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VIOLINO - Interpretes, Gravações...
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Paulo Egídio



Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Dom Dez 19, 2010 3:22 pm    Assunto: Responder com Citação

Oi, Alexandre.

Rapaz, é difícil atribuir qualquer coisa do Francescatti ao pai ou a algum outro professor, qualquer que seja. O pai dele de fato foi aluno do Camilo Sivori, que é o único aluno conhecido de Paganini. Sabe-se que Paganini teve uma atividade didática razoável (inclusive escrevendo obras didáticas de diversos níveis, como as "60 variações Barucaba", que o Kremer e se não me engano o Accardo gravaram), mas não restaram muitos registros desta atividade.

Ninguém sabe como tocava o pai dele, parece que tocava e ensinava bem o suficiente pra ter feito prodígios com o filho desde muito criança. O próprio Zino disse alguma vez que o pai foi o principal professor dele.

Ademais, o fato do pai ter dado aula a ele não o isenta de ser escola franco-belga, bem característica. Paganini não criou uma "escola", no sentido de ter um esquema técnico, posicional, postural, de como pegar o arco, conduzi-lo, etc. Não deixou nenhum tratado nem tradição a respeito.

Então, não tenho condição de entrar nesta especulação, nem a favor, nem contra.

Quanto ao solo do Bach: A nota longa exige um movimento muito lento do braço direito. Quanto mais lento, mais fácil o braço tremer e a plateia detectar o nervosismo. E a presença do tio Nathaniel parece que deixou o tio Zino meio apavorado. Smile

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Ivan, também é um pouco difícil especular sobre o que falaste. O Stradivari do Francescatti era um excelente instrumento, mas o volume de som que o violinista tira tem a ver com a forma que ele constroi toda a técnica e, ao mesmo tempo, com a relação que ele cria com seu(s) instrumento(s).

Um músico menor pode fazer um grande instrumento soar mal, um grande músico pode explorar um instrumento não tão bom de formas que eu nem consigo captar. A Ida Haendel, maravilhosa violinista, aluna do Flesch, criança-prodígio, comprou um Stradi legítimo já com uma certa idade. Até ali ela usava uma cópia de Guarneri, que todos davam como original. Até que ela disse numa entrevista: "Pois é, é uma cópia, muito boa, mas uma cópia. Agradeço os elogios, porque quem fazia ele soar como um original era eu". Inclusive existe um documentário dela que eu não assisti, chamado "I am the violin", creio que o título pode se dever a isto.

Conheço um professor que conta ter ganhado um violino de um aluno, sob a alegação de que "professor, o violino é bonito mas não soa bem, talvez o sr. tenha algum aluno que precise de um instrumento, fique com ele". O professor tocou no violino, achou-o horroroso nos primeiros dias, mas com mais uns poucos dias o instrumento começou a soar melhor, simplesmente porque começou a ser tocado "afinado". O aluno não era estas coisas, tocava de uma forma desleixada com afinação, produção de som... quando o violino passou a ser melhor tratado começou a soar muito melhor.

Então, existe uma relativa simbiose entre o músico e seu instrumento. O som que vem de um grande violino tem muito a ver com a forma que o violinista o toca. Existem gravações legais nas quais um violinista toca diferentes obras, ou a mesma passagem de uma obra, em diversos instrumentos históricos. O som muda um pouco, mas a "assinatura" do violinista, seu timbre peculiar, está gravado lá. O Accardo gravou um Cd assim, o Ricci também, acho que o Elmar Oliveira, e pode existir exemplos que eu não conheça.

O Szeryng tem suas gravações famosas feitas basicamente com dois violinos: O Stradivari hoje chamado "King David", ex-"Hercules", que ele doou à Filarmônica de Israel no começo dos anos 1970, e o Guarneri "LeDuc", que ele comprou em 1970. Comparando o Mendelssohn que ele gravou com Antal Dorati nos anos 60 e com Haitink nos 70, há algo diferente, mas não o suficiente pra qualquer um de nós não reconhecer o som dele, inconfundível.

E o exemplo que citaste do Francescatti pegar o violino do Szeryng, eu sei que foi um exemplo aleatório mas, putz, nem quero imaginar! O "LeDuc" é considerado por alguns luthiers o melhor violino da história, outros defendem que foi o "Kochanski", que Aaron Rosand vendeu recentemente por uma fortuna. O Francescatti com qualquer um destes dois violinos... risos.

