Autor Mensagem
~MARCOS~
MensagemEnviada: Qui Nov 30, 2006 6:30 pm    Assunto:

Pádua Fernandes escreveu:
Marcos,
é só ver a agenda dele... Eu nunca vi, mas sei que é tumultuada. No ano passado, li que ele não pôde ficar para os aplausos em um recital da Bartoli nos EUA, em que ele era o acompanhante, porque ele tinha que pegar um avião e voltar para a Europa por causa de outro concerto, em que seria regente.



Realmente, fica um tanto complicado a correria de Barenboim. Isso pode comprometer ocasionalmente a performance.


Laura escreveu:
OK. Baremboim, como pianista, consegue tocar a Waldstein e Chopin com o mesmo toque. O mesmo tipo de pedal, o mesmo tipo de fraseado. E, ainda por cima, rege. Como regente, você pode até colocar metrônomo que ele vai acompanhar o tempo certinho, até em Wagner. Taí, fica tudo cinza... Isso que dá ter uma agenda do tipo da dele, como bem disse o Pádua.

PS: Você é professor? Sua frase "Fundamente-o com explicações" me transportou para uma maledetta prova de Macroeconomia, que eu nunca esqueci, em que a questão era: "o efeito multiplicador keynesiano pode conviver com cortes nas alíquotas da tributação direta? Fundamente sua resposta com explicações". Sad



Cara Laura:

Desculpe-me de tê-la rememorado maus acontecimentos, não foi meu objetivo, obviamente. Apenas gostaria de que me explicasse com alguns detalhes, simplesmente.
Obrigado por responder.
Já comparou Lieder ohne Worte e 33 Veränderungen über einen Walzer von Anton Diabelli, por Barenboim?
Laura
MensagemEnviada: Qui Nov 30, 2006 5:02 pm    Assunto:

~MARCOS~ escreveu:
Gostaria de saber qual é seu argumento para a afirmação acima. Fundamente-o com explicações. Estou curioso...


OK. Baremboim, como pianista, consegue tocar a Waldstein e Chopin com o mesmo toque. O mesmo tipo de pedal, o mesmo tipo de fraseado. E, ainda por cima, rege. Como regente, você pode até colocar metrônomo que ele vai acompanhar o tempo certinho, até em Wagner. Taí, fica tudo cinza... Isso que dá ter uma agenda do tipo da dele, como bem disse o Pádua.

PS: Você é professor? Sua frase "Fundamente-o com explicações" me transportou para uma maledetta prova de Macroeconomia, que eu nunca esqueci, em que a questão era: "o efeito multiplicador keynesiano pode conviver com cortes nas alíquotas da tributação direta? Fundamente sua resposta com explicações". Sad
Pádua Fernandes
MensagemEnviada: Qui Nov 30, 2006 10:41 am    Assunto:

Marcos,
é só ver a agenda dele... Eu nunca vi, mas sei que é tumultuada. No ano passado, li que ele não pôde ficar para os aplausos em um recital da Bartoli nos EUA, em que ele era o acompanhante, porque ele tinha que pegar um avião e voltar para a Europa por causa de outro concerto, em que seria regente.
~MARCOS~
MensagemEnviada: Qua Nov 29, 2006 4:31 pm    Assunto:

Laura escreveu:
Penso que Baremboim padece de "falta de foco", pois não dá para ser ótimo em trocentas coisas diferentes, né? E isso transparece nas suas interpretações/regências, fica tudo meio acinzentado...


Compreendo seu ponto de vista. Deva parecer incompreensível sua afirmação para os entusiastas de Barenboim (o que não é meu caso), tendo como tese seu tempo e experiência de regência (ele rege desde 1965), por exemplo.
Gostaria de saber qual é seu argumento para a afirmação acima. Fundamente-o com explicações. Estou curioso...
Laura
MensagemEnviada: Ter Nov 28, 2006 2:17 pm    Assunto:

Penso que Baremboim padece de "falta de foco", pois não dá para ser ótimo em trocentas coisas diferentes, né? E isso transparece nas suas interpretações/regências, fica tudo meio acinzentado...
~MARCOS~
MensagemEnviada: Seg Nov 27, 2006 4:08 pm    Assunto:

Olhe, tenho acompanhado todo o trabalho de Barenboim e não percebo coisas assim... tão execráveis acerca de seu trabalho como regente.
É um ótimo acompanhante de canções. Não se compara ao Graham Johnson, claro. Ele gravou a integral de Wolf, com Fischer-Dieskau na década de 70 e foi muito bom...
Uma boa interpetação dele, como regente: "La Valse" e "Daphnis et Chloé", de Ravel . Aliás, este CD foi um dos primeiros que tive, em 1989. Só perde para a interpretação da Orchestre des Concerts Lamoureux, que é espantosa, digo de passagem. Quem ouviu, concorda...
Veja a capa do CD:

Vitinho
MensagemEnviada: Qui Nov 23, 2006 11:46 am    Assunto:

>>>> Erreve

Barenboim, uma geladeira???

Por incrível que pareça, a gravação que você citou do Concerto de Tchaikovsky, na minha opinião é um tremendo de um exagero. Ele se empolga demais, as passagens que são ao modo cadenza são muito afetadas.
Foi literalmente uma interpretação para empolgar platéia.

