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Neoclassicismo

 
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Fernando Almeida



Registado em: Sábado, 6 de Janeiro de 2007
Mensagens: 143

MensagemEnviada: Ter Jan 16, 2007 9:35 pm    Assunto: Neoclassicismo Responder com Citação

Estava ouvindo uma obra neoclássica de Lukas Foss ("Three American Pieces"), que nem mesmo parece ter sido escrita no século vinte, e fiquei curioso imaginando qual seria a opinião de vocês sobre o neoclassicismo.

O que acham do estilo neoclássico? Válido? Forma de resgatar o passado?

Abraços do curioso
Fernando Almeida


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Spartaco



Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006
Mensagens: 908
Localização: São Paulo - SP

MensagemEnviada: Ter Abr 01, 2008 2:12 pm    Assunto: Re: Neoclassicismo Responder com Citação

Fernando Almeida escreveu:
Estava ouvindo uma obra neoclássica de Lukas Foss ("Three American Pieces"), que nem mesmo parece ter sido escrita no século vinte, e fiquei curioso imaginando qual seria a opinião de vocês sobre o neoclassicismo.

O que acham do estilo neoclássico? Válido? Forma de resgatar o passado?

Abraços do curioso
Fernando Almeida


Caro Fernando,

Apesar de ter passado mais de um ano de sua indagação, gostaria de mencionar algo a respeito do tema:

O neoclassicismo foi uma corrente da música do século XX que se manifestou especialmente nas décadas 1920 e 1930. Entre as suas características estão o retorno aos grupos instrumentais pequenos (de câmara) no lugar da grande orquestra sinfônica, o uso da técnica do concerto grosso e a tentativa de evitar uma maior expressão emocional típica do romantismo.

Vários compositores (como Stravinski e Hindemith) realizaram composições onde se notava um retorno aos cânones do classicismo da época de Haydn e Mozart, embora com uma harmonia muito mais dissonante e rítmos irregulares.

Inúmeros compositores seguiram esse caminho, como, por exemplo, Prokofiev, Satie e o grupo Les Six na França (Arthur Honegger, Darius Milhaud, Francis Poulenc, Louis Durey, Germaine Tailleferre e Geoges Auric).

Ficamos no aguardo de outros prestonautas externarem as suas opiniões para podermos discutir mais sobre o presente assunto.

Um grande abraço.



_________________
Spartaco Carlos Nottoli
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(berber)



Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006
Mensagens: 468
Localização: California

MensagemEnviada: Qua Abr 02, 2008 2:21 pm    Assunto: Responder com Citação

Outra razao para o neoclassicismo foi a enorme distancia que apareceu entre o publico e os proprios compositores. Esses ultimos comecaram a expandir as tonalidades, e com os experimentos, o publico ficou a ver navios - nao por coincidencia, foi ai que a musica popular cresceu muito. Percebendo esse abismo, os compositores tentaram resgatar a identidade com o publico compondo num estilo mais "antigo", mais classico.


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Laura



Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006
Mensagens: 1021
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MensagemEnviada: Qui Abr 10, 2008 3:02 pm    Assunto: Re: Neoclassicismo Responder com Citação

Fernando Almeida escreveu:

O que acham do estilo neoclássico? Válido? Forma de resgatar o passado?

Abraços do curioso
Fernando Almeida


Fernando, é possível que alguns compositores tenham tentado inovar na música clássica sem necessariamente "apelar" para o abandono da(s) tonalidade(s) e do(s) timbre(s).

Soam meio anacrônicos, né não?


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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
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MensagemEnviada: Qui Abr 10, 2008 3:09 pm    Assunto: Responder com Citação

Há um famoso exemplo, o da Sinfonia Clássica de Prokofieff. Alguns vêem como uma tentativa de resgatar o estilo de Haydn, outros (inclusive eu) vêem como um ataque frontal à tonalidade - mas a verdade é que é um pastiche super-divertido!