Eu sei que o exemplo foi aleatório, mas eu tinha que brincar.

Espero ter sido claro.

Abraços.


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IvanRicardo



Registado em: Domingo, 2 de Março de 2008
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MensagemEnviada: Dom Dez 19, 2010 5:56 pm    Assunto: Responder com Citação

Sem palavras, Paulo. Olha, se eu pudesse converter seus ensinamentos em virtuosismo, podes ter certeza que eu já seria capaz de sair por aí tocando a Chacona de Bach. E olha que eu nunca sequer peguei num violino.

Considero muito legal a presença aqui no fórum de pessoas como você e Alexandre, que realmente entendem do assunto. Sinto falta, no entanto, de alguém que pudesse falar com tanta propriedade assim do piano, meu instrumento favorito.

Aspectos históricos e detalhes técnicos de execução e até fabricação, que aprendi nestas aulas, no entanto, fazem-me acreditar intuitivamente que, comparado ao piano, ou qualquer outro instrumento, o violino seja, realmente, o mais rico de idéias. De fato, esse violoncelo pequenininho (risos) fica tão encostado ao corpo do músico que as batidas do coração parecem que se juntam ao som do instrumento, de tão íntima que se torna a relação.


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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Seg Dez 20, 2010 7:51 am    Assunto: Responder com Citação

Ôpa opa, encostado ao coração fica o violoncelo! Very Happy

Paulo, aquela história do Pagani e o saco de farinha, vc já me contou algumas vezes. Mas vc pode me contar mais, porque a história é muito boa! (além de verídica)!



_________________
http://euterpe.blog.br/
Blog de música clássica
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Alexandre



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MensagemEnviada: Seg Dez 20, 2010 11:53 am    Assunto: Responder com Citação

IvanRicardo escreveu:
Considero muito legal a presença aqui no fórum de pessoas como você e Alexandre, que realmente entendem do assunto. Sinto falta, no entanto, de alguém que pudesse falar com tanta propriedade assim do piano, meu instrumento favorito.



Obrigado Ivan pelo elogio, mas na verdade aqui sei menos que você! Very Happy

Porque você não abre um tópico sobre o piano semelhante este do violino, pode ser que daqui um tempo começam a surgir os comentários (nem que passe 200 anos, Very Happy )

E você Amancio, que acha de abrir um de cello? Tenho certeza que você daria ótimas contribuições.

abçs.


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Alexandre



Registado em: Domingo, 25 de Fevereiro de 2007
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MensagemEnviada: Seg Dez 20, 2010 12:09 pm    Assunto: Responder com Citação

Paulo Egídio escreveu:
Quanto ao solo do Bach: A nota longa exige um movimento muito lento do braço direito. Quanto mais lento, mais fácil o braço tremer e a plateia detectar o nervosismo. E a presença do tio Nathaniel parece que deixou o tio Zino meio apavorado. Smile

.


Difícil imaginar um violinista como Francescatti ficar nervoso diante de alguém, qualquer que seja, mas é verdade, sei que existia um respeito mútuo entre os grandes do passado. Um fato que li é que Heifetz certa vez repreendeu seus alunos que não assistiram um recital de Milstein, quando este estava se apresentado em Los Angeles.

abçs


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Alexandre



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MensagemEnviada: Seg Dez 20, 2010 12:42 pm    Assunto: Responder com Citação

Meio sem querer, achei isso, um artigo do The Washington Post, quando da morte de Jasha Heifetz em 1.987, com uma declaração do Menuhin:

Jascha Heifetz, 86, one of the great violinists of this century and an artist whose marvelous talent was evident even in his early appearances as a child prodigy, died Thursday at Cedars-Sinai Medical Center in Los Angeles.

Hospitalized since Oct. 16 for treatment of injuries received in a fall in his home in Beverly Hills, he had undergone brain surgery. The immediate cause of death was not reported.

