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As aberturas das óperas...
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triboulet



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MensagemEnviada: Sáb Abr 18, 2009 4:56 pm    Assunto: As aberturas das óperas... Responder com Citação

Depois de escutar:

http://www.youtube.com/watch?v=Vqi4C36AaTw&feature=related

Convido-os a discutir sobre os seguintes ítens:




Para você que "Aberturas de Óperas" deveriam ser incluídas na lista apresentada no youtube? Justifique.

Qual é a função da Abertura perante o Corpo da ópera, quando foram apresentadas as primeiras Aberturas e como foram se modificando no decorrer dos tempos?


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Spartaco



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MensagemEnviada: Dom Abr 19, 2009 9:38 am    Assunto: Responder com Citação

Caro Triboulet,

São duas questões muito interessantes; a primeira depende muito do gosto pessoal, enquanrto a segunda é uma questão complexa e, ao mesmo tempo, bem objetiva e que demanda um bom tempo para ser melhor respondida.

Porém, arriscando uma resposta e começando pela última, entendo que o principal intuito das aberturas é preparar os espectadores para o clima da ópera que irá iniciar. Por isso, muitas vezes os compositores preparavam as aberturas no final da composição das óperas, utilizando-se de trechos das mesmas em sua confecção.

Deve-se salientar que os compositores, posteriormente, deixaram muitas vezes de colocar aberturas ou prelúdios no início de suas óperas e optaram por compor uma pequena introdução, como podemos verificar, só para citar, no caso de Otelo do próprio Verdi.

No tocante à lista apresentada no youtube, eu acrescentaria pelo menos a abertura da ópera La Forza del Destino de Verdi e a da Norma de Bellini.

Um grande abraço.



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Spartaco Carlos Nottoli
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(berber)



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MensagemEnviada: Seg Abr 20, 2009 2:12 pm    Assunto: Responder com Citação

Essa historia de abertura acho que comecou na Franca, onde a orquestra tocava na entrada do publico e para receber o Rei. Assim, a orquestra tocava a abertura enquanto o rei entrava e sentava no trono real para assistir a opera. Depois de dividamente sentado, ai sim que a opera poderia comecar.

Aos poucos os compositores comecarama usar as aberturas para "apresentar" ao publico os temas e ideias musicais que iriam aparecer durante a opera.


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Amancio



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MensagemEnviada: Qua Abr 22, 2009 1:30 pm    Assunto: Responder com Citação

(berber) escreveu:
Essa historia de abertura acho que comecou na Franca, onde a orquestra tocava na entrada do publico e para receber o Rei. Assim, a orquestra tocava a abertura enquanto o rei entrava e sentava no trono real para assistir a opera. Depois de dividamente sentado, ai sim que a opera poderia comecar.

Há um famoso vídeo do Orfeu de Monteverdi em Barcelona onde, enquanto a orquestra toca a abertura, o maestro (Savall?) vem caminhando pelo meio da platéia até assumir seu posto.


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(berber)



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MensagemEnviada: Qui Abr 23, 2009 12:00 pm    Assunto: Responder com Citação

Deve ser engracado.... mas mais engracado seria o maestro indo embora antes do final...

E' interessante colocar a musica no historico no qual ela foi composta. Ninguem hoje em dia ousaria entrar no teatro depois da abertura ter comecado. Ou ir jogar cartas durante a opera. Algumas operas duravam 5, 8 horas, e as salas de opera tinham camarotes que serviam comida e tinham sofa's para o pessoal dormir, alem de mesas para uma jogatina basica. Imagina recriar essa atmosfera hoje em dia?

Qual e' a abertura mais longa que voces conhecem?


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Bruno Gripp



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MensagemEnviada: Qui Abr 23, 2009 3:58 pm    Assunto: Responder com Citação

Tem uns malucos que colocam a Leonore III para começar o Fidelio, se essa valer, eu acho que é a mais longa que conheço, mas não saí para fazer pesquisa. A do guilherme TEll é razoavelmente longa, mas menor do que a Leonore III, no Parsifal Wagner colca uma abertura razoavelmente pequena, mas logo depois enfia aquela cena da Sexta-Feira santa que dura umas 6 horas, o tempo em que Cristo ficou na cruz. Das obras de que consigo me lembrar, a abertura mais longa e complexa é a Leonore III, depois, provavelmente, o o Guilherme Tell. Mas é difícil saber, o Oratorio Juditha Trimphans do Vivaldi tem dois movimentos orquestrais completos antes de se começar.


