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Música pela Literatura
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ZpinoZ



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MensagemEnviada: Ter Jan 16, 2007 4:33 pm    Assunto: Música pela Literatura Responder com Citação

Ainda a propósito da leitura do Doutor Fausto.

Consta que dos grandes literatos do século XX, os que melhor entenderam e trataram da Música foram Thomas Mann e Marcel Proust. Não conheço suficientemente o francês, um dia pretendo fazer uma leitura cuidadosa de “À la recherche du temps perdu”.

A este duo, acredito que poderíamos também acrescentar T.S.Eliot que, apesar de não falar explicitamente de Música, nos Quatro Quartetos, faz a melhor utilização que conheço das estruturas próprias da música para compor um poema.

Mas voltando à Thomas Mann, depois de ler o livrinho que a Laura gentilmente, me emprestou - A Gênese do Doutor Fausto, do proprio TM (muitíssimo obrigado) - fica evidenciado o quanto seriamente o autor se preocupou com a verossimilhança e credibilidade do viés e da presença intrínseca da Música no romance Doutor Fausto. É preciso lembrar que a Música para TM (ecos Schopenhauer?) era a coisa mais parecida com o sublime, o sagrado, o extratemporal que conhecia.

Assim sendo, além de assumir completamente Theodor Adorno (um caso raro músico-filósofo) como seu “real secreto (secreto???) conselheiro”, como seu tutor, a cada passo do romance discutia com ele os próximos avanços. E, finalizados, os capítulos eram revistos com o Filósofo. Também, ao longo da composição do livro, relata inúmeras conversas com Schoenberg, para validar seus escritos.

Luxuosa consultoria. Qual poderia ter sido a de Proust?

Entretanto, apesar de Schoenberg ser seu inspirador e consultor sobre a teoria dodecafônica, na verdade, foi apenas através de um acordo jurídico imposto, que TM se viu obrigado a colocar uma nota no livro creditando ao músico a autoria do dodecafonismo.

Z




Editado pela última vez por ZpinoZ em Ter Jan 16, 2007 4:48 pm, num total de 3 edições
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Amancio



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MensagemEnviada: Ter Jan 16, 2007 4:43 pm    Assunto: Responder com Citação

Alguns estudiosos associam Vinteuil, o personagem de Proust, ao compositor César Franck. Proust inclusive fala bastante de uma "sonata para violino de Vinteuil" que ele adorava.


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Laura



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MensagemEnviada: Ter Jan 16, 2007 5:10 pm    Assunto: " Responder com Citação

Putz, belo tópico! Obrigada, Zpinoz! Smile

Nunca li a Récherche inteira, só o primeiro volume, e há muitos anos atrás. Portanto só fiz uma catança rápida de observações alheias:

1. Hum... parece que há controvérsias sobre a tal sonata a que o Amancio se refere. No artigo "L'homme et la Musique Dans Un Amour de Swann", em http://www.french.pomona.edu/MSAIGAL/CLASSES/FR185/FALL96/aaldoory-mhunter , as autoras dizem que a sonata mencionada é de Gabriel Fauré - e não a de César Franck.

2. Já no prefácio de André Maurois à edição da Récherche que tenho aqui, é citado que Proust compara as conversas de Françoise a uma fuga de Bach e os olhares do Sr. de Charlus a Jupien com as frases interrompidas de Beethoven.

Não creio que Proust contou com alguma "consultoria musical" parecida com a que Mann teve, principalmente de Adorno e Schönberg. Mas ... nada sei. Ainda ... Wink


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Königin der Nacht



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MensagemEnviada: Qua Jan 17, 2007 7:02 am    Assunto: Responder com Citação

Este é um tópico que eu vou me limitar a ler... vai ser bem interessante!


