Autor Mensagem
Mário
MensagemEnviada: Qua Abr 11, 2007 9:18 am    Assunto: algumas da oficina

Esse ano, quando eu estava na Oficina de Curitiba, no Canal da Música, não me lembro o programa (como eu entrava de graça, fui em quase tudo), do lado do meu amigo, tinha um casal, era uma obra para 8 violas, e no final dessa obra, a velhinha diz ao marido... "Nossa, que violino esquisito", minha amiga, que estava na frente deles, ouviu, e explicou a diferença da viola e tudo mais. E após a explicação, a tal senhora, "Mas não dá pra tocar isso no violino". Terminado o recital, após aplausos, os músicos voltam para o bis, dessa vez o marido se vira pro meu amigo: "P... M...., aplaudiram demais os caras voltaram." Smile
Königin der Nacht
MensagemEnviada: Qua Abr 11, 2007 7:41 am    Assunto:

Randau, os gritos de "Carminha! Carminha!" foram hilários... *risos*
Mário
MensagemEnviada: Ter Abr 10, 2007 12:08 pm    Assunto:

Acho que a única solução pra crianças barulhentas é tirá-las do local.

Falando em crianças, certa vez, na maior cara de pau, a mãe e a criança abrem um pacote de salgadinho (sim, daqueles tipo Rufles, e mandam ver), se não me engano naquele dia era Schumann e Mozart.
E em mais uma daquelas apresentações "de grátis", o aplauso em cada movimento é normal, infelizmente, mas uma vez, um certo indivíduo bateu uma única palma, sozinho, todo mundo olha pra ele, que estava vermelho e querendo sumir dali. Very Happy
Witold Szczecin
MensagemEnviada: Seg Dez 11, 2006 3:59 pm    Assunto:

Bosco escreveu:
Embaraçoso é encontrar um músico medíocre falando mal de músicos talentosos. Dá pena e vergonha de ver.



disso tá cheio por aí.... Rolling Eyes
Fábio Soldá
MensagemEnviada: Sex Dez 08, 2006 5:58 pm    Assunto:

Em novembro, na estréia da ópera "A Tempestade", de Ronaldo Miranda, no Teatro São Pedro (SP): no meio do primeiro ato, acabou a energia. Tiveram que interromper a récita no meio. A situação só se normalizou dez minutos depois.
(berber)
MensagemEnviada: Sex Dez 08, 2006 3:33 pm    Assunto:

E essa aconteceu comigo:

(por motivos obvios nao vou dizer qual foi o auditorio)

Estava tocando um recital num auditorio famoso do Rio de Janeiro, e tudo ia bem. Acabei a primeira parte sem problemas e fui ao camarim no intervalo. No camarim, deu aquela vontade de fazer xixi... So' que por algum misterio do destino, a porta do banheiro estava trancada. Nao havia como sair do camarim sem passar pelo palco, entao tive que tomar uma decisao de emergencia, afinal nao daria para tocar a segunda parte do programa, com a Sonata de Chopin, apertado. No desespero, vi uma lixeirinha no canto do camarim. Estava la', escondida atras da porta.
"E' ali mesmo" - pensei.
Dei aquela aliviada, e voltei para a segunda parte do programa leve e feliz.
Quando o recital acabou, voltei ao camarim para pegar as partituras e esperar o pessoal que "quera falar com o pianista". Assim que entrei no camarim, alem do aroma inconfundivel, percebi que a bendita lixeirinha nao tinha fundo! Imediatamente o alivio sentido no intervalo deu lugar ao desespero - A qualquer momento dezenas de pessoas estariam ali para conversar comigo...
Nao preciso dizer que recebi todo mundo no palco, e que ninguem entrou no camarim...

