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Temporada de Óperas no Teatro Municipal de São Paulo
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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Seg Mai 30, 2011 11:38 am    Assunto: Temporada de Óperas no Teatro Municipal de São Paulo Responder com Citação

7, 9, 11, 13 e 14 ago
A MENINA DAS NUVENS, aventura musical de HEITOR VILLA-LOBOS
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL e CORAL LÍRICO
Roberto Duarte direção musical e regência, William Pereira direção cênica
Gabriella Pace (Menina das Nuvens); Lício Bruno (Tempo); Inácio de Nono (Corisco); Homero Velho (Vento Variável); Regina Elena Mesquita (Rainha); Flávio Leite (Soldado); Fabíola Protzner (Anita); Silvia Tessuto (Mãe); Adriana Clis (Lua); Marcos Liesenberg (Príncipe)

14, 15, 16, 17 e 18 set
RIGOLETTO, ópera de GIUSEPPE VERDI
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL e CORAL LÍRICO
Abel Rocha direção musical e regência
Felipe Hirsch direção cênica, Daniela Thomas cenografia
Bruno Capronis dias 12, 15, 17 e Rodolfo Giugliani dias 14, 16, 18 (Rigoletto); Leonardo Capalbo dias 12, 15, 17 e Marcos Paulo dias 14, 16, 18 (Duque de Mantua); Julia Novikova dias 12, 15, 17 e Lina Mendes dias 14, 16, 18 (Gilda); Luiza Francesconi dias 12, 15, 17 e Edineia de Oliveira dias 14, 16, 18 (Maddalena); participação especial Celine Imbert como Giovanna; Stephen Bronk (Conde de Monterrone); Davi Marcondes (Marullo); Eduardo Trindade (Matteo Borsa); Luiz Molz dias 12, 15 17 e Savio Sperandio dias 14, 16, 18 (Sparafucile); Cláudio Guimarães (Conde de Ceprano); Magda Painno (Condessa de Ceprano); Daniel LEE (Pagem da Duquesa); Gilmar AIRES (Mensageiro)

12, 13, 15 e 16 out
L’ ENFANT ET LES SORTILÈGES (O Menino e os Sortilégios), Fantasia lírica de MAURICE RAVEL
ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO, CORAL PAULISTANO, CORAL INFANTO-JUVENIL DA EMM, CORPO DE BAILE JOVEM e IMAGO CIA. DE ANIMAÇÃO
Jamil Maluf regência e direção musical, Lívia Sabag direção cênica
Denise de Freitas (o menino); Luciana Bueno (a mãe, a xícara chinesa, a libélula); Luisa Francesconi (a cadeira Luiz XV, a gata, o esquilo, um pastor); Caroline de Comi (o fogo, a princesa, o rouxinol); Gabriella Pace (o morcego, a coruja, uma pastora); Leonardo Pace (a poltrona, uma árvore); Vinicius Atique (o relógio, o gato); Paulo Queiroz (a chaleira, a aritmética, a perereca)

17, 19, 21, 23 e 25 nov
A VALQUÍRIA, ópera de RICHARD WAGNER
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL e CORAL LÍRICO
Luís Fernando Malheiro direção musical e regência
André Heller-Lopes direção cênica e cenografia
Martin Muehle (Siegmund); Lee Bisset dias 17, 21 e 25 e Eiko Senda dias 19 e 23 (Sieglinde); Gregory Reinhar (Hunding); Caroline Whisnant (Brünnhilde); Stefan Heidmann (Wotan); Denise de Freitas (Fricka); Monica Martins (Gerhilde); Silviane Bellato (Ortlinde); Keila de Moraes (Waltraute); Laura Aimbere (Schwertleite); Veruschka Mainhard (Helmwige); Lídia Schäffer (Siegrune); Adriana Clis (Grimgerde); Elayne Casehr (Rossweisse)

