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Integral Bach Brillant Classics
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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Qua Fev 24, 2010 10:42 am    Assunto: Responder com Citação

Oi Tiago! Vá se acostumando com isso, acontece várias vezes. Eu que gosto da Meine Seele rühmt und preist BWV. 189, quando fui procurá-la acabei descobrindo ser de Georg Melchior Hoffmann...

Acho que a Brilliant levou ao pé da letra o título "Integral Bach": é só do Bach mesmo.


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Spartaco



Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Qua Fev 24, 2010 11:20 am    Assunto: Responder com Citação

Amancio e Tiago,

Há muitas obras atribuídas ao grande Johann Sebastian Bach; talvez por isso a gravadora CPO já lançou alguns cd's com as chamadas obras apócrifas do compositor. Se quiserem saber quais são e dar uma pesquisada nas referidas peças, entrem no site oficial da gravadora:

http://www.jpc.de/jpcng/cpo/home

Um abraço a todos.



_________________
Spartaco Carlos Nottoli
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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Qua Fev 24, 2010 5:46 pm    Assunto: Responder com Citação

Certa vez assisti um concerto com o grupo Musica Antiqua Koln, e antes de tocarem a Suite n.5 (BWV.1070) de Bach, o Reinhard Goebel disse: "vamos tocar agora uma obra de 'alguém' chamado Bach"... referindo-se exatamente à autoria duvidosa da obra.


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Tiago Arruda



Registado em: Segunda-Feira, 25 de Fevereiro de 2008
Mensagens: 30

MensagemEnviada: Qua Mar 17, 2010 1:36 pm    Assunto: Responder com Citação

Alguém sabe me explicar por que Bach às vezes chama de ária um dueto ou chama de coral uma ária.
Também gostaria de saber como Bach diferenciava coral de coro, ou seja, o que fazia ele chamar de coral um movimento e de coro outro.

Agradeço.


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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Qui Mar 18, 2010 11:42 am    Assunto: Responder com Citação

Simples!

"Chorale" é quando Bach pega uma melodia do hinário luterano (um "coral") e faz apenas uma harmonização. Quando vc ouve um "chorale", vc percebe que não há nada em volta ou lá atrás (o contraponto), é só as vozes e os instrumentos cantando no mesmo ritmo do hino. Muito frequentemente uma cantata se encerra com um chorale.

"Coro" é uma fantasia envolvendo o coro, às vezes (mas nem sempre) baseada numa melodia coral, do hinário luterano. A fantasia é barroca por natureza, e é sempre cheia dos contrapontos e fugas e outras coisas comuns ao barroco. Com uma certa frequência, uma cantata é aberta com um coro.

Agora... às vezes o Bach emprega um hino luterano no meio de uma ária. Se é uma voz que canta o hino, a ária é chamada de "coral"; se tem outra voz cantando junto, é ária e não dueto.

Exemplo: pega lá a famosa cantata Ein feste Burg ist unser Gott BWV.80. Ela é baseada no popular hino de mesmo nome composto por Martinho Lutero (em português, o povo conhece por "Castelo forte é nosso Deus"). O primeiro mov. é um "Coro", uma fantasia coral em forma de fuga onde o sujeito da fuga é a primeira linha (Ein feste Burg ist unser Gott) e o contrasujeito, a segunda linha (ein gute Wehr und Waffen). O segundo mov. é uma Ária, o baixo canta a "ária" propriamente dita (Alles, was von Gott geboren) e a soprano canta a melodia coral (Mit unsrer Macht ist nichts getan). O quinto mov. é um coral porque, quem canta, canta a melodia do hino - independente de ser o coro, ou o tenor, ou a soprano. O último mov. é um Chorale.

Dica de site:
http://webdocs.cs.ualberta.ca/~wfb/bach.html
Tem a letra de todas as cantatas, e os hinos estão em negrito! Veja a cantata que citei acima:
http://webdocs.cs.ualberta.ca/~wfb/cantatas/80.html


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Tiago Arruda



Registado em: Segunda-Feira, 25 de Fevereiro de 2008
Mensagens: 30

MensagemEnviada: Sex Mar 19, 2010 11:48 am    Assunto: Responder com Citação

Obrigado Amancio pela explicação.

Mas acho que você não me respondeu à primeira pergunta.
Por exemplo, pegue o CD 13 do volume III. Na primeira cantanta deste cd, Bach chama a faixa 5 de aria quando na verdade se trata de um dueto.
Pode me ajudar nesta questão?