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Fábio Soldá
Site Admin


Registado em: Segunda-Feira, 13 de Novembro de 2006
Mensagens: 116

MensagemEnviada: Sáb Abr 12, 2008 5:58 pm    Assunto: Responder com Citação

Não vejo qual é o problema em usar uma estética mais tradicional. Eu sempre fui partidário do princípio de que uma obra pode ter valor independentemente de quem ou quando a compôs.

Nas épocas barroca e clássica, os compositores escreviam principalmente para o clero e para a nobreza. Só a partir do romantismo é que os compositores passaram a escrever para o público de uma forma geral, e no século XX surgiu o experimentalismo, mudando as formas de se fazer música.

Não tiro o mérito do experimentalismo, porque isso levou a música a todos os seus limites de possibilidades, mas isso não significa que os compositores devam escrever somente música atonal, serial, eletrônica, etc.

Eu acho que o período contemporâneo deveria se caracterizar pelo fim da ditadura de um estilo, na qual todos os compositores têm que seguir o estilo da sua época ou criar um novo, sob o risco de cair no ostracismo - como tem acontecido até hoje.

Toda e qualquer forma de expressão musical é válida, seja ela moderna ou tradicional.


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CID



Registado em: Terça-Feira, 1 de Janeiro de 2008
Mensagens: 53

MensagemEnviada: Qua Abr 30, 2008 10:57 pm    Assunto: Responder com Citação

Mas o que efetivamente ocorre na música atual é essa possibilidade de escolher entre vários estilos.

Acho o neoclassicismo totalmente válido, seja para reaproximar o público da música erudita, seja para realizar experimentação dentro de formas tradicionais (não sei se isso chegou a acontecer no movimento neoclássico, mas, por exemplo Alfred Schnittke, compositor bem posterior, realizou muitas experiências com formas antigas). Para mim, não deve haver como disse o Fábio, uma ditadura do estilo: quem escolhe o que faz é o próprio compositor.

Aliás, essa história me fez lembrar a fábula que contam a respeito de Schoenberg e Stravinsky. Dizem que os dois eram vizinhos quando moravam em Hollywood, mas nunca se falavam, pois seus estilos eram, na época, radicalmente diferentes. O mais engraçado, porém, foi que, depois que Schoenberg morreu, Stravinsky começou a compor música... serial!!


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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
Mensagens: 1102
Localização: Curitiba-PR

MensagemEnviada: Seg Mai 05, 2008 3:33 pm    Assunto: Responder com Citação

CID escreveu:
Aliás, essa história me fez lembrar a fábula que contam a respeito de Schoenberg e Stravinsky. Dizem que os dois eram vizinhos quando moravam em Hollywood, mas nunca se falavam, pois seus estilos eram, na época, radicalmente diferentes. O mais engraçado, porém, foi que, depois que Schoenberg morreu, Stravinsky começou a compor música... serial!!

Me contaram uma vez uma outra, de um dia que estava chovendo e um dos dois, correndo, acabou entrando na casa do outro para fugir da água. Assim que entrou, disse: "vamos falar de qualquer coisa.. menos música, por favor!".


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Pádua Fernandes



Registado em: Terça-Feira, 7 de Novembro de 2006
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Localização: São Paulo

MensagemEnviada: Sáb Mai 10, 2008 1:21 am    Assunto: Responder com Citação

CID escreveu:

Aliás, essa história me fez lembrar a fábula que contam a respeito de Schoenberg e Stravinsky. Dizem que os dois eram vizinhos quando moravam em Hollywood, mas nunca se falavam, pois seus estilos eram, na época, radicalmente diferentes. O mais engraçado, porém, foi que, depois que Schoenberg morreu, Stravinsky começou a compor música... serial!!


Uma fonte interessante sobre essa guinada estética de Stravinsky (mais uma de sua longa carreira) é Robert Craft, que freqüentava os dois compositores. O Diário dele, que foi muito mal publicado no Brasil pela Difel, conta das resistências do compositor russo à música de Schönberg, só vencidas após a morte deste músico (é mais fácil dar razão a um rival morto).


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