09, 10, 11, 12 e 14 dez
O MORCEGO, ópera de JOHANN STRAUSS
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL e CORAL LÍRICO
Abel Rocha direção musical e regência, William Pereira direção cênica
Rosana Lamosa dias 9, 11 e Carmen Monarcha dias 10, 12, 14 (Rosalinde); Leonardo Neiva dias 9, 11 e Juremir Vieira dias 10, 12, 14 (Gabriel von Eisenstein); Edna D’oliveira dias 9, 11 e Gabriella Pace dias 10, 12, 14 (Adele); Fernando Portari dias 9, 11 e Marcello Vannucci dias 10, 12, 14 (Alfred); Rubens Medina dias 9, 11 e Douglas Hahn dias 10, 12, 14 (Dr. Falke); Regina Elena Mesquita (Príncipe Orlofsky); Inácio De Nonno (Frank); Paulo Queiróz (Dr. Blind)


Tirei daqui, ó: http://www.concerto.com.br/contraponto.asp?id=1095
Tem também a relação de concertos principais, mas, como curitibano, achei a relação de óperas mais atraente. Smile



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rogszter



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MensagemEnviada: Qui Jun 02, 2011 8:00 pm    Assunto: Responder com Citação

Nossa, há quanto tempo não apareço aqui!
Nem imaginava que ainda tinha algum movimento!

Grande abraço a todos os sobreviventes!

Amancio, obrigado por postar! Estamos pensando em ir a SP para o Rigoletto e a Valquíria... ambos em sábados. Os ingressos já estão à venda no ingressorapido!


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Sarastro



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MensagemEnviada: Qui Jun 02, 2011 10:50 pm    Assunto: Responder com Citação

Devemos ir no Rigoletto do dia 17 de setembro, sábado.

Já compraram os ingressos ? Dos disponíveis, quais lugares são melhores para se assistir à ópera ?

Editando: pelo que me recordo, ficamos na plateia naquele famoso Don Carlo de 2005.



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Amancio



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MensagemEnviada: Sex Jun 03, 2011 10:23 am    Assunto: Responder com Citação

Não sabia que os ingressos já estavam à venda! Vou ver com minha esposa o que ela acha, e aí dou um toque aqui. Fiquei interessado mesmo na Valquíria e no Morcego, mas um Rigoletto iria bem... Smile



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rogszter



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MensagemEnviada: Sex Jun 03, 2011 11:49 am    Assunto: Responder com Citação

Sarastro, comprei hoje!
Há bons lugares na platéia e no foyer ("segundo andar"). O balcão simples é um pouco mais longe ("terceiro andar"). Galeria e anfiteatro, só para passar raiva ("quarto andar").

Mesmo na platéia e foyer há lugares melhores e piores (Setor 1, 2, 3).
70 pilas para cadeiras no Setor 1.


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Sarastro



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MensagemEnviada: Sáb Jun 04, 2011 12:59 pm    Assunto: Responder com Citação

rogszter escreveu:
Sarastro, comprei hoje!
Há bons lugares na platéia e no foyer ("segundo andar"). O balcão simples é um pouco mais longe ("terceiro andar"). Galeria e anfiteatro, só para passar raiva ("quarto andar").

Mesmo na platéia e foyer há lugares melhores e piores (Setor 1, 2, 3).
70 pilas para cadeiras no Setor 1.


Compramos (eu e minha esposa) para o sábado. Optamos pelo Foyer, Setor 1.
Pretendo ir à Valquíria, mas ainda não posso confirmar.

Alguém irá ao Nabucco no Palácio das Artes, em Belo Horizonte ? O elenco é bem razoável.

Confiram:

"A montagem de Nabucco em Belo Horizonte terá Rodrigo Esteves no papel de Nabucco, Eiko Senda como a escrava Abigaille, Sávio Sperandio como Zaccaria, Rita Medeiros como Fenena, além de Marcos Paulo, Cristiano Rocha, Júlio César Mendonça, Fabíola Protzner e a participação do Coral Lírico de Minas Gerais e o Coro Lírico do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A direção musical e regência estarão a cargo de Silvio Viegas e a direção de cena será de André Heller-Lopes." Fonte: http://www.concerto.com.br/contraponto.asp?id=1068



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MensagemEnviada: Ter Jun 28, 2011 11:24 am    Assunto: Responder com Citação

O Nabucco levado à cena no Palácio das Artes foi um sucesso.