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Ricardovsky



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Dom Mar 21, 2010 4:13 pm    Assunto: Responder com Citação

Oi, pessoal. Faz bastante tempo que não apareço, não é mesmo? Muito trabalho...

Bem, vamos ver se consigo ajudar o Tiago. Creio que, juntamente com a definição de ária como uma canção cantada por um solista, há outra que se finca, em termos musicais, na definição de uma forma de canção que independe de possuir um cantor. A ária, então, nesta segunda definição, não se subordina à existência de um cantor solista.

A suíte nº 3 BWV 1068 de Bach, por exemplo, possui uma ária em seu segundo movimento (não há nenhum cantor solista aqui). Ária também se chama o tema inicial das Variações Goldberg de Bach, com a designação "Da capo" ao final, que, significando "do começo", faz a obra voltar à ária de início.

O dicionário Grove de música define ária da seguinte maneira:

"Termo que designa uma canção independente, ou que é parte de uma obra maior. A palavra italiana pode ser entendida como "estilo" ou "maneira", e no séc. XVI aria designava composições simples sobre poesia ligeira (p. ex. ária napolitana). As árias como melodias, ou esquemas para canções, foram impressas durante a maior parte do séc. XVI e boa parte do séc. XVII, em publicações tanto instrumentais quanto vocais."

Como se pode perceber, em nenhum momento, a definição está subordinada à existência de um cantor solista. É por isso talvez que as cantatas de Bach tenham árias que possuem um ou mais cantores ou mesmo nenhum cantor, pois o que as caracterizam é o tipo de música (daí os termos "estilo" e "maneira") e não a existência (como na ópera) de um cantor solista. É a forma que define a ária e não o solista.

O mesmo se dá com outras formas musicais, como o "choral" barroco. Só por curiosidade gostaria de dizer que tenho duas gravações da cantata BWV 140, em que o belíssimo quarto movimento, intitulado "Choral: Zion hört die Wächter singen", é cantado, em uma, por um coro (o que era de se esperar) e, em outra, por um tenor solista (o que poderia parecer estranho).

Voltando à ária, o que percebo naquelas que não se incluem na dualidade música e cantor solista é que possuem uma melodia lenta e longa (quase como acontece em um adagio ou em um largo) de beleza acessível (sua melodia poderia ser facilmente cantada) e profunda.

Espero não ter falado muita besteira, o assunto é complexo. Ah, sim, li também no "Dicionário Grove de Música" que muitas árias são na forma ABB ou ABA. Essa última caracterizaria o tipo de ária "Da capo", em que a música volta ao seu início. Que fique claro, contudo, que o "Da capo" utilizado nas Variações Goldberg que mencionei não é uma ária com essa forma ABA. O "Da Capo" é simplesmente, nessa obra, uma volta ao início. Se bem que sei lá, talvez se tenha A (tema) - B (variações) - A (tema). Deixa eu ficar quieto porque passarinho que muito canta faz sujeira no ninho. Espero ter ajudado alguma coisa.


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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Dom Mar 21, 2010 6:33 pm    Assunto: Responder com Citação

Só complementando a excelente resposta do Ricardovsky (alô desaparecido, seja bem vindo de volta!)...

Eu havia respondido que um dueto poderia ser ária quando uma das vozes cantava a parte do coro (vide BWV.80/2 - Vol 3 CD 1 faixa 2), mas esse exemplo que vc deu da BWV.99/5 não se encaixa nesse tipo. A primeira indicação (Ária) vem das mãos de Bach; já "(Duetto: Soprano, Alto)" é do editor. Mas há outros exemplos bem piores, por exemplo, pega o moteto Komm, Jesu, komm BWV.229 (vol.5 CD 7) - a segunda parte se chama "Ária" mas está escrita para um coral desacompanhado. O mistério pode ser resolvido descobrindo-se o que era Aria para Bach, mas a resposta pode não ser fácil de obter (ou ter se perdido no tempo).

No séc. XVI começaram a surgir as "air" (ária em francês), na verdade canções ou composições que poderiam "lembrar" canções. Mas, assim como o "moteto", durante os anos a "air" foi mudando de estilo (ou sendo usada para representar tipos musicais diferentes). Por exemplo, no final do século XVII uma das definições de "ária" era: "composição para coro, em estrofes e com textura homofônica, composta sobre um texto com métrica, com o soprano cantando a linha melódica". Isso pra mim é a exata definição de "Chorale", mas explica o caso da BWV.229. Vá entender...