In a remark that was typical of the tributes elicited by Mr. Heifetz's passing, Sir Yehudi Menuhin, the London conductor and violinist, said: "Few people would disagree that he was probably the greatest violinist in our age. I would like to say that he was my greatest …


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Paulo Egídio



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MensagemEnviada: Qua Dez 22, 2010 7:50 pm    Assunto: Responder com Citação

Milstein é um violinista do qual eu não falo muito, mas foi um extraordinário, prodigioso violinista. Tocou até literalmente o final da vida, e seu último recital, dado com mais de 80 anos de idade, foi de garoto: capricho 5 de Paganini, Introdução e Tarantella de Sarasate, a "Paganiniana", dele próprio... humilhante, simplesmente.

Para muito além do "que" ele tocava, tem que se observar o "como": Ele fazia pouquíssima força, o mínimo. Mal encostava o queixo no violino, não o apertava nada no ombro, a ponto do instrumento quase cair de vez em quando. E tinha uma obsessão pela "limpeza" e clareza do som, que fica patente em tudo que ele gravou.

Tocou em duo por anos com Horowitz, e existe apenas uma gravação, que eles proibiram enquanto vivos que fosse remasterizada: A Sonata 3, de Brahms. E estes dois tocaram com Piatigorsky, por ANOS também, e não existe nenhuma gravação dos três!!! Existe a gravação de Milstein e Piatigorsky tocando o duplo de Brahms. Mas os três juntos não existe.

Um fragmento, ao que parece, do seu último recital:

http://www.youtube.com/watch?v=3mYVT6CeAec


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Alexandre



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MensagemEnviada: Ter Dez 28, 2010 12:23 pm    Assunto: Responder com Citação

Egídio, depois do seu comentário corri rever o vídeo com o Milstein tocando Beethoven com a regência de Sir Adrian Boult em 1972 (acredito que você conheça), e é exatamente isso que você falou.
Não é a minha interpretação favorita de Beethoven, mas não tem como negar que aquilo que ele faz com quase 70 anos, não é para qualquer um.

Aproveitando que você citou Milstein e Francescatti, quais gravações você acha que são "top" na interpretação deles?

abçs


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Alexandre



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MensagemEnviada: Qua Dez 29, 2010 7:30 pm    Assunto: Responder com Citação

Interessante ver Oistrakh também como regente neste concerto de Tchaikovsky, o solista Vaclav Hudecek foi seu pupilo de 1970 até a morte de Oistrakh em 1974. Percebe-se nele alguma característica do velho mestre. Parece que o concerto foi em 1972, Oistrakh estava bem perto do fim! Sad

http://www.youtube.com/watch?v=DxIj5HRA97A&feature=related


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Paulo Egídio



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MensagemEnviada: Sex Dez 31, 2010 11:32 am    Assunto: Responder com Citação

Olha, Alexandre, eu adoro o Milstein tocando Bach, embora seja uma interpretação meio rápida. Mas não soa excessivamente virtuosística, ele faz parecer fácil (o que não é de jeito algum) e toca de um modo muito leve, bonito.

Você pediu interpretações favoritas de dois dos meus violinistas favoritos, do Milstein eu ainda consigo destacar o Bach, do Francescatti é muito mais difícil. Ele provavelmente está logo abaixo do Szeryng nas minhas preferências.

Eu comecei a ouvir música clássica com a "Enciclopédia Salvat dos Grandes Compositores", que circulou no Brasil entre 1983 e 1985. 100 discos de vinil. Lá conheci o Szeryng (concerto e 2 sonatas de Beethoven, Concertos de Mendelssohn e Tchaikovsky, Sinf Espanhola de Lalo, obras de Saint-Saens e Ravel...) e o Grumiaux (Concertos de Brahms e Alban Berg). Os fascículos trouxeram uma visão bem abrangente dos grandes intérpretes da golden age do violino. Na mesma época conheci algumas gravações do Heifetz, que eram guardadas como relíquias em coleções de amigos, e mais algumas do Grumiaux.

E havia UM disco do Francescatti razoavelmente disponível: Sinfonia Espanhola de Lalo e Concerto nº 1 de Bruch. Alguns amigos sempre falavam que era "assustador". Curiosamente eu demorei muito antes de ouvi-lo, a gente sempre acabava ouvindo alguma outra coisa quando estávamos juntos. Enquanto a curiosidade crescia eu ouvia falar de gente que tinha gravações dele tocando concertos de Beethoven, Mendelssohn e Tchaikovsky.