A concepção de André Heller-Lopes foi extremamente bem sucedida. Apresentou um Nabucco atemporal, com algumas ideias bem interessantes: o profeta Zaccaria, por exemplo, foi retratado de modo um tanto quanto manipulador (um verdadeiro extremista religioso), ao passo que Nabucco, uma vez enfraquecido após ser atingido pela ira divina, torna-se um joguete nas mãos dos demais até a última cena da ópera.

O diretor não interferiu na essência do libretto, de sorte que suas propostas fizeram sentido - coisa que, infelizmente, não tem ocorrido noutras montagens propostas por certos incensados (ou insensatos) diretores teatrais que nada entendem de ópera.

Ademais, a equipe técnica (responsáveis por figurinos, cenários, iluminação) atuou muito bem, de sorte que cenicamente os resultados foram bastante satisfatórios.

Depois falo da parte musical.



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Sarastro



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MensagemEnviada: Sex Jul 01, 2011 10:25 pm    Assunto: Responder com Citação

Savio Sperandio (Zaccaria) foi o cantor que mais se destacou na récita do sábado. Dono de uma voz volumosa - satisfatória inclusive nas notas mais graves -, com timbre de verdadeiro baixo, soube dosar com muito bom senso o histrionismo atribuído ao papel na presente montagem (possivelmente uma opção do diretor, que afirmou que a ópera não possui mocinhos ou vilões). Não perdeu a oportunidade de se destacar em Vieni, o Levita!, sem dúvida uma das grandes árias escritas para a voz de baixo. Foi aplaudidíssimo, merecidamente, ao final da noite.

Por sua vez, Eiko Senda (Abigaille) nos ofereceu uma atuação exemplar. E aqui, abro parênteses: tanto o soprano, quanto o protagonista, o tenor e os demais comprimários tiveram seus momentos de dificuldade ao longo da ópera: houve agudos desafinados, notas graves caladas, falta de volume em alguns trechos, erros de pronúncia, dentre outras imperfeições. Porém, frise-se que não ocorreram em níveis fora daquilo que pode ser considerado perfeitamente aceitável em uma ópera no nível de dificuldade que há em Nabucco.

Feita a ressalva, voltemos ao soprano. De fato, Senda é uma excelente atriz. Desde sua entrada em cena, percebia-se que a cantora encarnou o papel. Além disso, possui excelentes recursos técnicos, abordando com eficiência os filati, pianissimi e as passagens de coloratura. Ou, em termos menos técnicos, sabe diversificar sua linha de canto com bastante competência. Tratando-se de um dos papéis reconhecidamente mais difíceis da literatura operística (que colaborou para abreviar a carreira de cantoras como Strepponi, Cerquetti, Souliotis), o fato é que a performance de Senda pode ser considerada de altíssimo nível. Uma pena que, durante Anch'io dischiuso un giorno , o nível de tosse na plateia tenha atingido índices irritantes - a Fundação Clóvis Salgado, gestora do teatro, deveria celebrar um convênio com algum fabricante de xaropes.

(Continua)



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Pádua Fernandes



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MensagemEnviada: Ter Ago 02, 2011 3:33 pm    Assunto: Responder com Citação

Um adendo à resenha do Sarastro: para quem não conhece a ópera, "Anch'io dischiuso un giorno" é quase todo o tempo cantada em piano. Logo, a falta de xarope deve ter quase impossibilitado apreciar a interpretação da soprano...


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Sarastro



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MensagemEnviada: Ter Ago 02, 2011 10:17 pm    Assunto: Responder com Citação

E vamos ao resto da resenha !

