VIOLINO - Interpretes, Gravações...

Paulo Egídio · Enviada: Sex Dez 03, 2010 7:46 pm Assunto:

Não tenho certeza se é 67 ou 68. É "apenas" o concurso Rainha (Sofia?) da Bélgica. Natural Grumiaux estar lá de presidente da banca.

Existe um documentário sobre este concurso, este vídeo foi extraído de lá. Tem uma cena divertidíssima da banca de um ano qualquer entrando: Não lembro a sequência, mas é Grumiaux, David Oistrakh, Sandor Vegh, Kogan, e não lembro mais quais animais. Não consigo imaginar um garoto entrar pra tocar pra esta gente JUNTA. Deve usar fraldas geriátricas, ou ser completamente doido, do tipo 'bom, tudo bem, bando de velhos brochas, agora sou eu que mando no boteco'.

O mais legal deste vídeo, Alexandre, é que Kremer foi... terceiro colocado. E eu não fui capaz até hoje de memorizar o nome dos dois que ficaram na frente. Ele se consagraria com o concurso Tchaikovsky de 1970, no qual ele tocou isto:

http://www.youtube.com/watch?v=hKJaZpeaxvA

Alexandre · Enviada: Sáb Dez 04, 2010 4:13 pm Assunto:

Difícil mesmo memorizar os dois primeiros, pois são 2 ilustres desconhecidos, vou colocar o link com a história deste concurso, é o Rainha Elizabeth da Bélgica, e o ano em que o Kremer ficou em 3º foi 1967:

http://en.wikipedia.org/wiki/Queen_Elisabeth_Music_Competition

abç

Alexandre · Enviada: Ter Dez 07, 2010 11:06 am Assunto:

Alexandre · Enviada: Ter Dez 07, 2010 5:21 pm Assunto:

Paulo Egídio, já viu esse? Szeryng tocando o 3º de Paganini, desta vez completo:

http://www.youtube.com/watch?v=ur70PUoMZFQ&feature=mfu_in_order&list=UL

abçs

Paulo Egídio · Enviada: Ter Dez 14, 2010 3:57 pm Assunto:

Que maravilha, não? A calma, a preparação meticulosa de cada maldito compasso... o danado realmente faz Paganini parecer Rossini.

Alexandre · Enviada: Sex Dez 17, 2010 12:16 pm Assunto:

Pois é, interessante como ele pouco se movimentava para tocar, mesmo as peças mais difíceis. Hoje em dia se vê certos violinistas se contorcendo tanto, que a gente perde até a concentração no que está sendo tocado.

O primeiro de Paganini com o Szeryng também é interessantíssimo.

Estou aguardando o Sibelius interpretado pelo Szeryng, ouvi só uma vez na vida, o curioso é que é difícil achar este CD, virou uma espécie de raridade. Mas já ouvi críticas positivas desta interpretação.

abçs

Alexandre · Enviada: Sex Dez 17, 2010 12:29 pm Assunto:

Outra gravação que aguardo com certa curiosidade, é este lançamento aqui:

Oistrakh tocando Sibelius com acompanhamento do piano, sei que isso não é nenhuma novidade, mas para Oistrakh, é a única gravação deste tipo em sua discografia, e outro detalhe é que foi gravado no Uruguai.

Abaixo o comentário da Amazon:

CD Description
SODRE, the acronym for Servicio Oficial de Difusión Radiotelevisión y Espectáculos, Uruguay's equivalent of the BBC, is a new collection of live recordings made during the 1930s to the 1960s in Montevideo by some of the world's most famous artists. They include Jascha Heifetz, David Oistrakh, Leonid Kogan, Mischa Elman, Andrés Segovia, Walter Gieseking, Claudio Arrau, Friedrich Gulda, Lili Kraus, and Marian Anderson. Each of these artists will have their own dedicated disc in the collection's initial 10 releases, a large number of which will feature performances that are completely new to those musicians' discographies. The collection, on the new Hong Kong-based label, The Alpha Omega Sound, is endorsed by none other than pianist and conductor Vladimir Ashkenazy who has contributed a lengthy introduction in the CD notes.
Recorded in the pre-war period on 78rpm special discs and in the post-war period on reel-to-reel tapes, the quality of the source material was extremely good. Now digitized, edited and lovingly re-mastered at Abbey Road Studios in London, the sound quality is pristine.

The second release from 'The SODRE Collection' features the renowned Russian violinist David Oistrakh performing with pianist Vladimir Yampolsky. This recital includes a violin and piano version of the Sibelius Violin Concerto in D minor. Chamber versions of concertos are nothing new but, in this particular case, it was a first for David Oistrakh. No other such versions exist in his discography. Recorded on 9 April 1954 in Montevideo, Uruguay.

Personnel: David Oistrakh (violin), Vladimir Yampolsky (piano)

Paulo Egídio · Enviada: Sex Dez 17, 2010 5:07 pm Assunto:

Eu conheci um cellista que tocou no SODRE nos melhores tempos, Alexandre.

Chamava-se Cipriano Pagani Tampieri. Era uruguaio. Tocou na Camerata Bariloche, no SODRE e, depois, na OSPA. Aposentou-se e foi morar na Enseada de Brito, uma prainha deliciosa e ainda muito pacata um pouco ao sul de Floripa.

