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Mozart e Beethoven compondo juntos. Já imaginou?
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Ricardovsky



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MensagemEnviada: Qui Abr 23, 2009 9:24 am    Assunto: Responder com Citação

Gostaria de lembrar aos colegas que, quando falamos em influência de Beethoven sobre outros compositores, estamos falando, sobretudo, do Beethoven heróico da segunda fase. A 1ª fase do compositor retrata sua própria influência (Haydn e Mozart) e, por isso, não se mostra útil para influenciar ninguém. Já a 3ª fase demorou um bocado para ser assimilada, não produzindo seguidores, pelo menos não seguidores diretos (alguns consideram que os quartetos de Schonberg possuem influência beethoveniana, mas, particularmente, considero isso um exagero, por ver muito mais uma inspiração do que propriamente uma influência). Alguém conhece algum compositor do século XIX que tenha composto num estilo semelhante ao último Beethoven, com uma escrita que apresenta fugas enormes (não apenas em obras sacras, como é comum, mas em sua Nona Sinfonia, sonatas para piano e quartetos de cordas) e amplos movimentos de variações, que aparecem constantemente? Eu não.


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(berber)



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MensagemEnviada: Qui Abr 23, 2009 11:48 am    Assunto: Responder com Citação

E Berlioz? Ele nao so' foi influenciado por Beethoven, como foi o cara que tomou as redeas da inovacao musical.


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Bruno Gripp



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MensagemEnviada: Qui Abr 23, 2009 3:44 pm    Assunto: Responder com Citação

A questão é que Berlioz vem de um ambiente musical diferente do ambiente centro-europeu, e ele teve pouca influência da obra de Beethoven em seus anos de formação, pois a sua música era só raramente tocada na França durante sua juventude e formação, as maiores influências de Berlioz são os autores francesas dos períodos pré-revolucionário e imperial, Gossec, Gluck (alemão, eu sei), Cherubini (italiano, eu sei, e o Berlioz não gostava dele), Méhul, Rossini, etc. Berlioz gostava e admirava muito beethoven, mas provavelmente mais pelas suas sinfonias, por exemplo, ele só veio a conhecer seus quartetos e suas sonatas depois de compor a Sinfonia Fantástica.


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Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Qui Abr 23, 2009 4:37 pm    Assunto: Responder com Citação

Certo, mas mesmo assim, ele foi influenciado por Beethoven. A Sinfonia Fantastica foi composta quando ele tinha 27 anos, seguindo a unidade tematica nos movimentos assim como a terceira de Beethoven. Logo depois ele compos o Romeu e Julieta com um coral em movimentos sinfonicos, seguindo a nona.


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Bruno Gripp



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MensagemEnviada: Qui Abr 23, 2009 7:00 pm    Assunto: Responder com Citação

Sim, isso é verdade.
Mas acho que seria interessante a gente se perguntar quais sinfonias de Beethoven Berlioz conhecia. Porque normalmente a gente fala de influências musicais quando às vezes simplesmente dois compositores podem chegar a conclusões semelhantes sem terem ouvido um ao outro. O exemplo mais estranho é das sinfonias de Méhul, que apresentam soluções muito próximas das de Beethoven, desenvolvimentos e codas longas, modulações distantes, uso de tonalidades enarmônicas, etc, sem ter ouvido a obra de Beethoven.

O nosso mundo é completamente diferente, hoje, se der na minha telha que eu quero ouvir, sei lá, a Fantasia Wanderer do Schubert, eu vou no youtube e ouço uma versão de um cara de cuecas que é melhor do que muitas comerciais por aí:
http://www.youtube.com/watch?v=dxJTrdlKi5Y

Na época do Beethoven não era assim, se quem mexe com música moderna está acostumado com o problema de partituras, algumas, por exemplo, não são sequer vendidas, você pode apenas tomar emprestado (a sinfonia do Berio), é para se imaginar que naquela época era ainda mais difícil. Porque a expansão da música está relacionada com o mercado musica, e naquela época normalmente o editor fazia uma tiragem pequena da obra, de sei lá, 50 cópias (ainda hoje não é muito mais), e, como na maioria das vezes essas peças não eram obras que vendiam muito, era feita apenas essa tiragem mesmo. Daí, para essas obras se popularizarem, era questão de décadas. As obras de Schubert, que pouco publicou (tirando as intermináveis pecinhas de ocasião para piano e a multidão de Lieder) e foi um compositor que não teve a fama e popularidade de Beethoven, são um exemplo claro: a Nona Sinfonia só foi ser ouvida três décadas depois da sua composição, e estamos falando de uma das obras primas do século XIX.

E não se deve pensar que Schubert seja uma exceção, é bem provável, por exemplo, que as únicas sonatas de Beethoven que Chopin ouviu até sair da Polônia foram a Patética e a Ao Luar, os dois grandes sucessos de sua carreira, e Berlioz nem isso até os 30 anos. É possível que a maioria dos grandes compositores não tenha ouvido uma sonata como a op. 111 em toda a sua vida.

Isso ao se falar do século XIX, quando se vai atrás a coisa é mais complicada ainda. Mozart e Haydn só foram ouvir Händel por causa do Barão van Zwieten, não fosse por ele, era certo que eles jamais iriam ouvir Händel. E ora, o Barão é importante na biografia de Mozart também por outro motivo, ele que o convidou e provavelmente era o grão mestre da loja maçônica de Mozart. Como a maçonaria é uma coisa inglesa, é bem provável que a descoberta de Händel pelo classicismo vienense se deva mais a esse fato "extra musical" do que à qualidade da obra de Händel (que é, lógico, imensa). Mas o fato é que músicos viajavam bem pouco naquela época, e quando falamos da viagem de Haydn para a Inglaterra, falamos de um evento raro e único na história da música, de um compositor célebre já em vida, pois até então, o comum era compositores se mudarem e residirem permanentemente no lugar onde arranjaram patronagem, e falamos aqui de Händel e Johann Cristian Bach na Inglaterra, John Field na Rússia, Gluck e Cherubini na França, etc.

Os primeiros compositores a viajarem e fazerem um sucesso pan-europeu foram Paganini e Rossini. portanto é difícil imaginar que Beethoven tenha tido um impacto instantâneo na vida musical, e, em especial em relação a suas últimas obras, estas que tiveram maior dificuldade ainda de se difundirem, e quando estas começam a aparecer, já estamos na geração de Brahms e Wagner a que o Amancio se referiu.


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