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die Frau ohne Schatten e mais...

 
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SérgioNepomuceno



Registado em: Segunda-Feira, 13 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Dom Mar 04, 2007 12:23 pm    Assunto: die Frau ohne Schatten e mais... Responder com Citação

abro para discutirmos diversos pontos referentes à ópera; mas dou preferência que partamos da estrutura. Interessante,porque há a questão dos cortes, que estão ligados à textura e nessa cadeia chegamos às leituras. toda a estrutura da die Frau é complicada, pelo encadeamento de motivos: as aparições são quase sempre derivações que cumprem papéis diferentes em termos estruturais. O ex.mais claro que me vem a cabeça é o associado à imperatriz, Mulher e barak. Aparece como ilustrador de contexto, na cena "imperatriz-ama" antes do desfecho 2o ato (weh, mein mann);a descrição é executada basicamente pelas cordas altas,anterior à nova intervenção da imperatriz que resolve a cena e nos introduz à grande '''coda''' do ato(essa cena citada curiosamente é introduzida pelos acordes dos metais baixos que iniciam e permeiam toda a ópera,porém aqui numa linha melódica ligada ao mtv do falcão. Verifiquem;é facilmente perceptível). Após a cena mulher-barak no 3o ato,é utilizado como introdutor de nova seção, c/ a métrica e textura(agora leia-se instrumentação) alteradas.
Qual o sentido desse exemplo?quis apenas comprovar o que afirmei antes.
Para reafirmar essa complezxidade na estrutura,peguemos a cena principal-imperador: é quase um ""rondó motívico"" Laughing com o mtv falcão no centro,circundado por derivações de secundários,como a derivação da figura que aparece na descrição da viagem imperatriz-ama executada pelas cordas ornamentadas em obbligato.
Gente,é uma beleza. As combinações e relações nesses sentido são infinitas, estou citando-as para além de mostrar toda a complexidade,demonstrar quão danosos podem ser os cortes, acima de qualquer opção estilística ou transposição de dificuldade.


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SérgioNepomuceno



Registado em: Segunda-Feira, 13 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Dom Mar 04, 2007 12:25 pm    Assunto: Responder com Citação

TEmos integrais como a do Solti-92, que respeitam a textura da obra, estabelece padrões mais rígidos quanto a liberdades, tomadas até mesmo em BÖhms- os 3 acordes curtos do final do 2o ato, que são regularmente 'ornamentados',ou seja, se transformam em 3 seqüências de 2 notas c/valor curto. Eu me introduzi na ópera com ele, foi ele que me possibilitou uma visão mais ampla de tudo que descrevi acima, justamente pela preocupação c/ a textura musical(conjunto harmonia,temas e instrumentação).
Studer tem uma facilidade imensa c/ a tessitura altíssima, sobre-humana da imperatriz, que emite sobreagudo em cima de agudo, sustenta e não oscila nas notas de passagem. Se adequa exatamente à proposta de Hofmmansthal quando emite o agudo quase pp da cena c/ a Ama no 2o ato citada acima com uma finalização deselegante (vejam o contexto: quando descreve o que ocorrerá com o imperador, preocupada-com a voz, corpo que virará pedra etc).
Marton está genial; a construção do perfil da mulher c/seus agudos strisciatos, as seqüências registro alto com as passagens repentinas dificílimas para a emissão de peito (ex-barak, ich habe es nicht getaaaan), a descrição das linhas de canto claramente associadas a Barak(1o na cena em que encontra imperatriz-ama,antes da intervenção da última;2a na emissão no final do 2o ato concomitante aos acordes também associados à renúncia ao personagem,que começa em "mas agora sei a maneira de tirá-lo da minha vida...etc") etc.
Lipovsek é fenomenal, é perfeita na dificílima ama; não transpõe o hehr zu mir(pra quem não sabe,aquele agudo que mata qualquer mezzo-contralto), muito pelo contrário, ela o abre gradativamente até sua finalização gritada proposital. Os recursos dela são muitos- mezza voce(que usa ao se dirigir à imperatriz em cenas menos intimistas), os smorzandos, o timbre escuro que se adequa a toda as dificuldades,que também englobam o usualmente cortado 3o ato e as constantes modulações.
Hale, idem; é apropriadíssimo- tem um timbre mais claro que a maioria dos Baraks e que se adequa especialmente ao 3o ato na cena c/ a mulher.
Tem uma capacidade de se aventurar no registro pianissimo de modo superlativo para seu fach, ex: segundo "Fürcht du mich nicht", a emissão de notas de aspecto arredondado também é perceptível. A produção de Götz Friedrich é ousadíssima e dispensa comentários.