Em 1986 eu passei uma semana em Brasília com minha família e achei um disco dele tocando Brahms, exatamente o concerto do qual nunca tinha ouvido ninguém falar de alguma gravação dele. Eu dava pulos da minha altura no sebo. A partir dali eu objetivo era chegar logo em casa para ouvir "aquilo".

Ainda lembro da minha primeira impressão ao ouvir o som dele. Foi parecida com a do Heifetz, com adjetivos completamente diferentes. O som do Francescatti conjuga intensidade com doçura, graça, charme, sei lá. E aquele vibrato onipresente, que só ele quis fazer desta forma. Após esta primeira audição é que eu fui conhecer outras coisas dele, inclusive a "Sinfonia Espanhola", que acho que ele toca num nível sobrenatural.

Quais seriam minhas gravações preferidas dele? Sei lá, gosto de tudo. Mas o que acho que ele tocou de modo humilhante, melhor do que ninguém, foi o Poéme de Chausson. A gravação com Ormandy/Philadelphia é excelente, mas com Bernstein/NYPh é ainda melhor. A Introdução e Rondó Caprichoso dele também é incrível, ele gravou com os mesmos maestros e vale o mesmo comentário. Aqui o Heifetz sempre será o rival de todo mundo, mas eu encaro a gravação dele como hour-concours.

Dos quatro grandes concertos (Beethoven, Brahms, Mendelssohn, Tchaikovsky), tudo vale a pena, talvez alguma das gravações se torne a tua preferida, houve uma época em que o Mendelssohn dele era o meu preferido, hoje eu não tenho uma preferida destes concertos, exceto Szeryng com Beethoven. O que também ainda me impressiona no Francescatti, como gravação preferida, é a Sinfonia Espanhola. Este disco com Lalo e Bruch, que citei antes, é figura fácil em sebos.

Sem ser "a preferida", mas vale a pena ouvir com ele, é o primeiro concerto de Paganini e o terceiro de Saint-Saens, um disco que também aparece em sebos de vez em quando, e Sibelius, que eu procurei anos e achei num sebo no RJ. De sonatas eu adoro César Franck, bem difícil de achar, e as três de Brahms.


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Paulo Egídio



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MensagemEnviada: Sex Dez 31, 2010 7:39 pm    Assunto: Responder com Citação

Quanto ao Oistrakh: Ele teve uma carreira paralela como regente no fim da vida. Eu tenho um CD muito divertido, gravado ao vivo no Festival de Salzburg. Ele rege "Eine Kleine Nachtmusik" e a Quinta de Tchaikovsky. Segundo o encarte do CD, entre as duas obras ele solou um concerto de Mozart, acho que o K. 216.

Eu fico imaginando ele organizando os golpes de arco da orquestra, ensaiando a Eine Kleine... o spalla louco de vontade de dizer "Maestro, mas aqui o arco poderia ser diferente...", olhando aquela cara de buldogue russo, suando e desistindo. risos

Ah, sim, a orquestra deste CD é uma tal Filarmônica de Viena. Mas, igual, quem discutiria com David Oistrakh? Nem o Igor, nem o Kremer, nem o Spivakov...

-------------------

Quando ele morreu o Szeryng estava excursionando pela Alemanha. Assim que soube, deu um depoimento externando a admiração que tinha pelo russo e tocou, extra-programa, algo de Bach em sua homenagem. Os dois tinham um grande respeito e uma atitude profundamente humilde um em relação ao outro. David Oistrakh disse em dado momento, no meio dos anos 1960, que ninguém tocava o concerto de Tchaikovsky (logo este, tão identificado com Oistrakh!) melhor do que Henryk Szeryng.

E, para quem está acostumado ao Tchaikovsky razoavelmente bem-comportado que Szeryng fez com Zubin Mehta em 1983, ouça a gravação dele nos anos 60, o que é aquilo??? Uma lição de violino, da mesma época daquele inacreditável "Zapateado" de Sarasate, que o youtube democratizou para o bem de todos, e de um igualmente impressionante "Scherzo-Tarantela" de Wieniawsky, que infelizmente só existe em disco, mas que não deve em virtuosismo NADA a Heifetz (por mais que Szeryng o chamasse de "Emperor").