Rodrigo Esteves, o protagonista, desempenhou bem o papel de Nabucco. Ao meu ver, esteve um tanto quanto contido em sua primeira aparição (o que não ocorreu com Senda, que desde a primeira frase já parecia bastante à vontade em cena), e em certas passagens poderia ter sido um pouco mais histriônico, mais arrogante. Entretanto, saiu-se muito bem em "Dio di Giudà", sendo que a voz, que tende para o registro de barítono lírico, é dotada de flexibilidade suficiente para enfrentar os graves desse papel sem maiores problemas. Aliás, os graves de Esteves parecem mais encorpados com o passar dos anos. A conferir em futuras atuações. Dessarte, Nabucco talvez não seja o papel mais adequado para a voz de Esteves, mas se trata de um competentíssimo artista, que sabe como agradar o público.

Marcos Paulo (o tenor, no papel de Ismaele) teve alguns problemas de afinação em suas primeiras frases, mas evoluiu satisfatoriamente ao longo da récita. Tem um belo timbre e bom volume. Atuação correta.

Quanto aos demais cantores, destacou-se Cristiano Rocha, no papel do Grande Sacerdote de Baal. Belo timbre e volume adequado. Esperamos vê-lo em papéis maiores.

Coro bem ensaiado do ponto de vista musical, com timbres homogêneos (exceção feita a um certo tenor, que cantava tão forte nas notas mais agudas que cheguei a temer pela sua condição cardíaca); pecou na parte cênica, uma vez que em certas passagens diversos coristas olhavam compenetradamente para Viegas, enquanto uma outra parte atuava com maior desenvoltura. O efeito, principalmente em "Come notte al sol fuggente", foi bem estranho - havia hebreus com o olhar enfurecido e hebreus preocupados somente em acompanhar os gestos do regente. A orquestra esteve bem, em que pese uma certa carência de volume nas cordas (me parece que há problemas na quantidade de músicos, já expostos ao governo local). Os músicos da Banda da Polícia Militar escorregaram em alguns trechos, mas conseguiram empolgar em algumas das passagens mais características da ópera.

Destaque final para o regente Silvio Viegas: domínio sobre o idioma verdiano que antecipa os anni di galera; não encobriu as vozes, em uma partitura cheia de armadilhas; flexibilizou os tempi ao gosto dos cantores, sem contudo interromper o fluxo dramático. Está de parabéns.

Em suma: uma belíssima récita, com alguns defeitos que não chegaram a macular o resultado final.

Observações finais:
1) Pádua, você foi direto ao ponto. Diante do esforço de Senda, alguns dos tossidores mais persistentes deveriam ter sido removidos da plateia. Por que tossem tanto durante as árias ? Que tussam nos intervalos ou durante os aplausos !
2) Pelo que leio no sítio Movimento.com, o Nabucco levado à cena no Municipal do Rio de Janeiro tem despertado reações de amor e ódio. Impressionante como, no Brasil, as críticas mais "generosas" são tidas como tecnicamente corretas (como se récitas sem qualquer falha fossem a coisa mais normal do mundo...), ao passo que aquelas que apontam imperfeições são escorraçadas por alguns indivíduos (cantores, inclusive). Parece faltar bom senso tanto a alguns críticos como a alguns dos "criticados" !



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Pádua Fernandes



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MensagemEnviada: Ter Ago 02, 2011 11:25 pm    Assunto: Responder com Citação

Obrigado, Sarastro, pela resenha. Já vi isto: metade do coralistas sabia a música; a outra, não.
O engraçado é que os coros dessa ópera são facílimos musicalmente: na maior parte do tempo, todo mundo canta em uníssono. Isso levou Rossini a afirmar que não eram bem coros, e sim árias escritas para quatro vozes.


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Elimar



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MensagemEnviada: Sáb Ago 13, 2011 3:49 pm    Assunto: Responder com Citação

rogszter escreveu:
Nossa, há quanto tempo não apareço aqui!
Nem imaginava que ainda tinha algum movimento!

