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Alexandre |
Enviada: Qua Mar 05, 2008 7:29 am Assunto: |
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Eduard Hanslick, crítico de música em Viena, sobre o concerto para violino de Tchaikovsky:
"Faz-nos deparar com a idéia revoltante, que há música que nos fede nos ouvidos!" |
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Pádua Fernandes |
Enviada: Dom Jan 06, 2008 11:03 pm Assunto: |
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Gostei muito desse livro do Lockwood, apesar da má tradução. |
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Sarastro |
Enviada: Dom Jan 06, 2008 10:59 pm Assunto: |
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Ricardovsky escreveu: |
Estou lendo dois livros maravilhosos, um sobre Beethoven e outro sobre Bach. O primeiro ("Beethoven - música e vida" de Lewis Lockwood) leio para preparar o meu espírito para a chegada da Beethoven Edition da Brilliant Classics |
Não é que comprei esse livro há uma semana ? Não comecei a ler porque estou na metade de dois outros livros não relacionados à música. Dei apenas as olhadelas de praxe. |
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Amancio |
Enviada: Dom Jan 06, 2008 10:20 pm Assunto: |
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Eu tenho aqui um outro texto sobre Bach que reafirma exatamente isso, que sua música é genial mas não tão fácil de ouvir. Se meu inglês me ajudar, vou transcrever aqui. Está no livrinho junto com a gravação da Céline Frisch (esse livrinho é um verdadeiro tratado sobre as Variações Goldberg).
No final do século 18, os numerosos círculos literários e artísticos de Leipzig, Dresden e Koenigsberg já tinham interesse nas Variações [Goldberg]. Foi nestes círculos, a despeito das profundas mudanças da linguagem musical, que um mito foi construído em torno da memória de Bach através de fervorosos admiradores. Entre estes admiradores estava Hoffmann, músico e homem de letras, que começou em 1810 uma série de Contos no estilo de Callot no [jornal] Allgemeine musikalische Zeitung de Leipzig. Em uma das histórias, "O sofrimento musical do Kapellmeister Johannes Kreisler", Hoffmann usa as Variações - que ainda não eram conhecidas pelo nome Goldberg - de uma maneira interessante. (...) Durante uma tarde musical sofisticada, Kreisler é convidado a tocar as Variações de Bach. Ele aceita contra sua vontade, por ele achar que a platéia não estava à altura do que ele considerava uma obra prima. "Ouçam, e vocês morrerão de tédio", ele disse. E tão logo as variações se sucediam, a sala se esvaziava, conforme ele tinha previsto. O pianista é deixado sozinho, e quando ele toca a trigésima e última variação ele experimenta um tipo superior de embriaguez inspirada pela música. (...) Ele entra em estado de êxtase: "O tema me arrastou para mais e mais longe, irresistivelmente. As notas se tornaram vivas, cintilaram, saltaram em torno de mim, enquanto fagulhas elétricas chispavam da ponta dos meus dedos para as teclas". |
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Ricardovsky |
Enviada: Dom Jan 06, 2008 9:38 pm Assunto: |
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Estou lendo dois livros maravilhosos, um sobre Beethoven e outro sobre Bach. O primeiro ("Beethoven - música e vida" de Lewis Lockwood) leio para preparar o meu espírito para a chegada da Beethoven Edition da Brilliant Classics (se o jumento aqui não tivesse colocado o CEP errado acho que tal preciosidade já estaria em minhas mãos). Já o segundo ("48 variações sobre Bach" de Franz Rueb) leio para a retomada que estou dando na Bach Edition também da Brilliant.
O livro de Rueb é muito envolvente, uma maravilha de se ler. Estou aprendendo muito. E pensei nele porque a cada um dos 48 capítulos antecede uma citação famosa a respeito de Bach. Algumas frases, na minha opinião, caem num lugar comum ("Bach é o maior compositor de todos os tempos e blá, blá, blá"), mas outras são geniais. Citarei algumas.
Esta de Beethoven é tão genial que o tradutor não teve como traduzir:
"Nicht Bach - Meer sollte er heissen." (Nota do tradutor João Azenha Jr. : "Beethoven faz aqui um jogo de palavras com o sobrenome "Bach" que, em alemão, também pode significar "riacho". Assim, uma tradução literal dessa epígrafe seria a seguinte: "Seu nome não deveria ser "riacho" (Bach), e sim mar (Meer).""
Vejam esta outra citação de Goethe:
"Eu ouvia a música de Bach e me dizia: é como se a etarna harmonia se perguntasse o que teria ocorrido no seio de Deus pouco antes da criação do mundo. E o mesmo se passava dentro de mim. Tive a sensação, então, de não possuir nem precisar de ouvidos, tanto menos de olhos ou de qualquer outro sentido."
Goethe teve a sensação de não ter sentidos. Genial! Por isso que eu digo as grandes obras da história da música não são música, mas obras maiores do que a própria ciência da música.
Vejam agora, para fechar com chave de ouro, uma citação de Furtwangler:
"Por um lado, não há dúvida de que a música de Bach é espontânea, direta, plástica, comovente; por outro, porém, ela permanece uma incógnita fechada em si mesma e não revela seu segredo. Sua música não tem a preocupação de encantar, de ser clara e acessível aos homens; vigor e indiferença, tensão e renúncia, agitação e calma reconciliam-se e fundem-se nela de forma singular, inimitável."