Mas Oistrakh também tocou divinamente bem Tchaikovsky, embora meu concerto preferido com ele seja Brahms.


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Alexandre



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MensagemEnviada: Seg Jan 03, 2011 11:05 am    Assunto: Responder com Citação

Paulo Egídio escreveu:
Sem ser "a preferida", mas vale a pena ouvir com ele, é o primeiro concerto de Paganini e o terceiro de Saint-Saens, um disco que também aparece em sebos de vez em quando, e Sibelius, que eu procurei anos e achei num sebo no RJ. De sonatas eu adoro César Franck, bem difícil de achar, e as três de Brahms.


Este Saint-Saens é no mínimo curioso, ele gravou diferente de todo o mundo, fez o concerto parecer muito mais virtosístico do que realmente é.
E acho que você esqueceu do La ronde des Lutins do Bazzini que você mesmo colocou o vídeo aqui, aquilo é no mínimo insano...


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Alexandre



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MensagemEnviada: Seg Jan 03, 2011 11:14 am    Assunto: Responder com Citação

Paulo Egídio escreveu:

Quando ele morreu o Szeryng estava excursionando pela Alemanha. Assim que soube, deu um depoimento externando a admiração que tinha pelo russo e tocou, extra-programa, algo de Bach em sua homenagem. Os dois tinham um grande respeito e uma atitude profundamente humilde um em relação ao outro. David Oistrakh disse em dado momento, no meio dos anos 1960, que ninguém tocava o concerto de Tchaikovsky (logo este, tão identificado com Oistrakh!) melhor do que Henryk Szeryng.

E, para quem está acostumado ao Tchaikovsky razoavelmente bem-comportado que Szeryng fez com Zubin Mehta em 1983, ouça a gravação dele nos anos 60, o que é aquilo??? Uma lição de violino, da mesma época daquele inacreditável "Zapateado" de Sarasate, que o youtube democratizou para o bem de todos, e de um igualmente impressionante "Scherzo-Tarantela" de Wieniawsky, que infelizmente só existe em disco, mas que não deve em virtuosismo NADA a Heifetz (por mais que Szeryng o chamasse de "Emperor").

Mas Oistrakh também tocou divinamente bem Tchaikovsky, embora meu concerto preferido com ele seja Brahms.


Puxa, o Szeryng como melhor intérprete de Tchaikovsky, dito por um virtuose russo do naipe do Oistrakh é honroso demais.

E quanto ao Szeryng tocando Wieniawski, sempre tive esta curiosidade. Não existe quase nada dele no mercado, e parece que em sua discografia, só há uma gravação do concerto nº 2.
Será que ele não gostava do seu conterrâneo? Smile


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Alexandre



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MensagemEnviada: Seg Jan 03, 2011 12:07 pm    Assunto: Responder com Citação

Alexandre escreveu:
Outra gravação que aguardo com certa curiosidade, é este lançamento aqui:



Oistrakh tocando Sibelius com acompanhamento do piano, sei que isso não é nenhuma novidade, mas para Oistrakh, é a única gravação deste tipo em sua discografia, e outro detalhe é que foi gravado no Uruguai.

Abaixo o comentário da Amazon:

CD Description
SODRE, the acronym for Servicio Oficial de Difusión Radiotelevisión y Espectáculos, Uruguay's equivalent of the BBC, is a new collection of live recordings made during the 1930s to the 1960s in Montevideo by some of the world's most famous artists. They include Jascha Heifetz, David Oistrakh, Leonid Kogan, Mischa Elman, Andrés Segovia, Walter Gieseking, Claudio Arrau, Friedrich Gulda, Lili Kraus, and Marian Anderson. Each of these artists will have their own dedicated disc in the collection's initial 10 releases, a large number of which will feature performances that are completely new to those musicians' discographies. The collection, on the new Hong Kong-based label, The Alpha Omega Sound, is endorsed by none other than pianist and conductor Vladimir Ashkenazy who has contributed a lengthy introduction in the CD notes.
Recorded in the pre-war period on 78rpm special discs and in the post-war period on reel-to-reel tapes, the quality of the source material was extremely good. Now digitized, edited and lovingly re-mastered at Abbey Road Studios in London, the sound quality is pristine.

