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Phoebe
Registado em: Quarta-Feira, 13 de Dezembro de 2006 Mensagens: 343
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Enviada: Sex Dez 29, 2006 7:48 pm Assunto: |
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Também não vejo problemas com vale presente, acho mais democrático.
Ganhei - há 26 anos- um presente de casamento que até hoje contemplo... tentando entender para que serve! Honestamente, teria preferido um vale!
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Königin der Nacht
Registado em: Terça-Feira, 5 de Dezembro de 2006 Mensagens: 524 Localização: São José dos Campos
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Enviada: Dom Dez 31, 2006 4:50 pm Assunto: |
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Phoebe escreveu: |
Também não vejo problemas com vale presente, acho mais democrático.
Ganhei - há 26 anos- um presente de casamento que até hoje contemplo... tentando entender para que serve! Honestamente, teria preferido um vale! |
Nossa, Phoebe, tento imaginar o que deve ser esse presente... essa história de "tentar entender pra que serve" me faz pensar em certas "obras de arte" contemporâneas... que me causam a mesma sensação!
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Phoebe
Registado em: Quarta-Feira, 13 de Dezembro de 2006 Mensagens: 343
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Enviada: Dom Dez 31, 2006 5:35 pm Assunto: |
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Pois então.
Não chega a ser uma obra de arte contemporânea , mas é , sim,uma peça de cerâmica. É pesada demais para ter alguma utilidade prática e por igual motivo, difícil de limpar.
(Claro que é melhor do que muito troféu ganho em festival de cinema por aí,ou por algum mtv/vh1 award,...se bem que aquele astronautinha é até divertido!)
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Amancio
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Amancio
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Seg Jan 01, 2007 4:55 pm Assunto: |
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Phoebe escreveu: |
É de fato, difícil presentear quando a gente conhece pouco e a pessoa conhece muito. |
Phoebe e Randau, quando eu presenteio, gosto de dar alguma coisa que seja útil e que faça a outra pessoa lembrar de mim. Da mesma forma, os melhores presentes que eu ganho são aqueles que me fazem lembrar da pessoa - "só vc poderia ter me dado isso!". E se eu ver ou usar o presente diariamente, melhor ainda. Os vales são os socorros de quem não tem criatividade ou não conhece muito bem o presenteado. Acho que, no caso de presentear uma pessoa que conhece muito, o lance é encontrar algo que ela conheça pouco. (risos - fácil falar, difícil fazer)
Ricardovsky escreveu: |
Pois se meus parentes me dessem um vale de R$ 30,00 para gastar na Saraiva, eu ficaria muito feliz. |
Exato! Se for pra dar vale, então que dê de uma loja grande e boa! E de preferência acessível (depois que eu comprei um carro, todas as lojas do centro da cidade me ficaram inacessíveis).
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Amancio
Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006 Mensagens: 1102 Localização: Curitiba-PR
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Sarastro
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 900 Localização: Brasil
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Guiomar
Registado em: Sexta-Feira, 27 de Outubro de 2006 Mensagens: 246 Localização: Brasília
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Enviada: Ter Jan 02, 2007 2:55 pm Assunto: |
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Bem, acho esse negocio de dar vale presente meio impessoal... mas é verdade que às vezes o cuidado de "amigos" em escolherem presentes para nós nos deixa em situações embaraçosas... Esse ano, por exemplo, ganhei da minha irmã o livro "Marley e eu". Rsrsrsrrss. Segundo ela, ela tinha certeza de que eu amaria esse presente por adorar cachorros... Paciência! No caso dela, garanto: a intenção foi a melhor possível.
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Phoebe
Registado em: Quarta-Feira, 13 de Dezembro de 2006 Mensagens: 343
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Enviada: Qua Jan 03, 2007 8:03 am Assunto: |
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Às vezes a gente erra feio...
Essa linguagem dos presentes, de fato, mereceria um estudo aprofundado. Em Antropologia , em sociedades outras isto já foi extensivamente estudado; na nossa parece que não.
Creio que acabou ficando restrito aos que se dedicam às relações diplomáticas, chefes de cerimonial e coisas semelhantes; tido, enfim, como uma bobagem, quando, penso, é uma linguagem..
Vou pesquisar um pouco o assunto,ouvindo... o meu presente!