E que o zelador deve ter ficado furioso........
(berber)
MensagemEnviada: Sex Dez 08, 2006 3:19 pm    Assunto:

Essa aconteceu com um amigo meu:

Tocando um recital de piano em Juiz de Fora, tudo ia bem, ate; que nomeio de uma sonata ele sente uma "cosquinha" na perna direita. Ate' ai', tudo bem, nada para desconcentrar. A "cosquinha" volta mais forte, e ele coca com a outra perna - isso sem interromper o recital. A cosquinha fica mais forte e ele "chuta" a perna direita com a esquerda, e ouve - para desespero geral - um "crack" e a sensacao molhada..... A "cosquinha" para e ele continua a sonata.
Depois dos aplausos, ele vai ao camarim e nota que tinha acabado de esmagar uma barata que estava dentro da calca. E pela quantidade de gosma, era uma daquelas grandes e cascudas!!!
Sarastro
MensagemEnviada: Sex Dez 08, 2006 2:13 pm    Assunto:

Ah, alguns de vocês já devem ter visto isso.
Concerto do Nelson Freire, há mais de 10 anos (é, ele já veio aqui).
Sem Internet, sem muita divulgação na mídia, sem o célebre documentário, Freire era profundamente conhecido por poucas pessoas e uma vaga imagem na mente da maioria (refiro-me especificamente ao público daquela récita, é claro).
De repente, uma chuva de aplausos. Multidão em polvorosa: "é ele !"
Olhei para o palco, e não era Freire, e sim o rapaz que estava ali para colocar algumas partituras na estante do piano. Very Happy
FernandoRandau
MensagemEnviada: Sex Dez 08, 2006 1:58 pm    Assunto:

Por essa mesma época, aconteceu outro tão digno de registro quanto o anterior que contei. A OSR costuma apresentar sempre de graça, filosofia do existe sim free lunch, entretanto, os escolhidos do bolsa-música deveriam pegar os ingressos (agora "convites") horas antes na bilheteria do espetáculo. Como os concertos estavam disputados por aquele tempo, resolvi que iria cedo.

Isso já faz uns 5 anos acho. Seria uma tarde cultural pra mim, pegaria os ingressos, iria nos sebos, voltava pra casa, tomava um banho e voltava para ouvir "Carmina Burana". Eu e a senhora minha mãe (sim, porque era apenas um ingresso por pessoa) fomos os quarto e quinto da fila. Pelo telefone já estava avisado que a bilheteria abriria de 16 horas. Já era 16:10 e nada da bilheteria abrir, o teatro estava herméticamente fechado. Rolling Eyes

Sol descendo, 17:00 e uma fila já de cerca de 50 pessoas. Não, não é que Carmina seja somente uma obra popular. Pelas informações que minha mãe colheu, uma senhora muito mais sociável que o filho ranzinza aqui, um número considerável de pessoas estavam lá pra ver algum conhecido ou parente cantando no imenso coral, tipo "Zefinho, filho de dona Mariinha, que canta no coral do Bandepe agora vai cantar no Santa Isabel, booora gentem!"

Sol devidamente descido, aqui em Pernambuco, 18:00 já é noite. Nada. A fila já começava a dobrar o teatro. Não é uma fila comum, é uma fila grossa, agitada, uma rebelião estava por vir... Encontro alguns conhecidos passeando pela fila, e todos eles tinham a palavra "aburso' na ponta da língua.

Finalmente 18:30 abrem-se as portas da esperança - nessa hora eu e minha mãe estavámos mais de birra que realmente interessados - E tacamos nossos ingressos, sob a devida escolta de uns guardas municipais que estavam tentando garantir a ordem da fila. Ordem sim, porque já começavam a surgir os primeiros conflitos de gente que não era tão velha assim passando na nossa frente.

(Não pensem vocês que eu e minha mãe ficamos parados durante quase três horas esperando ingresso. Nesse meio tempo fui no sebo, enquanto ela guardava meu lugar, e ela foi tomar um sorvete e uma água enquanto eu esperava por ela).

Fim desse primeiro ato. Voltamos pra casa. Apronto-me e ainda no espelho confiro minha pele avermelhada. O concerto começa de 20:00, e estamos saindo de casa às 19:40, no problem, tudo certo.

Mas quando chegamos, a presença de três viaturas da PM desmentia que estivesse tudo certo. Cena meio tumultuada do lado de fora, vamos até a entrada mas ninguém se preocupa em conferir nossos ingressos. Entramos na platéia, mas toda ela abarrotada, nossos lugares tomados por uma turma de velhinhos que pareceu sair do clube da saudade. Muito, muito barulho de multidão.