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Pádua Fernandes



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MensagemEnviada: Qua Jan 17, 2007 3:33 pm    Assunto: Responder com Citação

Os casos do livro de Thomas Mann e da Recherche são muito diferentes. Em "Doutor Fausto", há descrições técnicas da música - e do sistema dodecafônico - que exigiam um conhecimento que Mann não tinha, por isso foi-lhe tão providencial Adorno, que era um filósofo que também compôs umas poucas obras musicais (e não um "músico-filósofo", pois ele não vai passar para a história como compositor).
Quando lemos "Em busca do tempo perdido", a presença da música é muito diferente. Há, claro, o personagem do violinista de moral suspeita, Morel, mas Proust não se dedica a essas descrições técnicas. Porém, a música está presente em todos os volumes do romance, muitas vezes por causa dos salões.

"Le pianiste ayant terminé le morceau de Liszt et ayant commencé un prélude de Chopin, Mme de Cambremer lança à Mme de Franquetot un sourire de satisfaction compétente et d'allusion au passé." (Du Coté de chez Swann, À la recherche du temps perdu, Gallimard, Ed. Quarto, 1999, p. 266) [O pianista tendo terminado o trecho de Liszt e começado um prelúdio de Chopin, Mme de Cambremer dirigiu a Mme de Franquetor um sorriso de conhecedor satisfeito e de alusão ao passado.]

Trata-se de uma cena de salão, mas a música não é mencionada só por motivo de esnobismo, ao contrário do fazem muitos dos personagens nobres do romance. Ela é uma das formas de buscar o passado. Por isso, acho que a relação entre música e literatura nesse Proust é mais orgânica, por assim dizer, do que anquele romance de Mann - o escritor alemão teria escrito, em termos técnicos, o romance da mesma forma se o seu personagem principal fosse um arquiteto, por exemplo.
Já, em Proust, a música determina o estilo. E a sonata do Vinteuil, que também é um personagem (Proust muitas vezes se inspirava em mais de uma pessoa para compor seus personagens; Vinteuil é meio Franck, meio Fauré...), associa-se ao amor de Swann e por Odette, depois, por metamorfoses desse motivo (como se estivéssemos em Wagner), ao próprio amor de Marcel:

"Ce fut un de ces jours-là qu'il lui arriva de me jouer la partie de la Sonate de Vinteuil où se trouve la petite phrase que Swann avait tant aimé. Mais souvent on n'entend rien, si c'est une musique un peu compliquée qu'on écoute la première fois." (Du Coté de chez Swann, À la recherche du temps perdu, Gallimard, Ed. Quarto, 1999, p. 422) [Foi num desses dias que ele teve a idéia de me tocar a parte da Sonata de Vinteuil onde se encontra a pequena frase que Swann tinha tanto amado. Mas freqüentemente não entendemos nada, se é uma música um pouco complicada que escutamos pela primeira vez.]

Esse problema de recepção, acima referido, aconteceu com o próprio livro de Proust...
E há outros músicos, como Beethoven. Nesta passagem, que vem logo depois da anterior, lemos sobre a mesma questão:

"Ce sont les quators de Beethoven (les quators XII, XIII, XIV et XV) qui ont mis cinquante ans à faire naître, à grossir le public des quators de Beethoven, réalisant ainsi comme tous les chefs-d'oeuvre un progrès sinon dans la valeur des artistes, du moins dans la société des esprits, largement composée aujourd'hui de ce qui était introuvable quand le chef-d'oeuvre parut, c'est-à-dire d'être capables de l'aimer." (Du Coté de chez Swann, À la recherche du temps perdu, Gallimard, Ed. Quarto, 1999, p. 423) [São os quartetos de Beethoven (os quartetos XII, XIII, XIV e xV) que levaram cinqüenta anos para fazer nascer, aumentar o público dos quartetos de Beethoven, realizando assim como todas as obras-primas um progresso, senão no valor dos artistas, au menos da na sociedade dos espíritos, largamente compsota hoje do que não se podia encontrar quando a obra-prima apareceu, isto é, seres capazes de a amar.]