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Amancio



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MensagemEnviada: Qui Abr 23, 2009 5:32 pm    Assunto: Responder com Citação

Bruno Gripp escreveu:
Mas é difícil saber, o Oratorio Juditha Trimphans do Vivaldi tem dois movimentos orquestrais completos antes de se começar.

Aí Bruno, vc conhece também a La Finta Giardiniera de Mozart, ela também tem dois movimentos como abertura. Mas são movimentos curtos.

Tannhäuser, versão de Dresden, tem 15 minutos de abertura.


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Spartaco



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MensagemEnviada: Qui Abr 23, 2009 5:59 pm    Assunto: Responder com Citação

Amancio escreveu:
Tannhäuser, versão de Dresden, tem 15 minutos de abertura.


Amancio,

Também não pesquisei, mas acho que você acertou ou então chegou bem perto; creio que a mencionada abertura de Wagner está entre as mais longas que conheço.

Um grande abraço.



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Spartaco Carlos Nottoli
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Bruno Gripp



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MensagemEnviada: Qui Abr 23, 2009 6:41 pm    Assunto: Responder com Citação

Citação:
Tannhäuser, versão de Dresden, tem 15 minutos de abertura.


É verdade, até me lembrei de Parsival, não sei por que, eu acahva que a abertura era menor do que a Leonore III, mas não é. usando um parâmetro meio tosco, nas gravações que tenho, o mesmo maestro, Karajan, faz em 16 minutos o Tannhäuser e em 14 a Leonore III.

Mas bom, desenvolvendo o tema, a abertura que considero mais relevante e ligada à ópera é sem dúvida a dos Mestres Cantores do Wagner, não é excessivamente longa como a do Tannhäuser e apresenta uma narrativa musical bem coesa. Do ponto de vista da linguagem musical é também uma das passagens mais brilhantes de Wagner, uma das escritas polifônicas mais ricas do século XIX, o uso de um tema do século XVI e a sua variação em diversos subtemas com funções na trama, o uso do tema das duas tramas da ópera (o concurso de canto e o amor entre Walther e Eva) interlaçados em uma espécie de forma sonata de três temas (sendo o terceiro variação do primeiro, como acontece também em Beethoven) que além de ter uma função musical rica serve como um bom resumo da ópera, e o final da ópera (não da versão em concerto) simplesmente se resolvendo no coro da igreja, uma solução brilhante e ousada, é Wagner em seu melhor.

As aberturas de Rossini são igualmente brilhantes, mas já são completamente afastadas da temática da obra (algumas melodias retornam em algumas óperas, mas normalmente é apenas de uma determinada passagem da abertura), e obras independentes por si, mais complexas do que uma forma sonata ordinária, e, talvez o mais interessante, o uso mais original de uma orquestra até então.


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triboulet



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MensagemEnviada: Sex Abr 24, 2009 11:11 am    Assunto: Responder com Citação

Discutindo em outro fórum, surgiram algumas perspectivas interessantes, sobre as quais posso repassar algumas informações.

Uma das questões relaciona-se ao uso das aberturas como uma forma de apresentação , por meio de canto, de cada um dos personagens e um breve resumo da trama do enredo...nesse caso a abertura assume a característica de prólogo, como nos Palhaços de Leoncavallo: http://www.youtube.com/watch?v=PpWRlDQn1aw

Em outra questão a abertura apresenta trechos musicais (sem canto, somente orquestra) referentes única e exclusivamente ao primeiro ato, assumindo nessa perspectiva o formato entendido como Prelúdio, caso da Traviata de Verdi: http://www.youtube.com/watch?v=r0ojZCaYeLI
Contudo, os prelúdios podem ser apresentados antes de qualquer ato.

Abraços.

P.s: Spartaco...a abertura da Força do Destino é entre outras 200 uma das minhas preferidas. Wink


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Bruno Gripp



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MensagemEnviada: Sex Abr 24, 2009 12:59 pm    Assunto: Responder com Citação

Posso estar errado, e frequentemente estou, pois os compositores do século XVIII muitas vezes nos surpreendem, mas o primeiro compositor de que tenho notícia de usar a abertura como um resumo da ópera foi Mozart.

Não que ele faça como, sei lá, Berlioz na abertura aux Troyens à Carthage e escreva música programática, mas ele se vale de temas e passagens centrais da ópera para compor suas aberturas, e aqui falo especificamente da Flauta, de Cosè e do DG.

