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Amancio

Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Dom Mar 04, 2007 10:55 pm Assunto: |
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Então. Primeiro gostaria de agradecer a sempre hospitaleira Laura por ter nos suportado durante todo o sábado passado, um beijo procê! Daqui de Curitiba, mando um abraço para o Douglas (ZpinoZ) e a Naomi, precisamos marcar aquele desafio culinário! E a querida Phoebe ainda apareceu para tornar ainda mais agradável uma noite super-agradável! Vocês são demais! (Também mando um abraço para o Pádua, conversamos por telefone no domingo, pena que não conseguimos sincronizar nossas agendas antes).
Agora sobre o concerto. Ao vivo, minhas impressões sobre o Quarteto Vermeer se desfizeram - aliás, vou ouvi-los novamente amanhã pra ver se há algo com a gravação ou eu que estava com os ouvidos insensíveis. Eles tem uma paleta incrível de timbres, criaram diálogos e coloridos que eu não lembro de ter ouvido nada parecido em quartetos de cordas. O recital foi aberto com um Haydn que, apesar de soar bem humorado, não tinha conseguido ainda desfazer minha impressão do Vermeer ser um "quarteto frio e técnico". O Bartok em seguida foi surpreendente, com dinâmicas bem contrastantes e de uma tristeza ímpar - tive a impressão de que o primeiro violino, israelense, chorou ao final do terceiro movimento.
Mas o que arrebatou público e músicos foi mesmo o Beethoven, Op.132. De novo a exploração de timbres que eu havia notado na primeira parte se fez presente, um exemplo simples que posso citar é um dos temas do segundo movimento. Na primeira aparição, viola e violino se alternam, mas na segunda vez apenas o violino toca. E o violinista reproduzia o diálogo com timbres, tirando o timbre da viola no seu instrumento. No terceiro movimento a emoção veio à tona. Logo na apresentação do segundo tema (sentendo nuova forza), o segundo violino já fazia uma cara de quem estava segurando o choro; na terceira retomada do tema principal, o violista já tinha os óculos embaçados, lágrimas rolavam pela face do israelense (nós, platéia, nem se fala), a respiração dos músicos já se fazia ouvir, bem pesada. Numa das fungadas, o israelense até deslocou o arco do "trilho", produzindo uma falha no som. Ao fim do movimento, o violista tirou o óculos e enxugou as lágrimas no seu lenço (eu fiz o mesmo). O clima só retornou ao normal já quase no final do quinto movimento. Muitos aplausos, o violista tomou a palavra e disse um simples "we love you" que traduziu todo aquele momento. O bis foi um movimento de um quarteto do britânico Frank Bridge; foi bonito, mas provocou um certo anti-climax. Aliás, qualquer coisa depois daquela interpretação seria um anti-climax.
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ZpinoZ

Registado em: Sexta-Feira, 24 de Novembro de 2006 Mensagens: 600 Localização: São Paulo
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Enviada: Seg Mar 05, 2007 10:07 am Assunto: |
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Música e consumições grastronomicas...
O prazer foi meu de conhecer o Amancio e rever a Laura e a Phoebe. Todos, confessamente, deslumbrados e alterados pela recente exposição ao Vermeer.
Quanto à competição gastronomica: é a ousadia do aprendiz que desafiando o mestre garante o desfrute do jogo.
Z
Editado pela última vez por ZpinoZ em Seg Mar 05, 2007 2:00 pm, num total de 1 edição |
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Sarastro

Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 900 Localização: Brasil
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Enviada: Seg Mar 05, 2007 1:37 pm Assunto: |
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Amancio escreveu: |
O bis foi um movimento de um quarteto do britânico Frank Bridge; foi bonito, mas provocou um certo anti-climax. Aliás, qualquer coisa depois daquela interpretação seria um anti-climax. |
Amancio,
em primeiro lugar obrigado por ter registrado suas impressões aqui no Presto. Creio que uma das melhores coisas desse fórum é podermos visualizar aquilo que outros prestonautas puderam presenciar nas salas de concerto mundo afora.
Sobre a questão do anti-climax... creio que a validade desse tipo de "bis" é justamente "dispensar" o público de forma educada. Uma forma de trazer-nos de volta à realidade terrena, por assim dizer, e nos informar que chegou a hora de irmos para casa; afinal, os músicos precisam descansar depois de carregarem tamanha carga emocional.
E viva os quartetos de Beethoven !!!
_________________ Va, pensiero, sull'ali dorate...
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Leonardo T. de Oliveira
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 448 Localização: Curitiba-PR
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Laura

Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006 Mensagens: 1021 Localização: São Paulo - Brasil
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Enviada: Seg Mar 05, 2007 6:25 pm Assunto: |
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Foi mesmo um concerto especial. O Beethoven foi uma comunhão coletiva, mas o que me emocionou mesmo foi o Bartok... Eles ultrapassaram a dimensão "folk", sempre presente nas interpretações de qualquer obra do autor, e nos apresentaram uma riqueza de sonoridades quase que bachianas! Pensei no Bruno, queria muito que ele estivesse lá...
E é sempre uma alegria reencontrar amigos da tribo. Amancio, Mariane, Cybelle, Naomi e Douglas: obrigada pela convivência!
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Bruno Gripp

Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 725 Localização: Belo Horizonte
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Enviada: Seg Mar 05, 2007 6:34 pm Assunto: |
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Eu?
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Laura

Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006 Mensagens: 1021 Localização: São Paulo - Brasil
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Enviada: Seg Mar 05, 2007 6:36 pm Assunto: |
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É, você mesmo. A gente nem se conhece pessoalmente, mas penso que você teria ido até a Lua naquele concerto. Especialmente no Bartok.
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Amancio

Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Bruno Gripp

Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 725 Localização: Belo Horizonte
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Enviada: Ter Mar 06, 2007 11:04 pm Assunto: |
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Laura,
Eu nào duvido, e tenho inveja. Mas a minha situação atual não me permite sequer respirar, quanto mais viajar... :S
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