Beethoven não era apenas uma moda para Proust, ao contrário do que Stravinsky, provavelmente ignorante da obra do escritor, afirmou com desdém.
Um exemplo menos comentado de como a música é determinante no Proust (muito mais do que em Mann) é aquele momento em que "O sole mio" se associa à incapacidade de agir e de decidir do protagonista:

"Sans doute ce chant insignifiant entendu cent fois, ne m'intéressait nullement. Je ne pouvais faire plaisir à personne ni à moi-même en l'écoutant aussi religieusement jusqu'au bout. Enfin, chacun des motifs connus d'avance par moi, de cette vulgaire romance ne pouvait me fournir la résolution dont j'avais besoin; bien plus, chacune de ces phrases, quand elle passait à son tour, devenait un obstacle à prendre efficacement cette résolution ou plutôt elle m'obligeait à la résolution contraire de ne pas partir, car elle me faisait passer l'heure." (Albertine disparue, À la recherche du temps perdu, Gallimard, Ed. Quarto, 1999, p. 2098) [Sem dúvida, esse canto insignificante ouvido cem vezes não me interessava de forma alguma. Eu não poderia dar prazer a ninguém, nem a mim mesmo, escutando-o tão religiosamente até o fim. Enfim, cada um dos motivos já conhecidos por mim dessa romança vulgar não poderia me fornecer a resolução de que eu precisava; mais do que isso, cada uma dessas frases, na vez em que passava, se tornava um obstáculo contra a tomada da resolução, ou antes me obrigava à resolução contrária de não ir embora, pois me fazia perder tempo.]

E há a ópera "La Juive", de Halévy, tantas vezes referida, por causa dos personagens judeus, de Rachel e do caso Dreyfus - um momento de grande anti-semitismo na França.
Vejam os absurdos que Charlus fala:

"Quand on donne dans la Semaine Sainte ces indécents spetacles qu'on appelle La Passion, la moitié de la salle est remplie de juifs, exultant à la pensée qu'ils vont mettre une seconde fois le Christ sur la Croix, au moins en effigie. Au concert Lamoureux, j'avais pour voisin un jour un riche banquier juif. On joua L'Enfance du Christ, de Berlioz; il était consterné. Mais il retrouva bientôt l'expression de béatitude qui lui est habituelle en entendant 'L'Enchantement du Vendredi Saint'." (Sodome et Gomorrhe II, À la recherche du temps perdu, Gallimard, Ed. Quarto, 1999, p. 1585) [Quando se executam na Semana Santa esses indecenters espetáculos que chamam de A Paixão, metade da sala está cheia de judeus, exultando com o pensamento de que vão colocar Jesus de novo na Cruz, pelo menos em efígie. No concerto Lamoureux, eu tinha por vizinho um dia um rico banqueiro judeu. Executava-se a "Infância de Cristo" de Berlioz; ele estava consternado. Mas ele recontrou logo a expressão de beatitude que lhe é habitual ouvindo "O encantamento da sexta-feira santa".]

A última obra mencionada é, curiosamente, do Parsifal de Wagner... E, muito antes do Coppola, esta comparação, em tempos de primeira guerra mundial:

"Il semblait avoir plaisir à cette assimilation des aviateurs et des Walkyries et l'expliqua d'ailleurs par des raisons purement musicales: 'Dame, c'est que la musique des sirènes était d'un Chevauchée! Il faut décidément l'arrivée des Allemands pour qu'on puisse entendre du Wagner à Paris!'" (Le temps retrouvé, À la recherche du temps perdu, Gallimard, Ed. Quarto, 1999, p. 2179) [Ele parecia ter prazer nessa comparação de aviadores e Valquírias e a explicou, aliás, por razões puramente musicais: "Dama, é que a música das sirenes era de uma Cavalgada! Decidamente, é necessária a entrada dos alemães para que se possa ouvir Wagner em Paris!"]