Vamos até um dos funcionários, que contava com um rosto de "Titanic". Ao lado dele uma senhora que eu já sabia na época era uma das chefes de lá, mas me reservo o direito de dizer qual o cargo. Na rápida conversa com minha mãe, não posso esquecer ela dizendo: "Bárbaros! Invadiram o teatro, arrombaram as portas!" Shocked

No dia seguinte eu veria no telejornal local a cena de um grupo de pessoas gritando "Carminha! Carminha! Carminha!" e forçando as portas. Ocorreu dos ingresso terem acabado, eram 700, o Santa Isabel é uma mini-miniatura do Scala, não comporta mais que isso. Pelo que se percebeu, com pessoas apinhadas nos corredores e disputados cadeiras de camarotes à tapa, só pude concluir que havia mais de mil pessoas. O Santa Isabel virou uma filial do inferno.

Eu e minha mãe subimos pelas escadas até a frisa. Lá conseguimos um bom lugar, e apesar da distância, era melhor que as cenas que pudemos ver de lá: por todo o teatro, gente discutindo por lugares e ainda segurando um inútil ingresso nas mãos para provar, aos gritos de: SAI DAÍ QUE AQUI SOU EU P*! Pode-se ouvir algo quebrar, como uma cadeira, tensão, 20:30 e a orquestra ainda nem entrou no palco.

Quase 21:00 e finalmente começa o "Óoooo Fooortuuuunaaaaaaaaa!". Uma conhecida que cantou lá depois me informa que o coro estava todo bagunçado, que na entrada os corais se misturaram. O maestro não pegou no microfone pra pedir calma.

Após a imensidão de aplausos, foi difícil sair de lá, como uma saída de um estádio de futebol. E o time da casa não ganhou.

Ah, houve uma segunda récita no dia seguinte. O telejornal mostrou também. Dessa vez sobrou cadeiras...
FernandoRandau
MensagemEnviada: Sex Dez 08, 2006 1:12 pm    Assunto:

No Recife, pra variar, ocorre o contrário... vamos aos fatos:

Teatro Santa Isabel e Orquestra Sinfônica do Recife - divulgada como uma das mais antigas do país, e cujo retorno é um dos públicos mais esvaziados do país - numa noite de Tchaikovisky e Villa-Lobos. Havia outro compositor nas peças, mas não me recordo. Pois bem:

Lá pelas tantas, após o primeiro movimento da suíte do Quebra-Nozes, aplausos. Típico, acabei me acostumando e até minha companhia feminina entra na onda, mas eu tímido que sou fico na minha e juro para mim que quando terminar isso explicarei a ela de forma pedagógica e simpática porque não se aplaude entre essas pausas. Wink

Porém, um senhor que estava sentado logo na primeira fila e que se vestia como senhor (paletó, chapéu, e um rosto de anos 50) achou que não precisava esperar até o fim, e muito menos ser pedagógico - menos Piaget, mais Pinochet. Na terceira vez, se não me engano em que houve apalusos ele se levanta de sua cadeira (pude ver perfeitamente que eu estava em camarote) e não grita, mas direi, "projeta a voz" para que o teatro inteiro ouça: MINHA GENTE, NÃO SE APLAUDE AGORA, SOMENTE NO FINAL DA PEÇA ORAS! Twisted Evil

Tensão. Dois segundos de silêncio absoluto de orquestra e público. Para logo em seguida vaias e mais vaias ao senhor. Recomeça a música, até o fim não se ouvem mais aplausos. Terminada a peça, o maestro pega o microfone - sim, aqui além de batuta o maestro tem como instrumento um microfone para discursar antes da peça - e diz essas palavras tais, se não me falha a memória:

"- Pessoal, senti um certo conflito aqui no público devido aos aplausos. É verdade que muitos aplausos entre as pausas podem nos desconcentrar, mas sabemos também que é a forma como vocês prestigiam nós artistas. No passado era absolutamente comum aplausos o tempo todo, depois é que veio essa pompa de não aplaudir..."