Se alguma alma bondosa possuir um guia motívico da ópera e apenas enumerar os motivos aqui, ficaria muito grato. De resto, vou saber me virar muito bem; basta enumerá-los.


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Bosco



Registado em: Sábado, 18 de Novembro de 2006
Mensagens: 211

MensagemEnviada: Dom Mar 04, 2007 4:56 pm    Assunto: Responder com Citação

Encontrei isso aqui noutro fórum (o cara pretende montar essa ópera um dia no Recife):

"Não, não, não, ousadia da minha parte...mas quem sabe? Eu vi o DVD-Solti-março-92 (7:30) (uma vez\ apenas, perdão, pois,pois...)Definição em uma palvra: suruba. A mulher que não quer saber de f... com Barak, mas quer fff... muito com sem anjo imaginário heheheh..ops..hhhhheee acaba vendendo sua sombra pra imperatriz que de tanto fff... com o imperador (fica duro como pedra,coitado;o;o9). mas a imperatriz não satisfeita ainda deu uma para o barak,,, que no fim queria mesmo aquela mulher que não f... com ele. Mas a mulher assexuaaaadaisisi acaba sentido fogo no rabo (tantos agudos, tantos agudos). E no fim os dois casais felizes fazem um maior suruba e os anjos do céu se alegram "

Não sei se isso pode ser um guia motívico da ópera.


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Elimar



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MensagemEnviada: Dom Mar 04, 2007 6:36 pm    Assunto: Responder com Citação

Quero ver!

Depois comento no tópico "O Doutor recomenda..."


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SérgioNepomuceno



Registado em: Segunda-Feira, 13 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Ter Mar 06, 2007 5:22 pm    Assunto: Responder com Citação

valeram as intervenções, muito engraçadas etc e tal e tiveram a intenção de ajudar,mas como tudo tem que ter um princípio, vamos tentar de nuevo- você acha a mulher bonita? feia?chata? por quê? (não vale falar porque ela é sem sombra!!)DEpoisss a gente tenta discutir os olhos,a cabeça, os pés etc e retoma a primeira mensagem, não tem problema, é sério!


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SérgioNepomuceno



Registado em: Segunda-Feira, 13 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Seg Abr 30, 2007 5:52 pm    Assunto: Responder com Citação

como o anvertraut é a parte mais conhecida, resolvo trazer pra cá uma mensagem minha d outro fórum, no qual a discussão evoluiu[que fique claro que tudo abaixo é referente ao 3o ato]

o próprio mir anvertraut aparece várias vezes; temos ele desde a cena da expulsão da ama[q é pós-posta por um dos excertos mais complexos texturalmente(em termos temáticos/motívicos), que é anunciado por um acorde em ff do mtv principal após a diluição orquestral e sucedido por uma derivação da linha da ""voz do além"" (i.e, "...von oben, mann/weib...der Weg ist Frei")e acompanhado por uma célula da base de aus Unsrer taten. Aí sim,após segundos, há o anúncio da entrada da imperatriz, executada por um violino numa linha ornamentada(uso do vibrato permanente, q é nítido). Tal linha do violino posteriormente se tornará obbligata,acompanhando a imperatriz no dilema do "beber ou não beber"(na chamada ao imperador: "vnha, meu pai, venha, meu juiz!!", a imperatriz usa a voz de peito[pena q uma Studer não concentre harmônicos nesse registro...]) Na construção do fraseado declamado(quando se depara c/o imperador petrificado), APARECEM OS SINOS DECORRENTES DA DESCRIÇÃO DA VIAGEM AMA-IMPERATRIZ(isso é EMBASBACANTE, uma vez q os sinos se tornaram uma FIGURA!!!!!!)

após isso, temos a intervenção do coro(coragem!coragem!) na qual uma partícula na cena pré-posta À """GRANDE CODA""" do 2o ato aparece("ihrt stimme...."[imperatriz]) Dessa mesma cena(pré-posta à grande coda do 2o ato), Strauss tira a nota recorrente do "Glut" do imperador na cena do encontro c/a imperatriz no 3o ato,também apoiada em cordas altas ornamentadas...

depois disso tudo, que vou falar da outra aparição do mir anvertraut na ópera, que se dá a partir de uma figura baseada no "fürchte dich nicht" do Barak(2o ato) antes do quarteto final(3o)
Percebam que não há como falar de uma coisa s/retomar outras. Essa é a grande compelexidade da Mulher s sombra. Uma vez q se tem noção da sua grandiosidade e complexidade textural(nos 3 sentidos do termo), se venera à ópera. Eu, por ex., tenho de anotar certas coisas enquanto ouço até q elas se estabilizem na minha memória, de tão ramificada a estrutura.


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