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VOCÊ PREFERE A PRIMEIRA AUDIÇÃO QUE OUVE?

 
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Witold Szczecin



Registado em: Domingo, 3 de Dezembro de 2006
Mensagens: 22

MensagemEnviada: Qua Dez 27, 2006 6:41 pm    Assunto: VOCÊ PREFERE A PRIMEIRA AUDIÇÃO QUE OUVE? Responder com Citação

Conheço vários amigos e amigas que sempre preferem as interpretações que ouvem pela primeira vez, e deixam de ouvir as outras, eu acho errado. Quem costuma se levar pela primeira audição (interpretação)?


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Ricardovsky



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
Mensagens: 697
Localização: Teresópolis - RJ

MensagemEnviada: Qua Dez 27, 2006 7:30 pm    Assunto: Responder com Citação

Às vezes, a gente fica tão acostumado com a gravação que ouvimos pela primeira vez que é difícil gostar de outra. Tal fato chega a causar uma certa vergonha, quando, por exemplo, a gente prefere a gravação de Zé Mané com a Orquestra Filarmônica da Casa da Mãe Joana à uma gravação de Karl Bohm com uma Filarmônica de Viena.
Mas, de fato, é errado, é se fechar a outras gravações, achar que não é necessário apreender outras interpretações, mesmo que a primeira ouvida seja excelente.
Por experiência própria, minha sugestão é ouvir diversas vezes a nova gravação de uma obra. Se for de fato boa, com o tempo, ela lhe será tão cara quanto a primeira gravação ou até melhor.


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Elimar



Registado em: Terça-Feira, 7 de Novembro de 2006
Mensagens: 254
Localização: Ipatinga - MG

MensagemEnviada: Qua Dez 27, 2006 8:18 pm    Assunto: Responder com Citação

Eu tenho uma predileção por determinados maestros regendo obras de determinados compositores.
Antes eu achava que Karajan era quem melhor regia Wagner até ouvir obras deste regida por Solti.
Pra mim, as melhores gravações de Mozart foram feitas com a dobradinha Solti/Marriner.
Eu também achava que Karajan foi quem regeu as melhores gravações das sinfonias de Beethovem, até ouvir alguma delas com o Wand (a nona com ele é um espetáculo!).
O que eu ouvi de Bach regido por Marriner também supera todas as outras gravações que tinha ouvido anteriormente.


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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
Mensagens: 1102
Localização: Curitiba-PR

MensagemEnviada: Qua Dez 27, 2006 8:51 pm    Assunto: Responder com Citação

Uma coisa é fato: quando vc não conhece uma música, é óbvio que a primeira gravação se torna sua referência. A segunda gravação sempre vc compara com a primeira.

O problema maior disso acontece quando vc não gosta da primeira gravação, e confunde isso com "não gostar da obra".


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Sarastro



Registado em: Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006
Mensagens: 900
Localização: Brasil

MensagemEnviada: Qui Dez 28, 2006 12:42 am    Assunto: Responder com Citação

Amancio escreveu:
Uma coisa é fato: quando vc não conhece uma música, é óbvio que a primeira gravação se torna sua referência. A segunda gravação sempre vc compara com a primeira.

O problema maior disso acontece quando vc não gosta da primeira gravação, e confunde isso com "não gostar da obra".


Perfeito, Amancio !

Toda obra merece uma segunda chance, a menos que você já saiba após repetidas experiências que não "engole" determinado compositor. Se, p.ex., eu escuto um CD com os "Concertos de Brandemburgo" e não gosto deles; anteriormente, já conhecia as "Suítes para Orquestra", a "Arte da Fuga" e a "Oferenda Musical" e não gostava também de nenhuma delas. Posso poupar meu dinheiro e não comprar outra gravação dos Brandemburgueses.
(Que exemplo, não gostar de Bach... Mad )



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Va, pensiero, sull'ali dorate...
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Laura



Registado em: Sábado, 4 de Novembro de 2006
Mensagens: 1021
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MensagemEnviada: Qui Dez 28, 2006 8:59 am    Assunto: Responder com Citação

O Amancio disse tudo: a primeira audição a gente jamais esquece.


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ftoscano



Registado em: Quarta-Feira, 20 de Dezembro de 2006
Mensagens: 41
Localização: Recife/PE

MensagemEnviada: Qui Dez 28, 2006 9:05 am    Assunto: Responder com Citação

Concordo com Amancio. No entanto, já aconteceu por várias vezes algo curioso quando já conhecia bastante um compositor que admirava muito e ia ouvir uma obra sua pela primeira vez. Muitas vezes eu não me convenci de que certa interpretação era a melhor mesmo não conhecendo outra – ainda que envolvesse intérpretes de renome. Parece algo dizer que não é possível aquele compositor até então fantástico ter escrito algo com aquela qualidade incoerente. Não satisfeito com aquela primeira audição, passava a pesquisar e encontrava outra que confirmava a minha suspeita: aquela obra realmente tinha uma qualidade intrínseca bem maior do que aquela primeira gravação me mostrara.

Isto aconteceu, por exemplo, com I Puritani de Bellini. A primeira gravação que comprei foi com Callas/EMI que, na época, para mim era uma figura mitológica e cheia de maravilhas a me revelar. A sua fama me deixava praticamente convencido de que era sempre a melhor na ópera italiana do séc. XIX. Quando ouvi o seu I Puritani, fiquei confuso e muito surpreso porque aquilo era contrário à imagem do compositor que eu tinha formado. Não acreditei naquela decepção e comprei a mesma ópera com Sutherland/Decca da década de 60. Foi um choque que ao mesmo tempo me deixou aliviado e recompensado. O mesmo aconteceu com Norma.