The second release from 'The SODRE Collection' features the renowned Russian violinist David Oistrakh performing with pianist Vladimir Yampolsky. This recital includes a violin and piano version of the Sibelius Violin Concerto in D minor. Chamber versions of concertos are nothing new but, in this particular case, it was a first for David Oistrakh. No other such versions exist in his discography. Recorded on 9 April 1954 in Montevideo, Uruguay.

Personnel: David Oistrakh (violin), Vladimir Yampolsky (piano)


Muito bom este CD, embora seja gravação ao vivo e mono, a qualidade está espetacular.

Além do concerto do Sibelius com piano, tem também a sonata nº 3 de Leclair e o Poéme de Chausson.

O interessante nestas versões de concertos para violino com acompanhamento de piano, é que este não mascara nenhuma nuance do violino, ou seja, nada fica escondido, e Oistrakh como sempre se sai muito bem. Se ele já era um dos meus preferidos neste concerto, agora meu conceito melhorou ainda mais.

A sonata de Leclair também muita linda, uma melodia bastante cativante, é impossível ouvir e não sair assoviando pro resto do dia.


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Paulo Egídio



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MensagemEnviada: Sáb Jan 08, 2011 3:47 pm    Assunto: Responder com Citação

Alexandre escreveu:
Paulo Egídio escreveu:

Quando ele morreu o Szeryng estava excursionando pela Alemanha. Assim que soube, deu um depoimento externando a admiração que tinha pelo russo e tocou, extra-programa, algo de Bach em sua homenagem. Os dois tinham um grande respeito e uma atitude profundamente humilde um em relação ao outro. David Oistrakh disse em dado momento, no meio dos anos 1960, que ninguém tocava o concerto de Tchaikovsky (logo este, tão identificado com Oistrakh!) melhor do que Henryk Szeryng.

E, para quem está acostumado ao Tchaikovsky razoavelmente bem-comportado que Szeryng fez com Zubin Mehta em 1983, ouça a gravação dele nos anos 60, o que é aquilo??? Uma lição de violino, da mesma época daquele inacreditável "Zapateado" de Sarasate, que o youtube democratizou para o bem de todos, e de um igualmente impressionante "Scherzo-Tarantela" de Wieniawsky, que infelizmente só existe em disco, mas que não deve em virtuosismo NADA a Heifetz (por mais que Szeryng o chamasse de "Emperor").

Mas Oistrakh também tocou divinamente bem Tchaikovsky, embora meu concerto preferido com ele seja Brahms.


Puxa, o Szeryng como melhor intérprete de Tchaikovsky, dito por um virtuose russo do naipe do Oistrakh é honroso demais.

E quanto ao Szeryng tocando Wieniawski, sempre tive esta curiosidade. Não existe quase nada dele no mercado, e parece que em sua discografia, só há uma gravação do concerto nº 2.
Será que ele não gostava do seu conterrâneo? Smile


Quanto ao Szeryng tocando Tchaikovsky, lembremo-nos que ele era eslavo e teve uma múltipla formação: Antes do Flesch - que, parece, moldou toda a técnica dele - ele fez aula com um aluno do Auer chamado Maurice Frankel, isto dos 7 aos 10 anos, se não me falha a memória, e depois ainda estudou mais alguma coisa de violino no Conservatório de Paris e sofreu influência artística de Thibaud e Enescu. No caso dele eu diria: mais de Thibaud, no caso do Gitlis eu diria: mais do Enescu. Quem ouvi-los vai me entender. Very Happy

Quanto a Wieniawsky, o Scherzo-Tarantella foi um cavalo de batalha do Szeryng durante sua fase áurea. Existem CINCO gravações dele tocando isto, cada uma com um pianista diferente. A partir dos anos 1970 ele se concentrou no grande repertório e tocou menos estas coisas virtuosísticas. Mas ainda tocava: Tenho um recital dele ao vivo em 1979 em que ele encara o Noturno-Tarantella de Szymanowsky e outras maluquices, e um amigo contou que assistiu ele tocando a Introdução e Tarantella de Sarasate (reparem na fixação por tarantella deste parágrafo!! risos) num recital nos anos 1980.

Além disto ele gravou uma mazurka e o segundo concerto, de fato uma só vez cada um.


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