Visitei-o muitas vezes, tenho fotos com ele. Ele tocou em casamentos comigo em Floripa, é engraçado pensar nisto. Sempre muito educado, perguntando como EU queria que ele tocasse. Eu ria por dentro e pensava: "Pagani, meu querido, vá que a gente vai atrás". Ele tocava muito bem, mesmo com mais de 80 anos naquele momento.

No meio da sua carreira, ele achou um violoncelo Nicoló Amati legítimo numa excursão pela Argentina. A dona o guardava num saco de farinha. Depois que se aposentou ele, digamos, "deu" o instrumento por US$ 5,000.00 pra um violoncelista americano, bem famoso hoje: Dennis Parker. Vi este cara lendo partes de primeiro violino de quarteto, com músicos amadores de Floripa, quando eu era garoto... Smile

(Amancio, já tinha te contado esta?)

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Desculpa o parêntese, mas foi inevitável associar o nome SODRE com o velho Pagani. Ele morreu no meio dos anos 90, não vou lembrar exatamente o ano. Estive no seu velório e sepultamento. Era um velhinho querido, educado, grande músico, e contava histórias deste povo todo que tocou com a Orquestra do Sodre: Heifetz, Francescatti, Oistrakh, Szeryng, Milstein, e quetais.

Que maravilha deve ser esta gravação, e outras que devem estar por vir.

Abração.

IvanRicardo · Enviada: Sex Dez 17, 2010 8:55 pm Assunto:

Lá vem eu de novo com Beethoven (desculpa aí, Paulo). O que vocês acham da gravação das sonatas para violino com a dupla Francescatti/Casadesus? Se alguém duvida de que a primeira sonata é genial então a escute com eles!

Alexandre · Enviada: Sáb Dez 18, 2010 12:11 pm Assunto:

Egídio, se tiver mais histórias como esta, pode contar que a gente agradece! Não sei porque sorte como esta de achar um Amati por uma ninharia destas não acontece comigo Sad

Meu filho estuda violoncelo, e adoraria dar um instrumento destes para ele.

Ivan, infelizmente só tenha uma gravação com o Francescatti, que são os concertos de Bach (BWV 1041/1042/1043), mas conheço mais algumas coisas pelo youtube com ele, como por exemplo o La Ronde des Lutins do Bazzini, e o 1º movimento do Beethoven, não duvido que as sonatas com ele sejam geniais. Tenho um trechinho com esta dupla num bônus de DVD.

abçs

Paulo Egídio · Enviada: Sáb Dez 18, 2010 2:33 pm Assunto:

O "trechinho" da Kreutzer, né? O Francescatti lendo a partitura com um óculos quase caindo do nariz, usando pouquíssimo arco quase o tempo todo e eu me perguntando desesperado DE ONDE VEM AQUELE SOM DO $%#¨%&#$*%.

Os concertos de Bach com Francescatti! O segundo violino do duplo é feito pelo Régis Pasquier. Vi ele tocando numa Schubertíade aqui em Curitiba, peguei o autógrafo dele no CD. Maravilhoso violinista.

Ivan, eu sou tão suspeito pra falar do Francescatti quanto do Szeryng e do Quarteto Amadeus. Eu tenho tudo que você possa imaginar com ele, inclusive as dez sonatas de Beethoven. Ele é meu violinista preferido pra um monte de coisas, teve um som gigante (o maior da golden age, dizem), o que não é normal num violinista da escola franco-belga de violino, que se caracterizava mais pela qualidade do timbre, como o Grumiaux, expoente máximo da escola. Mas Zino Francescatti uniu um timbre doce e agradabílissimo com um som enorme, um virtuosismo demoníaco e um elan todo especial, uma veia artística rara.

Uma joia rara que tenho com Francescatti/Casadesus, presente de um amigo que mora fora do Brasil, são as três sonatas de Brahms, ao vivo. É assustadoramente rápido, e incrivelmente lindo.

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E, já que o Alexandre quer histórias:

Consta que, num festival de música europeu, alguém foi tocar o concerto em Mi maior de Bach, cujo movimento lento começa com uma nota longuíssima, que nós, violinistas, "cortamos" ao meio, discretamente, por necessidade técnica.

Acontece que Francescatti era o solista da noite e Nathan Milstein estava na plateia. Talvez pela mítica presença, Francescatti precisou trocar o arco desta nota longa umas cinco ou seis vezes... para não tremer, sabe como?

Um grande violinista brasileiro, já falecido, contava esta história. Também assistiu este concerto.

IvanRicardo · Enviada: Sáb Dez 18, 2010 7:00 pm Assunto:

Impressionante como o som de Francescatti toca lá no fundo da alma. É o timbre mais comovente que conheço. Qualquer adágio tocado por ele soa como algo de outro mundo, de tão profundo que se torna. Mas eu tenho uma pergunta pra fazer.

Como assim? O violino é modificado? As cordas são diferentes? Se ele pegasse outro violino, digamos de Szeryng, ele conseguiria o mesmo efeito?

Alexandre · Enviada: Sáb Dez 18, 2010 7:44 pm Assunto:

Alexandre · Enviada: Sáb Dez 18, 2010 7:49 pm Assunto:

Alexandre · Enviada: Sáb Dez 18, 2010 7:56 pm Assunto:

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