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Leonardo T. de Oliveira
Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 Mensagens: 448 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Qua Jan 03, 2007 1:46 pm Assunto: |
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Phoebe escreveu: |
Essa linguagem dos presentes, de fato, mereceria um estudo aprofundado. Em Antropologia , em sociedades outras isto já foi extensivamente estudado; na nossa parece que não. |
Mas ói que..., a tal da Teoria da Dááádiva... Vamos chamar o Randau.
_________________ Leonardo T. Oliveira
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(berber)
Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006 Mensagens: 468 Localização: California
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Enviada: Qua Jan 03, 2007 2:55 pm Assunto: |
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Estive lendo o topico e acho que uma coisa passou longe. O que aconteceu com "O que vale e' a intencao"? A ideia de presentear e' dar algo a alguem que vc goste. E' a acao que conta, nao o presente em si, certo? Ou estou falando besteira?
Amigos secretos de escritorio sao meio falsos ja' que obrigam as pessoas a se presentearem.
Prefiro um presente sem logica, mas vindo do coracao do que o "presente perfeito" dado por obrigacao. Tanto que nao dei nenhum presente pro pessoal da loja esse ano.
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Königin der Nacht
Registado em: Terça-Feira, 5 de Dezembro de 2006 Mensagens: 524 Localização: São José dos Campos
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Enviada: Qua Jan 03, 2007 3:40 pm Assunto: |
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(berber) escreveu: |
Prefiro um presente sem logica, mas vindo do coracao do que o "presente perfeito" dado por obrigacao. |
O problema é que o presente dado por obrigação nunca é "o presente perfeito"... Afinal de contas, alguém que compra o presente "por obrigação" não sai por aí procurando o "presente perfeito". Compra qualquer coisa mais impessoal, mesmo.
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Vitinho
Registado em: Sexta-Feira, 3 de Novembro de 2006 Mensagens: 105
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Pádua Fernandes
Registado em: Terça-Feira, 7 de Novembro de 2006 Mensagens: 1229 Localização: São Paulo
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Enviada: Dom Jan 14, 2007 2:56 am Assunto: |
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Phoebe e Leonardo,
vocês estão a pensar em Marcel Mauss? No início do ensaio sobre a dádiva, há um poema arcaico escandinavo que vale a pena citar em época de presentes:
Os homens generosos e valorosos
têm a melhor vida;
não sentem temor algum.
Mas um poltrão tem medo de tudo;
o avarento sempre teme os presentes.
É claro que, numa economia que não tem mais o escambo por base, o papel da dádiva é bem diferente da dos povos melanésios e polinésios referidos na obra de Mauss. Mas o próprio antropólogo estende, na conclusão, alguma das análises aos tempos atuais. E diz, por exemplo, que o direito previdenciário inspira-se ainda na dádiva.
Para terminar, que dormirei, uma citação, agora do próprio Mauss:
Se as coisas são dadas e retribuídas, é porque se dão e se retribuem "respeitos" - podemos dizer igualmente "cortesias". Mas é também porque as pessoas se dão ao dar, e ,se as pessoas se dão, é porque se "devem" - elas e seus bens - aos outros. (Sociologia e Antropologia, edição da Cosac & Naify, p. 263)
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FernandoRandau
Registado em: Sábado, 18 de Novembro de 2006 Mensagens: 100 Localização: Recife - PE
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Enviada: Dom Jan 14, 2007 12:33 pm Assunto: |
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Apenas reafirmando o que o Pádua escreveu acima, a partir das sugestões de Mauss - que afinal ficaram incompletas - surgiu todo um movimento nas ciências sociais que vêm tomando força, o "anti-utilitarismo" e sobre esse fenômeno social total que é o dar-receber-retribuir, enfim.
Por sinal, um dos livros mais revitalizadores dessa idéia Alain Caille e Jacques Godbout, chamado "O Espírito da Dádiva" faz referência direta numa parte sobre os amigos secretos e a troca de presentes no natal em geral. Mas enfim, é o tipo de tema que não estudo mais, muito totalizante isso... Porém o ensaio de Mauss é lindo, brilhante, e já assisti pesquisas aplicando a dádiva nas igrejas neopentecostais de comunidade que me pareciam ótimas...
Saudações,
_________________ F.R.
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