O mundo desse romance de Proust é tão rico... É preciso lê-lo. Há também, ao lado de Vinteuil, o pintor Elstir, o escritor Bergotte. Os músicos e admiradores de música deste fórum que ainda não tenham lido toda a Recherche, creio, encontrariam bastante para refletir.




Editado pela última vez por Pádua Fernandes em Qui Jan 18, 2007 1:57 am, num total de 1 edição
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ZpinoZ



Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Qua Jan 17, 2007 4:35 pm    Assunto: Responder com Citação

Muito interessante o post, Pádua, e belissima contribuição ao tema. Gostei muito, sobretudo da lembrança da possível origem da cena desenvolvida em Apocalipse Now (F.F.Coppola).

Z


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Bosco



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MensagemEnviada: Qua Jan 17, 2007 5:21 pm    Assunto: Responder com Citação

Interessante o tópico e a mensagem do Pádua. Não sei se estou bem certo mas lembro de ter lido no Em busca do tempo perdido uma passagem reveladora sobre o gosto duvidoso da sociedade (de certo modo, o livro traça o declínio da aristocracia) e da recepção da nova música (acho que a música de Debussy é citada também, o Pádua deve lembrar. Stravinsky?). Lembro que ele fala sobre a Valquíria, e outras passagens luminosas. Na biografia de Proust, consta que ele costumava, nos últimos anos de vida, contratar um grupo de músicos para ouvir os últimos quartetos de cordas de Beethoven no seu quarto. Enfim, não é supresa que a música seja um referencial importante nos sete volumes da obra.

Eu citaria outro grande livro: Contraponto de Aldous Huxley. A existência de Deus é revelada na audição da op.132 de Beethoven.

Mas o livro onde o personagem principal de todo o romance é a música, mais até que Dr. Fausto, é o Jogo das contas de vidro de Hermann Hesse. Leitura obrigatória.


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Amancio



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MensagemEnviada: Qua Jan 17, 2007 5:39 pm    Assunto: Responder com Citação

Me deu vontade de ler todo o Proust novamente, não me lembrava mais dessas passagens.


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Pádua Fernandes



Registado em: Terça-Feira, 7 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Qua Jan 17, 2007 11:48 pm    Assunto: Responder com Citação

ZpinoZ escreveu:
Muito interessante o post, Pádua, e belissima contribuição ao tema. Gostei muito, sobretudo da lembrança da possível origem da cena desenvolvida em Apocalipse Now (F.F.Coppola).

Z


Obrigado. Eu tinha esquecido o nome do diretor do filme.


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Pádua Fernandes



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MensagemEnviada: Qui Jan 18, 2007 12:05 am    Assunto: Responder com Citação

Bosco escreveu:
(acho que a música de Debussy é citada também, o Pádua deve lembrar. Stravinsky?). Lembro que ele fala sobre a Valquíria, e outras passagens luminosas.

Há até o Debussy crítico:

"C'est ainsi que l'esprit, suivant son cours habituel qui s'avance par disgressions, en obliquant une fois dans un sens, la fois suivante dans le sens contraire, avait ramené la lumière d'en haut sur un certain nombre d'oeuvres auxquelles le besoin de justice, ou de renouvellement, ou le goût de Debussy, ou son caprice, ou quelque propos qu'il n'avait peut-être pas tenu, avaient ajouté celles de Chopin. Prônées par les juges en qui on avait oute confiance, bénéficiant de l'admiration qu'excitait Pelléas, elles avaient retrouvé un éclat nouveau [...]" (Sodome et Gomorrhe II, À la recherche du temps perdu, Gallimard, Ed. Quarto, 1999, p. 1372)

Lembro agora que o Charlus reclama que os jovens franceses não conhecem as obras-primas de seu próprio país, ao contrário dos alemães, que não ignoram "A Valquíria".
Quanto ao livro do Hesse, lembro principalmente do esgotamento do impulso criador. Bosco crê que esse é o impasse da música?


