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Ricardovsky
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 697 Localização: Teresópolis - RJ
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 6:25 pm Assunto: Interpretações sérias, mas peculiares. |
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Caros amigos,
Sabem aquelas gravaçõe que quando a gente escuta fica perplexo por nunca ter ouvido ser interpretada daquela maneira? Pois bem, são essas interpretações, juntamente com o porquê delas serem peculiares, que eu gostaria que cada um citasse aqui. Vejam, não estou falando de interpretações ruins, mas de interpretações que nos causam uma, digamos, estranhesa respeitosa.
De minha experiência, eu falaria da primeira vez que ouvi uma gravação da 5ª Sinfonia de Beethoven com Boulez. Uma repetição a mais da exposição do 3º movimento (seguida depois por alguns regentes, entre eles Masur; Boulez dizia que Beethoven havia errado ao não ter anotado a repetição) e um andamento extremamente lendo (mais que Celibidache). Eu tinha essa gravação em vinil, não a possuo mais, por isso nem posso dar mais detalhes dela (não lembro a orquestra).
Como também não citar o controverso Glenn Gould, na sua "Variações Goldberg" de Bach, ou, nas suas interpretações das sonatas de Mozart. Mas, pessoalmente, nem diria que tais interpretações mexeram comigo porque as conheci antes de ser apresentado a outras mais convencionais. Vale, portanto, nesse tópico, a experiência de cada um.
Bem, vou esperar o pessoal se manifestar e, enquanto isso, vou me lembrando de outras gravações.
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SérgioNepomuceno
Registado em: Segunda-Feira, 13 de Novembro de 2006 Mensagens: 273
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 6:53 pm Assunto: |
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A bel cantista Salome de Caballé: apesar de ela praticar um destaque silábico em várias de suas interpretações em sílabas estratégicas para potencializar a dramaticidade enpregada (ex. fácil: aspetto de Un bel dì em Butterfly), sua Salome não tem nada de forzatos rysanekianos ou empregos de volume repentinos em determinada linha, que logo se estabiliza etc etc. Seus crescendos sutis; sua técnica de legato dentre outros elementos do gênero constroem uma Salome quase ""bel cantista"": interessantíssima leitura.
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Amancio
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 9:57 pm Assunto: |
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O Abbado também repete o scherzo da Quinta!
Deixe-me ver... interpretações diferentes? Já ouvi várias agora mas não vou lembrar. Depois eu posto aqui.
PS.: Acho genial as variações "Gouldberg".
PS2.: Lembrei de uma interpretação estranha: aquela Paixão segundo São Mateus com uma pessoa fazendo cada voz do coro (esqueci o nome do regente - mas, também, ouvi apenas o coro inicial).
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Ricardovsky
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 697 Localização: Teresópolis - RJ
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 10:07 pm Assunto: |
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Estranha é muito boa, Amancio. Acho que você está falando do Parrot. Tenho a Missa em si menor de Bach com ele. O coro é uma espécie de conjunto de solistas. Eu adoro essa gravação, e, com certeza, causará estranhesa àqueles que estão acostumados com um Bach de grandes coros e de potente massa orquestral.
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Bruno Gripp
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 725 Localização: Belo Horizonte
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 10:14 pm Assunto: |
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A são Mateus é do McCreesh, lindíssima. OVPP fica muito bonito em Bach.
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Amancio
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 10:16 pm Assunto: |
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E por falar na Missa em Si menor, deixa eu perguntar uma coisa aos entendidos. Tenho apenas duas gravações dessa missa, com Gardiner e agora a da caixa da Brillant, com o Harry Christophers e a Sixteen. Gardiner mistura trechos com solistas e coros (um dos trechos onde isso fica evidente é no Et in terra pax), mas o Christophers faz tudo só com coro, trabalhando as dinâmicas. Quem é que está "certo"? Qual das duas é a gravação estranha?
McCreesh, isso mesmo! Então, será que Gardiner usou de um meio termo entre só-solistas e coro?
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Bruno Gripp
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 725 Localização: Belo Horizonte
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 10:18 pm Assunto: |
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O Et in terra pax normalmente é feito com o coro. Mas teria que ver a interpretação do manuscrito e/ou do costume de Bach nesse ponto.
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Leonardo T. de Oliveira
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 448 Localização: Curitiba-PR
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Leonardo T. de Oliveira
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 448 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 10:22 pm Assunto: |
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Quanto à missa, também existe certa liberdade entre se usar o coro ou os solistas para o Crucifixus etiam pro nobis.
_________________ Leonardo T. Oliveira
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Sarastro
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 900 Localização: Brasil
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 10:33 pm Assunto: |
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Hoje mesmo vi o tenor Marco Berti cantar "Celeste Aida" de uma maneira tão meditativa (boa parte do tempo em mezza voce) que achei, a primeira vista, estranho - ainda que eu esteja careca de saber que Verdi queria que fosse assim, etc. e tal.
Normalmente, os tenores gostam de "mostrar serviço" já nessa ária; ou seja: "Celeste Aida" que se preza tem que ser cantada a plenos pulmões. Não sei se Berti quis ser fiel ao compositor, ou a própria montagem mais intimista pedia isso. Seja lá qual foi o motivo, ficou interessante.
Notem que Berti canta, em alguns momentos, sem usar a mezza voce (se não fizesse isso, cairia morto no final da ária). Além disso, finaliza com um si bemol forte, visto que o morendo é complicadíssimo para qualquer tenor - o próprio Bergonzi só o tentava em certas ocasiões.
_________________ Va, pensiero, sull'ali dorate...
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Amancio
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 10:38 pm Assunto: |
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A Canção da Terra, do Bernstein com Fischer-Dieskau, soa bem "afetada". Tem uma das gravações onde o tenor faz o diminuendo em "soll auflachend in die Seele euch klingen", péra que já acho.
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Bruno Gripp
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 725 Localização: Belo Horizonte
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 10:40 pm Assunto: |
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É o James King, não? Amo essa canção com ele...
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Amancio
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 10:43 pm Assunto: |
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Ahá, achei! É essa mesma do Bernstein, com o James King. É lindo maravilhoso como ele pega o "klin" do klingen.
PS.: Isso, Bruno! Escrevi minha mensagem antes de ler a sua. Acho que vou invadir a madrugada ouvindo essa gravação, é o extremo oposto do analítico Klemperer. Ela é toda exagerada.
Editado pela última vez por Amancio em Ter Nov 14, 2006 10:46 pm, num total de 1 edição |
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Bruno Gripp
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 725 Localização: Belo Horizonte
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Enviada: Ter Nov 14, 2006 10:44 pm Assunto: |
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É sim, vou até ouvir agora. O DFD nessa gravação chega ao ponto do Kitsch, mas o James King é comovente, só ouço esse vinil (!) por causa dele.
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fanermaluco
Registado em: Terça-Feira, 7 de Novembro de 2006 Mensagens: 596
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Enviada: Qua Nov 15, 2006 9:15 am Assunto: |
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Lohengrin do Karajan: Ausência completa de madeiras, ausência de linhas vocais nos conjuntos, o falsete do Kollo na narrativa do Graal (eine Taube...), os erros de ataque nos contrabaixos na 3a seção da 1a cena do 2o ato (quando Telramund fala "Gewalt?"), a participação virtual do coro no 3° ato (onde estão as exclamações "O bleibe!", etc?)...mas não ouça, por q se começar a ouvir, não vai desgrudar!
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