As óperas anteriores, até Idomeneo, usam apenas uma abertura orquestral padrão, sem relação estreita com o tema da ópera. Gluck, por exemplo, é capaz de fazer aberturas formalmente interligadas ao começo da ópera (Iphigénie en Tauride) ou aberturas que são das melhores peças de concerto (Iphigénie en Aulide), mas pelo que me lembro, ele nunca se valeu de um tema importante da ópera para compor a abertura.

No Rapto do Serralho, Mozart já faz uma abertura mais interligada à ópera, utilizando a música turca para moldar o tema da ária de Belmonte. Não que a ária de Belmonte seja algo especial na ópera, e não duvido que haja diversos outros exemplos de aberturas assim em óperas mais ou menos do período (sei lá, um Jomelli), mas a abertura do Rapto é uma peça interessante e serve muito bem como uma introdução e, digamos assim, aclimatação à ópera.

Em Le Nozze, Mozart escreve uma abertura comum, uma forma sonata sem desenvolvimento e nenhuma relação com a ópera. Mas nas três óperas seguintes, sim, em Don Giovanni, MOzart usa a música da entrada do comendador lá na penúlotima cena para abrir a ópera, usa como a introdução lenta em tom menor que é comum em algumas sinfonias. Em Così, Mozart encerra a parte lenta com a cadência que vai dar nome à ópera, novamente no final da ópera, e na Flauta, Mozart cita o início da cena do templo.

Cada uma dessas passagens citadas é de um momento central na ópera, e Mozart aproveita-se desse momento para compor a música de abertura, é um procedimento, até onde sei inédito até então. Beethoven tentou fazer isso nas Leonore usando o toque de trompa, mas as aberturas ficaram muito longas e complexas para uma ópera, e acabou usando uma abertura sem conexão temática com a ópera. Rossini faz isso em algumas aberturas (Cenerentola), em outras ele rouba aberturas de outras óperas (Barbeiro) ou escreve aberturas sem repetição temática, Bellini, na Norma, aproveita a melodia da ária do tenor (ai eu não ovu me lembrar agora), mas não é uma cena central assim. É mais ou menos disso que me lembro agora.


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triboulet



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MensagemEnviada: Sex Abr 24, 2009 1:51 pm    Assunto: Responder com Citação

Não muito distante do que comentou o BG, as óperas barrocas, até Monteverdi, no século dezessete iniciavam-se direto no seu corpo...com Monteverdi surgiram as primeiras aberturas, mas ainda sem o formato e função com que estamos acostumados, de apresentar um resumo da obra. Como bem disse o berber, tinha a função apenas de aquecer os ânimos da platéia. Cool

Na ópera francesa, com Lully, pouco após Monteverdi apareceram as primeiras relações entre as aberturas e o corpo da ópera. Em algumas leituras encontrei referências à criação de um clima psicológico entre as aberturas e as óperas para as quais eram escritas...que seria esse clima psicológico? Estaria relacionado aos movimentos da obra?
Question
Em outras encontrei referências à criação de Gluck em Ifigênia em Áulida um resumo espiritual da ópera a partir da abertura. Resumo espiritual...sei.... Rolling Eyes

Teria sido Weber, com o Franco-atirador o primeiro a apresentar uma abertura no formato resumo...
Question


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Bruno Gripp



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MensagemEnviada: Sex Abr 24, 2009 3:08 pm    Assunto: Responder com Citação

Tribo,
Bem lembrado, o Franco Atirador faz um resumão dos temas da ópera.

E resumo espiritual é outro modo de dizer: não tem nada a ver.


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triboulet



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MensagemEnviada: Sex Abr 24, 2009 7:47 pm    Assunto: Responder com Citação

Bruno Gripp escreveu:


E resumo espiritual é outro modo de dizer: não tem nada a ver.


Pois é...termo estranho esse.

Diga(m) lá...você(s) saberia(m) explicar como se diferencia um intermezzo de um prelúdio? Rolling Eyes
Estou perguntando porque eu não sei...não é para saber se vocês sabem. Cool

Abraço.


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Spartaco



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MensagemEnviada: Sex Abr 24, 2009 8:00 pm    Assunto: Responder com Citação

Caro Triboulet,

Como o próprio nome diz, intermezzo é uma peça orquestral executada no meio de uma ópera, ou seja, entre os atos da mesma ou, em certos casos, entre duas cenas de um mesmo ato.

Exemplos de óperas com intermezzo são: Carmen de Bizet (entre os atos 3º e 4º), Manon Lescaut de Puccini (também entre os atos 3º e 4º ato) e a Cavalleria Rusticana de Mascagni (entre as duas partes do ato único).

Um grande abraço.



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Spartaco Carlos Nottoli
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