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Pádua Fernandes



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MensagemEnviada: Qui Jan 18, 2007 1:59 am    Assunto: Responder com Citação

Editei a mensagem comprida para incluir tentativas de tradução das passagens citadas, corrigir a digitação e a referência cinematográfica.


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ZpinoZ



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MensagemEnviada: Ter Mai 08, 2007 11:22 pm    Assunto: Responder com Citação

Estou lendo um livro interessantíssimo: “Gödel, Escher, Bach”, de Douglas R. Hofstadter (um dos grandes teóricos da Inteligência Artificial). No texto o autor correlaciona as três grandes conquistas da cultura ocidental realizadas por estes sábios. Ressaltando o que elas compartilham de paradoxal, de estranhamento e de deslumbramento, como elas surfam nas ondas da lógica, do racional.

A Teoria de Incompletude de Gödel que colocou em cheque-mate toda a pretensão de certeza da lógica do século XX.

As ilustrações de Escher que desafiam e iludem nosso olhar, registrando gráfica e prosaicamente o absurdo, o impossível, o assombro.

As Fugas (e demais composições) de Bach, para 3, 4, 5 e 6 vozes, que deixam antever o abismo, o incomensurável grau de detalhamento progressivo; das quais é possível derivar mais infinitas variantes. Lembrando aqueles enigmáticos desenhos fractais.

Entre outras coisas, o que esta mais me impressionando é a temerária ousadia do autor de tentar juntar e equacionar esses três universos, maravilhosos e paralelos.

Z

Editando para por um exemplo de Escher:





Editado pela última vez por ZpinoZ em Qua Mai 09, 2007 11:40 am, num total de 2 edições
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Königin der Nacht



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MensagemEnviada: Qua Mai 09, 2007 7:39 am    Assunto: Responder com Citação

ZpinoZ escreveu:
Estou lendo um livro interessantíssimo: “Gödel, Escher, Bach”, de Douglas R. Hofstadter (um dos grandes teóricos da Inteligência Artificial). No texto o autor correlaciona os três das grandes realizações da cultura ocidental realizadas por estes sábios. Ressaltando o que elas compartilham de paradoxal, de estranhamento e de deslumbramento, como elas surfam nas ondas da lógica, do racional.

A Teoria de Incompletude de Gödel que colocou em cheque-mate toda a pretensão de certeza da lógica do século XX.

As ilustrações de Escher que desafiam e iludem nosso olhar, registrando gráfica e prosaicamente o absurdo, o impossível, o assombro.

As Fugas (e demais composições) de Bach, para 3, 4, 5 e 6 vozes, que deixam antever o abismo, o incomensurável grau de detalhamento progressivo; das quais é possível derivar mais infinitas variantes. Lembrando aqueles enigmáticos desenhos fractais.

Entre outras coisas, o que esta mais me impressionando é a temerária ousadia do autor de tentar juntar e equacionar esses três universos, maravilhosos e paralelos.

Z


ZpinoZ, já é a segunda pessoa que eu vejo falar desse livro em pouquíssimo tempo... o problema está sendo achar tempo pra ler, a coisa aqui anda complicada... mas eu preciso ler esse livro...


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ZpinoZ



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MensagemEnviada: Qua Mai 09, 2007 11:21 am    Assunto: Responder com Citação

Rainha,

Recomendo que você fique sem dormir, sem comer, sem assitir novela... mas leia.

Z


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Königin der Nacht



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MensagemEnviada: Qua Mai 09, 2007 2:01 pm    Assunto: Responder com Citação

ZpinoZ escreveu:
Rainha,

Recomendo que você fique sem dormir, sem comer, sem assitir novela... mas leia.

Z


ZpinoZ,

Fica no ar uma pergunta... O que é "novela"???????? Wink


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