Já os Noturnos de Chopin são muito bons!!
(Olha que eu sou uma pessoa extremamente chata no que diz respeito à interpretações de Chopin. )
Não achei a interpretação nem muito piegas, nem quadrada (duas coisas que podem assassinar a interpretação de Chopin).
Ricardovsky
MensagemEnviada: Qui Nov 23, 2006 9:44 am    Assunto:

Não vejo nenhuma frieza na interpretação que tenho de Barenboim da Sonata Apassionata de Beethoven. Para mim, ele toca essa sonata com a paixão ideal, não mais, não menos. Talvez porque eu pense que muita afetação prejudique o lirismo que há nas sonatas de Beethoven, o que me faz gostar mais de Kempff do que de outros pianistas que socam o piano. Backhauss, outro ícone entre os intérpretes de Beethoven, é mais contido do que Kempf e Barenboim juntos, e nem por isso sua interpretação deixa de ser interessante. Em Beethoven prefiro um rio que corre com sua força ideal, ao invés das tempestades e terremotos que alguns insistem em colocar nele e que, às vezes, chegam a distorcer o som da gravação.
Egmont
MensagemEnviada: Qui Nov 23, 2006 9:17 am    Assunto:

Assistindo o DVD EUROPA KONZERT 2006, realizado em Praga, a cidade que mais prestigiou Mozart em vida, no mesmo teatro da estréia de Don Giovanni, vendo o Barenboim reger ao piano o Concerto 22, belíssimo mas um tanto ofuscado pelos seus irmãos mais próximos, não acharia no momento ninguem mais adequado para esta honra. Alíás, como tenho todos estes EK, ousei imaginar com bastante antecedência, que para o ano Mozart 2006, o maestro convidado seria inevitavelmente o argentino-judeu, muito mais adequado para a tarefa que Rattle, Jansons, Mehta, Abbado, Boulez, só para falar dos outros normalmente escalados...
Belíssimas as inerpretações da B.P. nas sinfonias Linz e Haffner. De quebra um dos concertos para trompa, com um solista da terra!

Frieza?
Tudo bem, pode ter gente que ache o Alaska quente e o meu Ceará muito frio, mas que o homem deu seu recado, deu sim senhor, com toda certeza!
Laura
MensagemEnviada: Seg Nov 13, 2006 4:10 pm    Assunto:

Sarastro escreveu:
não há obra no mundo da música clássica que caiba dentro de uma única interpretação apenas.


Você é imbativel! Es Lebe Sarastro, Sarastro Soll Leben!
Leonardo T. de Oliveira
MensagemEnviada: Seg Nov 13, 2006 3:38 pm    Assunto:

Eu gosto pontualmente de algumas coisas de Bruckner..., curiosamente a sinfonia 1 talvez seja a minha favorita. XD Mas faz mesmo muito tempo que não ouço nada dele... Se for pra ouvir, é Jochum na cabeça.
Amancio
MensagemEnviada: Seg Nov 13, 2006 3:30 pm    Assunto:

Leo, não gosto do Bruckner do Barenboim. Com Chicago o som é feio, e com Berlim é meio... frio. (risos)

PS.: Aliás, todos sabem, não sou muito fã de Bruckner. Razz
Leonardo T. de Oliveira
MensagemEnviada: Seg Nov 13, 2006 3:29 pm    Assunto:

Pior que gostei da Fantasia Op. 17 do Schumann com ele... : P E as sonatas de Beethoven, das palhinhas que ouvi, pareceram interessantes também... Mas ameaço esse gosto mais por uma vontade de fugir de um extremo que me incomoda mais que outro: andamentos lentos e pieguismo...

Sua integral das Sonatas de Mozart é muito elogiada também, tudo claríssimo e "professoralmente" articulado (lembro justamente da escolha do Colarusso dessa gravação no seu programa, p/ comentar as obras).
E ele também tem uma gravação das Canções Sem Palavras de Mendelssohn, que ainda não consegui ouvir!, acabam sendo peças pouco gravadas por grandes pianistas.

Como regente, deixou pra trás gravações mal resolvidas com a English Chamber..., ele mesmo concordaria! Mas tem a integral de Bruckner gravada com a Filarmônica de Berlim (havia gravado antes com a Sinfônica de Chicago), que depois do Jochum e do Furtwängler já terem gravado ninguém deu muita bola... : P
Amancio
MensagemEnviada: Seg Nov 13, 2006 3:29 pm    Assunto:

Como bem disse o Sarastro, é uma questão de interpretação. Há músicas onde a frieza e o distanciamento cai bem; há outras em que isso fica estranho.

Essa característica não é só do Barenboim, há outros músicos que se tornaram famosos exatamente por serem frios. De memória, lembro do Klemperer e do Boulez.
Guiomar
MensagemEnviada: Seg Nov 13, 2006 3:00 pm    Assunto:

Não quero subestimar o talento de Barenboim como pianista (quem sou eu para isso?!), mas também não gostei das sonatas para piano de beethoven gravadas por ele (especialmente a op.27 n.2). É só a minha opinião...

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