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Pádua Fernandes



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MensagemEnviada: Dom Mar 21, 2010 9:33 pm    Assunto: Responder com Citação

Como bem explicaram Amâncio e Ricardovsky, esses conceitos são históricos, e não atemporais. Cada época e lugar tem seus usos.
Lembre da reconfiguração contemporânea do conceito de balada, como demonstrou Phoebe em outro tópico...


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Tiago Arruda



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MensagemEnviada: Seg Mar 22, 2010 2:48 pm    Assunto: Responder com Citação

Obrigado melômanos pelas explicações.


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Tiago Arruda



Registado em: Segunda-Feira, 25 de Fevereiro de 2008
Mensagens: 30

MensagemEnviada: Ter Mar 23, 2010 6:31 pm    Assunto: Responder com Citação

Acho que o Amancio foi muito feliz com a sua colocação. A questão é saber qual era a definição de ária para Bach, não necessariamente sendo igual à definição de ária no período em que Bach viveu.


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Paulo Egídio



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MensagemEnviada: Qua Mar 24, 2010 9:26 am    Assunto: Responder com Citação

Afinal, Bach chamou uma composição lenta e polifônica de "Ária", na suíte orquestral nº 3.

É uma obra pouco conhecida, decerto só um ou dois prestonautas a conhecem. Laughing

Ária esta que, depois de um cafonérrimo, datado, mas dentro do gosto da época, arranjo feito por August Wilhelmj, passou a ser conhecida como "ária da quarta corda".

Pronto, agora todos identificaram! risos.

Então, é claro que a terminologia das formas musicais mudou com o tempo.


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Tiago Arruda



Registado em: Segunda-Feira, 25 de Fevereiro de 2008
Mensagens: 30

MensagemEnviada: Ter Jul 27, 2010 12:28 pm    Assunto: Responder com Citação

Olá melômanos,

Notícias da Brilliant.

Após o misterioso sumiço da integral de Bach das lojas, a Brilliant anuncia o relançamento dela, desta vez com 157 CDs (estes dois CDs a mais se referem a uma performance da "Paixão segundo Marcos"), mais dois DVDs (desconheço o conteúdo) e um DVD-ROM, com os textos. São DVDs mesmo, não é confusão minha. A notícia não deixa claro se os outros CDs são idênticos aos da caixa antiga.
Abraços.

http://www.brilliantclassics.com/news.aspx?key=31


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Ricardovsky



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Qui Jul 29, 2010 1:18 am    Assunto: Responder com Citação

Já havia visto essa nova caixa de Bach.

Essa já é a quarta (na verdade, terceira, uma vez que a primeira e a segunda são iguais em conteúdo) versão da Bach Edition da Brilliant Classics.

A primeira é composta por 160 cds e um livreto, trazendo as paixões de São Marcos, a qual só o texto sobreviveu (a música do cd utiliza partes de outras obras de Bach), e São Lucas, considerada apócrifa.

A segunda é igual a primeira, mas, ao invés do livreto, possui um cd-rom. É essa a caixa que eu e a maioria dos colegas do antigo alegro compramos, quando surgiu a "febre" de integrais da Brilliant (Mozart Edition, Bach, Chopin, Beethoven...).

A terceira possui apenas 155 cds porque exatamente as Paixões mencionadas foram excluídas. Há algumas pequenas mudanças em alguns intérpretes, ao que parece, para melhor. Enquanto as primeiras caixas vinham divididas em caixinhas menores em seu interior com papel cartão de boa qualidade, esta caixa não possui nenhuma divisão e os cds estão dentro de finos envelopes.

Agora, esta nova caixa, a quarta, traz de volta, ao que parece, as Paixões omitidas na terceira, trazendo ainda alguns dvds. Duvido que haja uma completa mudança dos intérpretes. A grande maioria das gravações deve estar nas caixas anteriores.


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Amancio



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MensagemEnviada: Qui Jul 29, 2010 9:23 am    Assunto: Responder com Citação

Ricardovsky escreveu:
Agora, esta nova caixa, a quarta, traz de volta, ao que parece, as Paixões omitidas na terceira.

Menos a de São Lucas, correto? A conta parece fechar: na versão de 160 CDs, haviam 2 CDs da Paixão segundo São Marcos, mais 2 da São Lucas, e 3 do Oratório de Natal. Na versão de 155 CDs, as paixões foram eliminadas e o oratório foi regravado em instrumentos de época, 2 CDs. Na versão de 157 CDs, todo o restante mais a paixão segundo São Marcos.

A Brilliant na verdade está seguindo seu padrão de incluir apenas as obras de autoria certa (ou pouco duvidosa), eliminando as apócrifas. (O Ivan reclamou disso num tópico perdido por aí).



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