O segundo caso aconteceu com as danças de Mozart. Willi Boskovsky havia gravado a integral das danças para a Philips e o resultado não foi convincente – mesmo se tratando de um regente com relevante dedicação ao compositor durante a sua vida. Então passei a comprar novas interpretações, como as da Orpheus Chamber Orchestra (DG) e Leinsdorf/Sony e encontrei nestas uma qualidade bem maior do que em Boskovsky/Philips – trazendo aquela satisfação.

Há vários casos assim em que a primeira gravação conhecida não consegue se tornar a referência, não agrada. Também já vi intérpretes desconhecidos superarem renomados que peguei na primeira viagem... Foram muitas revelações gratificantes...



_________________
Frederico Toscano
http://dme.mozarteum.at
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Doctor Marianus



Registado em: Terça-Feira, 7 de Novembro de 2006
Mensagens: 457
Localização: São Paulo/SP

MensagemEnviada: Qui Dez 28, 2006 9:20 am    Assunto: Responder com Citação

Algumas de minhas primeiras audições/gravações que adquiri eu botei fogo! Twisted Evil

Não merecem nem serem citadas de tão ruins!!!! Embarassed

Mas sei que tem gente até hoje que considera os lixos da Movieplay como gravações espetaculares.
Consideram as gravações de Anton "Peanut" como verdadeiras jóias.



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Doctor Marianus
BLICKET AUF!
http://doktormarianus.blogspot.com/
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Amancio



Registado em: Segunda-Feira, 6 de Novembro de 2006
Mensagens: 1102
Localização: Curitiba-PR

MensagemEnviada: Qui Dez 28, 2006 10:42 am    Assunto: Responder com Citação

Laura escreveu:
O Amancio disse tudo: a primeira audição a gente jamais esquece.

Laura, isso me faz lembrar que ainda estou te devendo uma segunda audição de Noite Transfigurada. Razz


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Paulo Egídio



Registado em: Quinta-Feira, 16 de Novembro de 2006
Mensagens: 155
Localização: Maringá/PR

MensagemEnviada: Dom Dez 31, 2006 4:25 pm    Assunto: Responder com Citação

Que pergunta curiosa. Eu não sei se posso responder a pergunta de forma direta, mas permitam-me divagar um pouco ao redor dela.

(acho que está todo mundo percebendo que eu só agora estou interagindo com o Presto e, por isto, ressuscito tópicos o tempo todo, né?)

Eu ouço relativamente pouca música hoje, certamente menos de 10% do que meu amigo e confrade Amancio. O curioso disto é que, ao revisitar antigas gravações, vejo que meu gosto estético mudou radicalmente, pensando tanto em obras quanto em intérpretes, em relação a 23 anos atrás, quando meus pais começaram a comprar a Enciclopédia Salvat dos Grandes Compositores.

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Como violinista, cito sempre Szeryng como meu preferido - e dificilmente isto mudará. Mas vale a pena citar que passei um período da minha vida achando-o chatíssimo. Depois de anos sem ouvi-lo voltei a ele e tomei um susto, porque encontrei no tio Henryk algo que não tinha maturidade pra ver antes. É um caso de admirar um músico no início - afinal a Salvat foi quase toda montada em cima dele; apenas os concertos de Brahms e Berg vieram com Grumiaux -, enjoar quase absolutamente e, de repente, passado o tempo, revê-lo de forma mais profunda ainda e reconduzi-lo ao topo do meu emocional.

(aliás, pensando em autores, continuo vendo valor na música de Paganini. Alguns acharão isto anacrônico no desenvolvimento musical de uma pessoa, mas continuo Smile )

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Pensando em compositores, acho que um dos grandes indícios de maturidade "auditiva" de um apreciador da música "erudita" - detesto o termo mas ele cabe muito bem aqui - é sua capacidade de entender a genialidade assombrosa de Haydn (o sr. Gripp adorou esta). É muito bom perceber como nosso gosto musical evolui junto com a admiração por este sujeito. A gente ouve - e toca, no meu caso - a música composta antes e depois, aprende, apreende, admira, estuda, e quando volta a Haydn ele parece sempre maior. É um compositor que percebemos cada vez mais à medida que crescemos.

Neste parágrafo está obviamente implícito: Quando eu era moleque achava Haydn no máximo legal, e hoje é um colosso. Lamento, porém, ainda não ter sido capaz de apreciar seus concertos para violino, que acho obras menores em sua maravilhosa produção.

Já Beethoven sempre foi um colosso para mim. Só que continua a crescer sempre que o ouço ou toco. Paradoxalmente seu concerto para violino - que ouço ininterruptamente desde os 13 anos, em mais de 50 diferentes gravações - causou-me uma maravilhosa surpresa há pouco tempo, de forma indireta: Gidon Kremer gravou a reconstrução do movimento em Dó Maior (WoO 05) que Beethoven deixou incompleto. Obra que eu sabia da existência mas não conhecia. Ouvi esta gravação e esqueci-a por anos, porque o resto do CD me interessava mais: Obras de Schubert para violino e orquestra pouco conhecidas.

Quando reouvi o Beethoven reconstruído, comparei-o com o "oficial" e dei-me conta do quanto aquele era absolutamente irrelevante. O grande concerto para violino, o op. 61 adquiriu ainda mais status, mais grandeza, mais solenidade. Dei-me conta do Everest que Beethoven ergueu. Como a maioria dos grandes compositores escreveu apenas um concerto para violino, agradeci o abandono da obra menor... Smile

Enfim, gostos estão sempre mudando. Espero que para melhor.


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