Muito interessante essa citação. Hoje mesmo falei para minha esposa que é preciso se preparar e se concentrar para ouvir Bach exatamente por ele não ser acessível como outros compositore barrocos, como Vivaldi ou Handel.
Vale a pena ler esse livro de Rueb!! |
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CID |
Enviada: Dom Jan 06, 2008 2:50 pm Assunto: |
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Pádua Fernandes escreveu: |
Laura escreveu: |
"Ainda há muitas coisas belas para dizer em Dó Maior."
Sergei Prokofiev
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Laura, que interessante! Schönberg também disse algo análogo! |
O que Schönberg disse foi: "Muita música boa ainda será composta em Dó Maior"
Outra do mesmo compositor: "Minha música moderna, só é mal tocada."
E outra que gosto muito: "Custa-me acreditar que algo assim tão sublime e tão tocante possa ter sido obra de um homem". (Johannes Brahms, sobre a Missa em Si Menor de Bach)
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Leonardo T. de Oliveira |
Enviada: Qui Mar 15, 2007 3:33 pm Assunto: |
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Hoje em dia até dão... |
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Alexandre |
Enviada: Qui Mar 15, 2007 12:56 pm Assunto: |
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"Não preste atenção ao que os críticos dizem, nunca nenhum prêmio foi dado a um crítico".
Sibelius |
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Alexandre |
Enviada: Sex Mar 09, 2007 11:10 pm Assunto: |
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Mais algumas de Schubert:
“Sinto-me o ser mais desafortunado e infeliz do mundo (...) Imagine um homem cujas grandes esperanças estejam mortas, a quem o amor e a amizade nada mais terão a oferecer daqui para a frente além da dor, um homem que não se inflama pela beleza. Diga-me se este homem não é o ser mais infeliz do mundo. Toda noite quando adormeço, desejo não mais acordar e, toda manhã, ao acordar, o despertar relembra-me a dor sofrida no dia anterior. Sem alegria e sem amigos meus dias escorrem”.
“Minhas obras são filhas de meu conhecimento musical e de minha dor. O que somente a dor produz me proporciona e derradeiro prazer deste mundo”.
“Não existe quem compreenda a dor e a alegria alheias. Sempre imaginamos que estamos unidos, porém estamos apenas andando lado a lado. Sofrimento atroz de quem reconhece isso”.
“Já não é igual à época feliz em que todos os objetos nos apareciam rodeados do esplendor da juventude; é, ao contrário, o tempo do fatídico reconhecimento de uma realidade miserável que minha imaginação se esforça em embelezar”.
“Viva o presente de forma sábia, para que o passado possa ser lembrado sem mágoa e o futuro não seja terrível de contemplar”. |
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Pádua Fernandes |
Enviada: Sex Mar 09, 2007 1:52 am Assunto: |
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Laura escreveu: |
"Ainda há muitas coisas belas para dizer em Dó Maior."
Sergei Prokofiev
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Laura, que interessante! Schönberg também disse algo análogo! |
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Laura |
Enviada: Qui Mar 08, 2007 4:01 pm Assunto: |
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"Ainda há muitas coisas belas para dizer em Dó Maior."
Sergei Prokofiev
"Deus diz a mim como a música deveria soar, mas o senhor é um obstáculo no Seu caminho"
Arturo Toscanini (para um trompetista) |
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Bruno Gripp |
Enviada: Qui Mar 08, 2007 1:38 pm Assunto: |
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"Para uns é uma homenagem a Napoleào, para outros é uma disputa filosófica. Para mim é um allegro con brio" o grande Toscanini sobre o primeiro movimento da Eroica. |
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Alexandre |
Enviada: Qui Mar 08, 2007 12:33 pm Assunto: |
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Algumas "alfinetadas" de Richter:
" Um grande talento preocupado em parecer profundo. Acaba ficando chato". Sobre Daniel Barenboim (ou Barenruim, como preferirem ).
"Que estranha injustiça da natureza condenar cantora tão talentosa a ter essa aparência". Sobre a cantora americana Jessye Norman.
"Um desapontamento total. Expressão: zero. Será que ele é de outro planeta?" Sobre Ashkenazi.
"Que talento! E que mente corriqueira! Tem dedos fenomenais, mas, a música, onde fica?" Sobre Horowitz
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Alexandre |
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Marcelo Ferreira |
Enviada: Qua Mar 07, 2007 7:42 pm Assunto: |
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De um dos inúmeros livros sobre psicologia da música que li nos últimos meses (e que não me lembro qual foi):
"A crítica é a vingança do intelecto sobre a arte."
Do mestre Verdi:
"Na arte, assim como no amor, é preciso ser sincero para que acreditem em nós."
e uma do Stanislavsky, que adoro:
"Ame a arte em você, não você na arte!"
Marcelo Ferreira,
Psycho-baritone! |
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Alexandre |
Enviada: Qua Mar 07, 2007 1:11 pm Assunto: |
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De Perlman para Heifetz:
"O senhor arruinou a vida de muitos jovens que tentam imitá-lo e não conseguem"
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Alexandre |
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