquíssima mansão onde são apresentados todos os incontáveis personagens que transitaram pelo romance. E interessante Huxley falar o tempo todo em pastoras e pastores, como “contraponto”, da sofisticada e blasé, aristocracia britânica.
En passant, uma coisa boa das Integrais é isso: falou, na hora a gente consulta a obra.
A segunda, Beethoven, quase fecha o livro, e, além de servir como ponto relevante da trama para encerramento do romance, é apresentada (o Terceiro Movimento) como manifestação da existência de Deus.
Comparando Contraponto de Huxley e Doutor Fauto de Thoman Mann, no que se refere à Música, existe uma diferença fundamental, de natureza, de estrutura narrativa do romance. No inglês a Música é, digamos, "incidental", uma elemento da cultural. Enquanto no alemão constitui o cerne mesmo do enredo.
Edição para um adendo muito importante:
Sei que Contraponto é conhecido como uma espécie de Jazz-Litteratura, e também que reivindicam que ele tenha uma estrutura de Sinfonia, ou seja, que a coleção de temas/moivos do romance são retomados e retrabalhados continuamente. Entretanto acho que isso não fica evidente para um leitor desavisado, que não tenha essa infomação préviamente.
Entretanto existem curiosas similitudes entre os dois livros: uma é a dolorida morte, o “sacrifício” de um garoto, apresentando cheio luzes, de aspectos positivos e extrema simpatia; outra um crime gratuito e intempestivo, quase desnecessário, porque, rigorosamente, à margem da trama; e por fim e mais interessante, o Bosco já havia apontado no inglês, porém em ambos os autores, o Quarteto de Cordas N. 15 de Beethoven é escolhido para evidenciar a existência de Deus.
Nada sei dizer sobre o resto, mas anjos existem,em 15/12/2005, na Sala São Paulo, eu vi um deles cantar no Elias de Mendelssohn.
Z
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CID
Registado em: Terça-Feira, 1 de Janeiro de 2008 Mensagens: 53
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Enviada: Sáb Jan 12, 2008 9:12 pm Assunto: |
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Sem querer interromper os comentários acerca de Doutor fausto e Contraponto, mas percebi que nenhum escritor(a) brasileiro foi comentado, talvez por falta mesmo do tratamento da música nas obras de autores nacionais.
Do que me lembro, posso citar um conto de Machado de Assis que aborda a questão da impossibilidade de expressão de uma perspectiva pessimista e com uma ironia amarga. Chama-se Cantiga de esposais e é sobre um padre que tenta compor (ou concluir, não me lembro) uma música e não consegue. Após rasgar a partitura, ouve num canto de pássaros a melodia que ele estava procurando e vai dormir, amanhecendo morto.
Clarice Lispector parece tratar o mesmo tema de modo diferente. Em A hora da estrela , o narrador, Rodrigo S. M., agradece a vários compositores clássicos por terem eles "atingido zonas assustadoramente inesperadas". A meu ver, essas "zonas ocultas" parecem ter feito o narrador notar sua própria dificuldade de descrever a história de Macabéa, vindo daí os questionamentos sobre o ato de escrever presentes no livro.
Cabe destacar também o aproveitamento que a poesia concreta fez da música de compositores de Vanguarda, especialmente da Segunda Escola de Viena, com destaque para Webern. Na série de poemas poetamenos, por exemplo, Augusto de Campos cria um equivalente da "Klangfarbenmelodie" na poesia, utilizando, ao invés de timbres, frases, palavras, sílabas, letras e cores.
Um abraço a todos
CID
Editado pela última vez por CID em Sáb Jan 12, 2008 9:53 pm, num total de 1 edição |
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Pádua Fernandes
Registado em: Terça-Feira, 7 de Novembro de 2006 Mensagens: 1229 Localização: São Paulo
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Enviada: Sáb Jan 12, 2008 9:38 pm Assunto: |
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CID escreveu: |
Veio-me à mente A hora da estrela, de Clarice Lispector, onde o narrador agradece a vários compositores clássicos por terem eles "atingido zonas assustadoramente inesperadas". Que zonas seriam essas? Que importância teria a manifestação delas no desenrolar da narrativa?
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Isso aparece na narrativa: a única coisa belíssima, lemos no livro, da vida da Macabéa foi a ária do Elixir cantada por Caruso.
Editado pela última vez por Pádua Fernandes em Sex Jan 25, 2008 9:28 pm, num total de 1 edição |
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Roman de Fauvel
Registado em: Domingo, 12 de Novembro de 2006 Mensagens: 28
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Enviada: Sex Jan 25, 2008 5:18 pm Assunto: |
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Cadê o Bruno Gripp quando se mais precisa dele? |
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Laura

Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006 Mensagens: 1021 Localização: São Paulo - Brasil
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Enviada: Ter Fev 05, 2008 4:31 pm Assunto: |
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Acabei de ler um livro - "Na Praia", de Ian McEwan - em que a personagem principal é violinista e toca num quarteto em Londres. O namorado/marido gosta de rock. E ao tentarem se aproximar dos gostos musicais um do outro, a violinista sai com a seguinte análise:
"...ela admitiu que o que não suportava era a bateria. Se a melodia era tão elementar, em geral uma cadência simples de quatro tempos, por que tinha que haver essa batida implacável, todo esse estrondo e estardalhaço, para marcar o ritmo? Qual era o objetivo, se já havia uma guitarra rítmica e, muitas vezes, um piano? Se os músicos tinham que ouvir uma marcação, por que não usavam um metrônomo?'
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Pádua Fernandes
Registado em: Terça-Feira, 7 de Novembro de 2006 Mensagens: 1229 Localização: São Paulo
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Enviada: Qua Fev 06, 2008 2:56 am Assunto: |
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Creio, Laura, que a finalidade não é musical, mas hipnótica. É preciso suspender o julgamento musical e entrar em transe para ficar no clima.
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ZpinoZ

Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006 Mensagens: 600 Localização: São Paulo
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