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Autor Mensagem
Doctor Marianus
MensagemEnviada: Seg Fev 05, 2007 7:48 pm    Assunto:

Para os que quiserem compartilhar as impressões do Pianovski, aí está em primeira mão a "Fille du Règiment" 2007.

Bom proveito!


Uploaded are the recordings from La fille du regiment@Covent Garden 2007, in the
form of mp3 in zip. Not necessary to connect them with a software. Just unzip and listen.

http://rapidshare.de/files/37603060/La_Fille_du_Regiment01.mp3.zip
http://rapidshare.de/files/37603608/La_fille_du_regiment02.mp3.zip
ZpinoZ
MensagemEnviada: Seg Fev 05, 2007 4:41 pm    Assunto:

Carlos Pianovski escreveu:
(Nathalie Dessay) ...mesmo sendo feiinha de doer.


Belo comentário geral, mas...

Apesar de nunca ter tido a oportunidade de vê-la ao vivo, considerando os muitos videos que já assisti dela, não concordo não.

Z
Königin der Nacht
MensagemEnviada: Seg Fev 05, 2007 3:25 pm    Assunto:

fanermaluco escreveu:
RW oferece perdão até àqueles que declararam ser o 1/ ato do Parsifal (maior obra do mestre...) remedio contra a insônia...a misericórdia do Mestre é como o Mar!! Very Happy


Ei, isso vale pra mim, também? *risos*
Pádua Fernandes
MensagemEnviada: Dom Fev 04, 2007 7:26 pm    Assunto:

Bruno está errado. Callas nunca intepretou La Fille du Régiment. Mas entendo que ele a critique por uma interpretação que ela nunca realizou.
E ela era grega.
Bruno Gripp
MensagemEnviada: Dom Fev 04, 2007 2:48 pm    Assunto:

Pianovsky,
E teve gente no Presto que criticou a Marie de Dessay por ela não ser igual a Callas, aliás nem sei se a falsa-grega cantou esse papel no palco (e se fez foi com os cortes as tonalidades rebaixadas aos quais estamos acostumados...). Como se La Fille du Régiment fosse Norma...
Carlos Pianovski
MensagemEnviada: Dom Fev 04, 2007 9:30 am    Assunto:

Bruno, de fato, genial é o adjetivo que merece a encenação de Pelly. Foi, com toda justiça, aplaudidíssimo ao final, após ser puxado ao palco por Dessay. Fiquei com ainda mais vontade de ver a Platée em vídeo. Tratarei de comprar.
Carlos Pianovski
MensagemEnviada: Dom Fev 04, 2007 9:27 am    Assunto:

Nathalie Dessay é uma artista sensacional. Trata-se de cantora de raro virtuosismo, emissão vibrante e segura, bonito timbre, voz leve mas de grande expressividade e extensão, sobretudo no registro agudo (seus mi bemóis correram soberanos todo o teatro), invejável carisma e charme irresistível – que atrai para si todas as atenções quando está em cena, mesmo sendo feiinha de doer. Sua Marie em nada lembra a maior referência nesse papel nas gerações anteriores, a lendária Joan Sutherland. Ao contrário da interpretação doce e bem comportada da diva australiana, a Marie de Dessay soa debochada, “moleque”. Uma bela opção, sobretudo diante do fato de que Dessay tem voz mais clara e sem o mesmo veludo de Sutherland. Isso, naturalmente, faz com que árias como, por exemplo, “Il faut partir” possam soar menos, digamos, tocantes. Mas como se trata de uma montagem que investe tudo no caráter de comédia da peça (sobretudo a personagem título) – e como o desempenho vocal de Dessay mesmo nessas passagens beira a perfeição – a maior dramaticidade seria, nesse caso, um “minus”.
Impressiona a facilidade com que Dessay canta as passagens de coloratura e a bravura com que enfrenta os agudos (e os emite com perfeição). Seu “Au bruit de la guerre” foi um belo cartão de visitas do que se ouviria ao longo da noite: canto belíssimo, com ornamentos perfeitos (e, algumas vezes, utilizados de modo a oferecer um sentido humorístico à performance) e agudos impecáveis, em uma interpretação de caráter marcial e heróico, perfeitamente adequado ao “mise-en-céne” em que, com bravura militar, Marie passa a ferro as ceroulas de todo o regimento ...
Um ou outro pequeno defeito na coloratura só se ouviu em alguns poucos momentos, em meio às inúmeras estripulias acrobáticas que Pelly impôs à artista, correndo e rodopiando pelo palco, virando a cabeça alucinadamente para um lado e para o outro, rolando pelo chão ou sendo carregada, pelo coro.
E que bela dupla ela formou com “Don Diego” Florez! O tenor peruano teve uma performance exemplar, no mesmo nível obtido por Dessay. Sim, obviamente cantou os nove dós no “pour mon âme” com a facilidade de quem está simplesmente a respirar. Florez canta os dós em stacato (como, aliás, ao que consta, manda a partitura), com “precisão cirúrgica” – “a laser”, na feliz expressão de Dessay em uma entrevista. O dó final foi longamente sustentado. Menos do que o jovem Pavarotti, porém mais do que nos vídeos do próprio Florez que rolam pela Internet – o que talvez se deva ao fato de que essa performance dará origem a um DVD, a ser lançado em breve. A voz, apesar de pequena, é muito bem projetada e soa lindíssima, cintilante, sendo manejada com verdadeira arte. O tenor sabe valorizar a linha melódica, com fraseado de muito bom gosto, além de saber fazer os jogos de “chiaro/oscuro” que o bel canto exige. Enfim, é um diamante bem lapidado. Permitam-me dizer que, até por isso, o ponto alto da performance de Juan Diego Florez não foi seu exemplar “pour mon âme”, mas, sim, o “Pour me raprocher de Marie”, cantado em “piano” e "pianissimo", com um andamento bastante lento – que Florez usou para valorizar ao máximo cada frase musical – em que ficaram patentes o controle e a elegância da emissão desse cantor. Perto do final da ária, um brilhante agudo seguido de uma frase de incrível doçura em pianíssimo.
Juan Diego Florez parace ser, de fato, cantor da mesma cepa de grandes tenores como Alva, Kraus, Blake ou Matteuzzi. É de se esperar, porém, – até para a sua saúde vocal – que ele não se deixe enredar pelo estúpido rótulo de “sucessor de Pavarotti” (afirmado, lamentavelmente, pelo próprio tenor italiano). São vozes muito diferentes. Enquanto Pavarotti foi um tenor lírico com uma estrutura vocal especial, que lhe permitiu interpretações difíceis de superar de personagens de Donizetti e Bellini, bem como de heróis românticos (ou nem tanto, como o Duque de Mântua) de Verdi e Puccini – chegando a abordar com dignidade papéis que, prima facie, não lhe seriam adequados, como Radamés – Florez é um típico “tenore di grazia”, que dificilmente terá bom êxito artístico fora do bel canto. Como ele mesmo afirmou em entrevista para a TV inglesa, não há como compará-lo a Pavarotti, uma vez que, enquanto este era um tenor com “mais corpo”, ele, Florez, é um cantor “mais leve”. A frase é verdadeira, qualquer que seja a interpretação que se dê a ela. Espero, sinceramente, que Florez estivesse a se referir às vozes.
Bruno Gripp
MensagemEnviada: Sáb Fev 03, 2007 10:04 pm    Assunto:

Pianovski,
Pelly é um gênio cômico. É dele a Platée montada em 2000 e reprisada em 2002 em Paris e também é dele o Amor pelas Três Laranjas da ópera real holandesa recentemente editado pela TDK, de excelente bom gosto e muito bom humor. Essa Fille deve ter sido maravilhosa.

saudaçòes invejosas
Bruno
Carlos Pianovski
MensagemEnviada: Sáb Fev 03, 2007 8:46 pm    Assunto:

La Fille du Régiment não é, propriamente, a obra-prima de Donizetti. Ao menos para o meu gosto, apesar de conter coisas interessantes, há melhor música – e melhor comédia – em Elixir do Amor e, sobretudo, em Don Pasquale. Isso para não falar em Lucia de Lamermoor e em Ana Bolena (e, aqui, a referência vale, também, para a música e para a comédia). Por isso, sinto-me até um tanto constrangido em afirmar que esta foi a melhor montagem de ópera que assisti nesses quase dois meses de velho mundo. Sim, as óperas em Viena, além figurarem entre as mais fantásticas partituras de todos os tempos, tiveram performances de excelente nível, apesar dos deslizes e insuficiências de um ou outro cantor. O Wozzeck de Lisboa, em uma produção do Festival de Aix-en-Provence regida por Eliahu Inbal, foi uma bela surpresa, tanto musical quanto cenicamente – além de não ter contado com dissecação de cadáveres, vísceras e vômitos espalhados pelo palco, como na produção que, simultaneamente, acontecia em Madrid, com “régie” vocês sabem de quem ... Em Paris, nos Contos de Hoffmann, apesar da divertida Olympia de Patrícia Petibon e das interessantes performances de Frank Ferrari como Lindorf/Coppelius/Miracle/Dapertutto, Ekaterina Gubanova como Musa/Nicklause e, sobretudo, de Annette Dasch como Antonia, a alternativa que encontraram para substituir o desgraçadamente gripado Rolando Villazón foi de uma infelicidade sem par, arruinando a performance.
Essa produção de La Fille du Régiment, entretanto, contou com todos os ingredientes para uma performance do mais alto nível, superando inclusive as evidentes deficiências dramáticas da ópera. A encenação de Laurent Pelly (acho que é o mesmo sujeito que fez a Platée que você viu em Paris, Bruno), sem as invencionices de gosto duvidoso que se vêem por aí (como “Die Entführung aus dem Hurenhaus”, “Ballo nel WC” ou “Lohengr-in-der-Kindergarten”), conseguiu recriar teatralmente a ópera sem desvirtuá-la, cabendo ao “régisseur”, em boa parte, o notável êxito dessa montagem. Tiradas simples mas eficazes, pelo bom humor e pela surpresa que causam, permearam toda a ópera (como os homens vestidos de empregada doméstica fazendo uma “faxina coreografada” no início do segundo ato, ou Tonio entrando sobre um tanque de guerra na casa da Marquise, ou, ainda, “le chant du coq” ao final da ópera, enuquanto ao fundo palco, ao invés da bandeira da França, desce um painel de um galo cantando para o sol). A participação especialíssima da comediante Dawn French como a Duquesa Crackentorp – cuja presença de palco, suficiente para despertar o riso, foi um espetáculo à parte – e seu “francês” grotesco permeado por divertidas tiradas em um inglês, digamos, coloquial (com legendas em francês no alto do palco!) também contribuiu para o resultado teatral exemplar obtido por Pelly.
Os personagens característicos foram magnificamente interpretados por Felicity Palmer (La Marquise de Berkenfeld) – belo volume e graves excelentes, além de bom desempenho como atriz –, Donald Maxwell (Hortensius) e o grande Alessandro Corbelli.
A regência vibrante e precisa de Campanella sublinhou muito bem o desempenho dos cantores e construiu magistralmente as cenas de conjunto.
Em uma peça como essa, entretanto, tudo isso seria secundário se o casal de protagonistas não fosse de primeiro nível. La Fille é uma “ópera de cantores”: se o casal Marie e Tonio se sair bem, a récita é um sucesso. Caso eles se saiam mal, não há regência inspirada ou direção cênica genial que salvem a ópera do desastre.
Mas a récita foi um sucesso.
fanermaluco
MensagemEnviada: Sex Jan 26, 2007 7:41 am    Assunto:

RW oferece perdão até àqueles que declararam ser o 1/ ato do Parsifal (maior obra do mestre...) remedio contra a insônia...a misericórdia do Mestre é como o Mar!! Very Happy
fanermaluco
MensagemEnviada: Sex Jan 26, 2007 7:39 am    Assunto:

Bruno, aceite RW como seu salvador...Wagner é panteísta, deixe-se levar...Vc quer o bem, eu sinto!! Very Happy
fanermaluco
MensagemEnviada: Sex Jan 26, 2007 7:35 am    Assunto:

Sim! Del Monaco que, antes do seu horrível acidente, fora convidado a aceitar cantar o Tannhäuser e o Rienzi com o Wieland (o 1° em Bayreuth), recusou o Tristão por causa do 3° ato...e olha q até este acidente, o homem era um leão...
fanermaluco
MensagemEnviada: Sex Jan 26, 2007 7:31 am    Assunto:

Pode colocar no balaio aí: Windgassen (morto de ataque cardíaco-cantou o papel mais de 200vezes; Gösta Winbergh e, em Siegfried, Heinz Kruse.
Pádua Fernandes
MensagemEnviada: Qui Jan 25, 2007 9:07 pm    Assunto:

Carlos Pianovski escreveu:

II) Pádua, essa eu não sabia. Você fala em sentido metafórico ou real?



A realidade de Wagner não é a metáfora? Bem, mas o pobre tenor morreu fora dela também. Ludwig Schnorr, que teve sua mulher, Malvina, como Isolde, morreu um mês depois da última apresentação.
Cosima escreveu ao Rei Ludwig que a arte do Wagner "é um religião; seus seguidores são mártires". Foi uma perda para o compositor, que contava com o Schnorr para cantar o Siegfried.
O interessante é que o espírito do tenor passou a mandar recados para Wagner!

Editando para incluir a foto do tenor, caracterizado como Tristan, junto com a esposa na vida real e na ópera. Segundo li na Wikipedia, é possível que ele tenha morrido de tifo ou de meningite, ou outra doença infecciosa, e não do esforço:

"Sein früher und mysteriöser Tod machte ihn zur Legende - und wurde lange als Folge der riesigen Anstrengungen angesehen, die Wagner seinen Sängern, und insbesondere dem Sänger des Tristan, abverlangte.
Die heutige Forschung geht allerdings eher davon aus, dass die Todesursache wahrscheinlich eine Infektionskrankheit wie Typhus oder Meningitis gewesen sein dürfte."


http://de.wikipedia.org/wiki/Ludwig_Schnorr_von_Carolsfeld
Bruno Gripp
MensagemEnviada: Qui Jan 25, 2007 6:44 pm    Assunto:

Faner,
Essa récita já caiu na roda do operashare? Shocked

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