Autor Mensagem
SérgioNepomuceno
MensagemEnviada: Sáb Abr 21, 2007 3:17 pm    Assunto:

berber, a dicção faz parte d um somátorio de fatorees que estão ligados ao fraseado; é complicado fragmentar um e outro. DIcção é diferente de p´ronúncia. No caso de uma battle, por ex., o comprometimento na articulação é freqüente na tessitura aguda em pp,(veja Pamina) na qual há ligeira mudança de coloração e freqüência no vibrato nela. MAs essa medida é muito comum; manter a dicção em certas linhas é impossível. a da Caballé é maravilhosa em italiano, mas não há como não obliterar certas palavras numa emissão legatissima c/linhas filatas completamente curvilínea(veja come offerta suprema dal mio amore da liù)..a Pamina é bem menos que isso, e apesar de ter gente(leia-se Gundula janowitz) q sustenta um ach ich fühl's todo em mezza voce/reg.ppp ainda mantendo dicção razoável, temos de considerar que esses casos são exceções. Entre problemas de dicção e pronúncia, Battle tende bem mais pro 2o.
É complicado generalizar, porque é tudo muiito relativo, mas perceba uma coisa- a propriedade na emissão vem sempre em 1o; a questão foi: até q ponto a dicção deve se colocar em função dela, i.e, até que ponto deve-se obscurecer a articulação frasal/entre palavras em detrimento de certos elementos inerentes à emissão(daí vieram os exempls- Sutherland e ligações legatissimas por cima; rysanek e harmõnicos graves etc)

gostei bastante da intervenção!!! Inteligente como sempre
(berber)
MensagemEnviada: Sex Abr 20, 2007 3:21 pm    Assunto:

Nao entendo nada de opera, mas tenho uma pergunta pertinente: Ate' que ponto a compreensao do texto influencia na musica?
Ou em outras palavras, e' mais importante entender o que o cantor esta' cantando ou ouvir a melodia certa? Obvio que a solucao ideal e' entender E ouvir a melodia, mas nos casos em que isso nao e' possivel, onde o cantor deveria comprometer a performance? Na diccao ou na emissao?

E se a pergunta for muito imbecil, desculpe....
SérgioNepomuceno
MensagemEnviada: Qua Abr 18, 2007 4:06 pm    Assunto: Dicção e emissão

Abro motivado por Sutherland, rysanek etc etc. A embromação na dicção da 1a(treino do Bonynge) a permitiu a partir da déc.60 uma ligação mais legatissima por cima etc; antes tínhamos ataques mais abertos, mais """duros""". Vide ataque logo no início da descrição da flauta obbligato da cena de loucura da Lucia de 59, os glissandos, seqüÊNCIas de trinados (spargi d'amaro pianto- "ah, sì") etc etc. Em Rysanek, temos a obliteração do final de palavras, contração entre final de uma palavra-início de outra etc; tudo em prol da emissão, recorrente do privilégio concedido aos harmônicos graves. Na sua Tosca(ao vivo, IN HOUSE de 68 c/corelli), essa dicção e inclusive erro de texto ("""come""" ancora) somados ao uso excessivo de tempo rubato, destroem o fraseado,comprometem. o mesmo ocorre c/ intérpretes do nível de Alessandra Marc, q tem como um dos poucos defeitos a própria emissão ligeiramente nasalizada que também compromete no fraseado e a mudança assombrosa de coloração acima das notas de passagem altas [vide elektra- königlicher(final 1o monólogo); jauchtz(final confronto)]

a intenção aqui é que abordemos mais casos e que mantenhamos o seguinte ponto: até onde a dicção se põe em função da emissão.

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