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Phoebe
Registado em: Quarta-Feira, 13 de Dezembro de 2006 Mensagens: 343
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Enviada: Dom Fev 13, 2011 5:49 pm Assunto: Alex Klein deixa direção artística do Teatro Municipal de SP |
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Alex Klein deixa Teatro Municipal de São Paulo
Instrumentista e regente pede demissão do cargo de diretor artístico. Motivo da saída teria sido choque com o diretor Felipe Hirsch, que vai montar a ópera Rigoletto neste ano
Publicado em 12/02/2011 | Das agências
Contratado em setembro de 2010 como diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo até o fim de 2013, o maestro Alex Klein se demitiu nesta semana. E saiu atirando. Disse que “renunciou” ao cargo – e ao salário de R$ 35 mil –, porque “não conseguiria olhar no rosto” de um paulistano e garantir que faria neste ano uma programação à altura do centenário do teatro, que será celebrado em 12 de setembro. “O Teatro Municipal não é de hoje que está um caos. Vem de décadas”, diz o maestro.
O motivo da saída de Klein, gaúcho que cresceu em Curitiba, teria sido um choque com o diretor cênico carioca Felipe Hirsch, também criado em Curitiba. O encenador foi contratado para dirigir uma montagem da ópera Rigoletto (com Daniela Thomas), que estreia em 13 de setembro. A regência será de J. David Jackson, da Metropolitan Opera House de Nova York. “Há outras forças querendo opinar, querendo deixar a sua marca e criando conflito”, afirmou Klein. “O Teatro Municipal não é de hoje que está um caos. Vem de décadas.”
Em entrevista, Klein disse que o que precipitou sua demissão foi o cancelamento do Concerto de Gala, planejado para o dia 12 de setembro, data do aniversário do teatro. “Isso foi feito sem o conhecimento da direção artística. Eu não fui consultado. E, ao enviar a minha programação preliminar, ideias e como iríamos fazer esse trabalho, fomos informados de que tudo era sem razão porque o concerto tinha sido cancelado. Isso tem acontecido muitas vezes. Eu não me senti como um diretor artístico nesses quatro meses, talvez eu tenha sido um escudo.”
Klein disse que o cancelamento do Concerto de Gala, “o concerto mais importante dos últimos cem anos” para o Municipal, segundo o músico, gerou um efeito dominó.
Uma montagem de As Valquírias estava agendada para o mês de junho, mas o Municipal de São Paulo não estará pronto em tempo. A ópera de Rigoletto estava prevista para novembro e acabou sendo antecipada em dois meses.
O diretor cênico da montagem, Felipe Hirsch, teria solicitado ter mais tempo para a montagem. Isso, segundo Klein, forçou o teatro a cancelar duas temporadas do Balé da Cidade de São Paulo. “Quando o artista chega e diz: eu quero o teatro todo para mim, eu acho isso maravilhoso. Eu gosto de gente egoísta, que defende com unhas e dentes o seu trabalho. Mas o meu trabalho como diretor artístico é garantir que o terceiro corne inglês da orquestra tenha o mesmo valor que o (Daniel) Barenboim. Para a direção artística, todos são iguais e a gente vai alocar espaço, tempo e dedicação para cada projeto de maneira igual. Não se pode tratar com estrelas dentro da direção artística.”
Hirsch avaliou que seria impossível desmontar a estrutura do espetáculo para a realização do evento de gala, na véspera. Sugeriu que adiassem as récitas ou repensassem a festa. “Não mandei cancelarem. Não tenho esse poder. Só fui profissional. Montar no dia da estreia é pedir para dar errado’’, disse o diretor.
Sem citar o nome de diretor cênico – “Eu não posso criar problemas para a pessoa, porque não é culpa dela. Ele não tem culpa de exigir espaço –, Alex Klein admite que a situação é culpa da falta de organização do teatro, e não de Hirsch.
A Secretaria Municipal de Cultura informou que “recebeu com surpresa” a carta de renúncia do maestro Alex Klein e ainda não decidiu quem dirigirá o teatro a partir de agora. “Desde o momento do convite, foi esclarecido ao maestro Klein que a Secretaria de Cultura já havia iniciado a programação do centenário. Uma comissão havia se encarregado de definir as linhas da programação e as principais óperas e ele teria de trabalhar. O maestro sabia, desde o início, que sua liberdade era limitada pelos compromissos assumidos”.
fonte: Gazeta do Povo http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=1096103&tit=Alex-Klein-deixa-Teatro-Municipal-de-Sao-Paulo
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Pádua Fernandes
Registado em: Terça-Feira, 7 de Novembro de 2006 Mensagens: 1229 Localização: São Paulo
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Phoebe
Registado em: Quarta-Feira, 13 de Dezembro de 2006 Mensagens: 343
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Enviada: Dom Fev 20, 2011 2:45 pm Assunto: |
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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Abel Rocha assume comando do Teatro Municipal de São Paulo
Regente da Companhia Brasileira de Ópera vai assumir o posto deixado por Alex Klein
O Teatro Municipal anunciou hoje pela manhã o nome de seu novo diretor artístico: Abel Rocha. Atual regente residente da Companhia Brasileira de Ópera, o maestro chega para ocupar o lugar deixado por Alex Klein. Na semana passada, o oboísta gaúcho pediu demissão do cargo, apontando graves problemas na estrutura do Teatro. Uma situação de crise que não deve ser muito diferente daquela com a qual Rocha vai se deparar. “Não tenho tempo de fazer nada errado. O tempo já passou”, diz o maestro, prometendo cautela para lidar com as dificuldades que encontrará. “Já existe muita agitação dentro do Municipal para que eu tome atitudes agressivas.”
O maestro Abel Rocha, que será o novo diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo
Com histórica vocação operística, o Municipal deve encontrar em Rocha um regente lírico mais experiente do que seu antecessor. Mestre em regência de ópera pela Opemschule, da Roberto-Shumann Musikhochschule, da Alemanha, o regente foi o responsável, nos últimos anos, por consistentes montagens da cena nacional. Entre elas, Pélleas et Mélisande, de Claude Debussy, e Erwartung de Arnold Schoenberg, ambas produções do Palácio das Artes, de Belo Horizonte.
Além das dezenas de óperas que tem no currículo, também realizou temporadas com a Banda Sinfônica do Estado e atuou como regente residente da Companhia Brasileira de Ópera, criada por John Neschling em 2009.
Outro trunfo com o qual o maestro espera contar é sua experiência em lidar com as limitações do Municipal. Nos anos 90, ele comandou o Coral Paulistano, um dos corpos estáveis da casa, e diz conhecer de perto as restrições da instituição. “O Teatro está no escopo de uma repartição pública e isso tem implicações. Mas é preciso lidar com essas características.”
De acordo com o novo diretor, a intenção é manter boa parte da programação de óperas e concertos já anunciada para este ano. “Tentarei honrar os compromissos que já foram assumidos. O Municipal precisa zelar pela sua credibilidade.”
Maria Eugênia de Menezes - O Estado de S. Paulo
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