E ele entra ainda em considerações sobre a vontade de aplaudir no meio de sinfonias com um movimento do meio entusiástico, ou de não aplaudir o final, por exemplo, da Patética de Tchay... o final d eseu discurso é que detona tudo:

"- Mas se vocês quiserem aplaudir, manifestarem que estão gostando, é claro que não tem problema, podem aplaudir."

A platéia gosta e aplausos e mais aplausos. E o senhor que sentava lá na frente? Só lhe restou descumprir sua etiqueta nesses eventos, pegou seu terno, e ainda no meio da peça que a orquestra tocava, ele se foi...
SérgioNepomuceno
MensagemEnviada: Sex Dez 08, 2006 12:58 pm    Assunto:

Muitos devem conhecer a história do Vickers,que interrompeu Tristão e berrou para a platéia:"SHUT UP WITH YOUR DAWN COUGHING!!!!"
Isso é registrado...
Leonardo T. de Oliveira
MensagemEnviada: Sex Dez 08, 2006 12:22 pm    Assunto:

Me sinto realizado ao ler histórias desse tipo. Continuem.
Amancio
MensagemEnviada: Sex Dez 08, 2006 11:59 am    Assunto:

Colarusso também tinha dessas aqui em Curitiba, regendo a Sinfônica do Paraná. Lembro de uma segunda sinfonia de Tchaikovsky, logo no solo de trompa inicial uma criança me abre um berreiro, Colarusso pára e desce-lhe o sabão, só ouvimos depois o barulhinho apressado de passos se retirando do teatro.
Doctor Marianus
MensagemEnviada: Sex Dez 08, 2006 10:09 am    Assunto:

Já contei isso no Allegro, mas vale a pena contar de novo:

Início de 1996. Teatro Municipal de São Paulo.
Concerto em homenagem aos 100 anos da morte de Carlos Gomes.
Orquestra Sinfônica Municipal, Coral Lírico, vários solistas incluindo a grande Niza de Castro Tank e regência do nosso saudoso e maior regente de todos os tempos, Eleazar de Carvalho.
Concerto gratuíto. Fujo como o diabo da cruz desse tipo de evento, mas como seria apresentação única, muní-me de coragem e encarei a parada. Teatro lotadíssimo, gente saindo pelo ladrão. Até que consegui um lugar legal, 1ª fila do Balcão Nobre.
O concerto estava transcorrendo normalmente, muita emoção, um evento inesquecível.
Lá pelas tantas começo a notar um burburinho nos "andares de cima": uma senhora trazia consigo uma criança, bem novinha (1 ano ou menos) que resolveu se cansar do concerto e começou a fazer barulho. Um senhor que sentava ao lado resolveu reclamar. A mãe deu à criança um brinquedo enorme e nada de ela ficar em silêncio. O vizinho se cansou daquela algazarra e resolveu partir prá briga. Começou o maior fuzuê, gente gritando, criança chorando... Tudo isso em meio a uma ária cantada por Niza. Um dado momento só vi o brinquedo da criança voar em cima de alguém na platéia. Como o barraco estava maior que a música, Eleazar de Carvalho parou o concerto, virou-se para a platéia e deu o maior sabão nos bagunceiros, algo do tipo "vocês estão pensando que estão onde? Em algum estádio de futebol? Isso aqui é uma igreja e estamos em meio a uma cerimônia! Façam o favor de ficarem em silêncio!!!!!" Após isso os funcionários do Teatro acorreram ao local, retiraram os incômodos expectadores e o concerto pôde se seguir, onde o silêncio era tanto que seria possível ouvir uma agulha cair no chão!

Saudades do temperamental e grandioso Eleazar de Carvalho. Imagine ele em meio aos malditos celulares que infestam as salas de concertos hoje em dia!
SérgioNepomuceno
MensagemEnviada: Qui Dez 07, 2006 9:33 pm    Assunto:

"ui, eu acho que a Sutherland emitiu um sobreagudo final ridículo em sempre libera. Licença que eu vou ali no chuveiro..."

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