Grande abraço a todos os sobreviventes!

Amancio, obrigado por postar! Estamos pensando em ir a SP para o Rigoletto e a Valquíria... ambos em sábados. Os ingressos já estão à venda no ingressorapido!


Puxa vida!!!!
Há muito eu também não passava por aqui...
Queria ir pra ver a Valquíria. se não der pra ver, talvez eu vá para o encontro pré ou pós espetáculo.

Abração!


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Pádua Fernandes



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MensagemEnviada: Dom Ago 14, 2011 5:24 am    Assunto: Responder com Citação

Verei a ópera de Villa-Lobos neste domingo. Se conseguir, conto depois.


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Sarastro



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MensagemEnviada: Sex Ago 26, 2011 8:39 am    Assunto: Responder com Citação

Pádua Fernandes escreveu:
Verei a ópera de Villa-Lobos neste domingo. Se conseguir, conto depois.


Prezado, aguardamos o relato.
Li alguns comentários aqui e ali; elogios para os cantores, não muito entusiasmo com a composição.



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Pádua Fernandes



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MensagemEnviada: Sáb Ago 27, 2011 4:48 pm    Assunto: Responder com Citação

Pois é, mas Villa-Lobos ainda é melhor do que os cantores. Sempre me admira como os cantores brasileiros geralmente cantam mal em português - o melhor português lírico cantado que já vi, ao vivo, foi de uma soprano dos EUA, que cantou no MET com Pavarotti e deu, anos atrás, um recital no Teatro Carlos Gomes: Harolyn Blackwell.
Um concerto na Sala Cecília Meireles em que Fernando Portari cantou canções do Cláudio Santoro foi muito bom também.
Esse problema é especialmente danoso porque a escrita vocal de Villa-Lobos é muito próxima da fala - as efusões líricas são assumidas pela orquestra. Na ópera, quem dizia melhor o texto, acho, era Lício Bruno, que cantou muito bem. Mas o nível vocal era tão modesto (ficamos felizes por o príncipe somente aparecer no finalzinho) que nem o Inácio de Nonno, com aquele vibrato que lembra pedras chacoalhando dentro de um copo de vidro, parecia ruim - e ele é bom ator, o que compensa bastante em um papel sem grande dificuldade vocal. Aposto, porém, que houve transposições para ele conseguir cantá-lo: quem criou o papel foi um tenor.
Acho que Villa-Lobos foi prejudicado pelo libreto, que só é interessante no primeiro ato. A quebra entre segundo e terceiro atos é completamente arbitrária - a magra ação, na verdade, só exige dois atos. E, no final, tudo se precipita porque um dia a ópera tinha que terminar. Dramaturgicamente o texto vai decaindo, e a qualidade "poética" também: a cantiga da lua redonda como uma medalha para fazer toalha é de doer.
Gabriella Pace está admirável como atriz. O papel não é bem para a voz dela (que é ligeira), no entanto; no centro e no grave, ela era encoberta pela orquestra.
A música de Villa-Lobos torna-se monótona no segundo ato, seguindo fielmente o texto. O regente, Roberto Duarte, a quem devemos agradecer a produção e o resgate desta ópera (bem como de outras músicas do Villa), achou necessário iniciá-lo com uma explicação falada da trama; talvez crianças muito pequenas precisassem disso, mas achei completamente dispensável. O libreto não era tão ruim assim.
Ele compôs uma abertura com temas da ópera, que serviu para mostrar a morada do tempo. Houve outras intervenções na partitura, mas só saberemos quais com ela na mão.
A cenografia é interessante no primeiro ato; depois, decaiu um pouco, assim como o resto da produção. Os bailarinos - da valsa ao samba -, por sua vez, estavam muito bem!
Gostei desta crítica de Alexandre Freitas: http://www.cartacapital.com.br/cultura/a-menina-das-nuvens


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