Autor Mensagem
Robert
MensagemEnviada: Ter Fev 13, 2007 1:08 am    Assunto:

A crítica também dizia, fazendo uma piada sobre a idéia principal do gênero, que era um concerto para solista, em que, no final, a orquestra vencia o solista.

Mas a obra é bélissima e para mim a de mais difícil assimilação. Acreditem que que eu consigo cantorolar os dois Concertos para piano, o Concerto duplo, a Quarta Sinfonia quase inteiros, mas esse concerto não tem jeito?. No máximo alguns trechos isolados dentro de cada movimento. Consigo entender alguma coisa da cnstrução da obra durante a audição: as formas de aproveitamento do material, a separação dos temas, o sentido da estrutura tanto em cada movimento como no geral, as técnicas de desenvolvimento...mas estranhamento a música não entra na cabeça. E nem tenho a desculpa que não tenha ouvido muito, ouvi tanto, ou mais, quanto ouvi as outras obras citadas. Também não tenho a desculpa que boa parte da obra seja anti-melódica, porque nos dois concertos para piano são justamente os trechos mais truncados, dramáticos, tensos e nervosos que eu me lembro melhor É um tipo de obra que eu me lembro mais pelo caráter geral de cada passagem, cada movimento.
Robert
MensagemEnviada: Seg Fev 12, 2007 6:06 pm    Assunto:

Eu me lembro que uma vez eu li que, na época que Brahms lançou seu concerto para violino, um crítico engraçadinho fez um comentário sobre a dificuldade do concerto, perguntando se era pra ser um Concerto para violino ou um Concerto contra o violino. Alguém mais aqui viu isso?
(berber)
MensagemEnviada: Sex Fev 09, 2007 3:25 pm    Assunto:

Brahms tem essa caracteristica. A sua musica e' dificil, e as vezes soa facil. Mas quando ele quer que a musica soe dificil, ele capricha...
Paulo Egídio
MensagemEnviada: Sex Fev 09, 2007 12:15 pm    Assunto:

Pra não falar da dificuldade técnica do concerto pra violino, da música de câmara...
Amancio
MensagemEnviada: Sex Fev 09, 2007 11:36 am    Assunto:

Robert escreveu:
- absoluta crueldade técnica para com os pianistas Twisted Evil Shocked

Acho que é absoluta crueldade com qualquer músico. Vc já ouviu a Sonata 2 para cello? Certo dia perguntei pra minha professora, "por que que os violoncelistas tocam mais a Sonata 1 do que a 2?". É, é por causa disso...
Robert
MensagemEnviada: Sex Fev 09, 2007 3:14 am    Assunto:

Bom não nada de muito especial. Eu apenas comentava da diferença do Brahms com os outros três. que para ele tudo era feito pensando na questão da estrutura. A ausência de qualquer procedimento feito por mero enfeite, pra agradar ou por aquele achou bonito e quis mostrar pro ouvinte.

Também comentava de uma caracteristica sua, que pra mim é o que diferencia o gênio do compositor comum, que é o cuidado na concepção do estilo, a atitude de pesquisador musical sério . Depois eu iria falar algumas coisas mais específicas do que eu imagino ser um estilo típico de música brahmsiana. Ou "receita de como se compor uma peça ao estilo Brahms" Idea . Por exemplo:
- o gosto pela mediante (que faz a harmonia caminhar e ao mesmo tempo mantém uma certa sensação de repouso e que contribui muito para sensação de comedimento que é associado a sua música)
- o uso de elementos modais dentro da harmonia tonal, usado não como mera curiosidade mas integrado a estrutura tonal
- a importância dada aos intervalos de terça (maior e menor), sexta maior e menor) e oitava, tanto na harmonia quanto na melodia. O que siginfica, em termos de execução, que o interpréte tenha habilidade no salto com vara Cool Rolling Eyes
- um gosto pelas modulações súbitas, daquelas de deixar o ouvinte desnorteado e ficar pereguntando "ué, mas como é que ele fez isso?" E as terças e sextas também tem importância aqui.

-um uso muito inteligente da oitava, que é usado tanto para dar firmeza a estrutura, como (através de suas aparições e desaparições e de suas misturas com os outros intervalos) criar um contraste entre o severo e retraído de um lado e o romântico e terno de outro
- a sabedoria no uso das funções sintático-gramáticais dos acordes.

Tinha algumas outras coisas pra falar. Mas com oeu penso que deve ter muitas besteiras escritas nas linhas acima, preferi deixar como está. Até porque eu acabei de encontrar na internet a partitura do Concerto n.2, o que me permiti voltar da minha viagem pelo Reino da Chutocolândia e partir para os dados concretos. Razz

Aliás uma breve olhadinha na partititura me deixou ver outras caracteristicas:
- uso de figuras rítmicas quebra-cabeça, como sextinas e quintinas (ou seria "pentatinas"?) Question
- absoluta crueldade técnica para com os pianistas Twisted Evil Shocked
(berber)
MensagemEnviada: Qui Fev 08, 2007 9:18 pm    Assunto:

Robert, isso acontece. Escreva de novo!
Robert
MensagemEnviada: Seg Fev 05, 2007 9:44 pm    Assunto:

Escrevi uma mensagem quilométrica e por algum motivo se perdeu. Legal Sad
Robert
MensagemEnviada: Seg Fev 05, 2007 9:28 pm    Assunto:

(...)
Bosco
MensagemEnviada: Seg Fev 05, 2007 1:13 pm    Assunto:

Hahaha...é verdade, seja bem vindo a patrulha.
Bruno Gripp
MensagemEnviada: Seg Fev 05, 2007 1:04 pm    Assunto:

Ixi, o que eu fiz de errado? hehe
Na verdade apenas quero mostrar que no caso de Mozart, chamar sua música de basicametne melódica é um erro absurdo, pois em um número muito grande de casos não o é. Não faço parte de nenhuma patrulha.
Bosco
MensagemEnviada: Dom Fev 04, 2007 7:41 pm    Assunto:

Poxa, Bruno, dessa vez tô concordando até com os pontos e as vírgulas. Muito bom.
(berber)
MensagemEnviada: Dom Fev 04, 2007 5:07 pm    Assunto:

Eu acho que um compositor bom pega qualuqer melodia (fertil ou nao) e a desenvolve bem. Nao acho que existam melodias ferteis para desenvolvimento. Acho que existem compositores ferteis (ou nao tanto) para desenvolvimento.

Por exemplo, Scarlatti tem uma sonata que foi completamente desenvolvida a partir de um tema que o seu gato "tocou" no piano.

Acho que a melodia bonita e' pura e simplesmente questao de gosto.
Bruno Gripp
MensagemEnviada: Dom Fev 04, 2007 2:43 pm    Assunto:

E vem a pergunta: Todas as melodias de Mozart são graciosas como da sonata k. 545 (Dó, Mi, Sol, Si, Dó, Ré, Dó, Lá, Sol, Dó, Sol, Fa, Mi, Fa, Mi... hehehe, quem nào tocou isso), ou ele também sabia moldar uma melodia fértil em desenvolvimento? Já respondo, ouçam o quitneto k. 516 ou o concerto k. 491 para ver como a melodia é truncada, quase ausente. Aliás muitas vezes os momentos mais sublimes da música de Mozart são ausentes de qualquer melodia, como no final dos seus desenvolvimentos quando ele adora encadear acordes tendo por base a dominante preparando para a volta da tônica e a resolução do movimento, isso acontece no concerto k. 491, os sopros se encarregam dessas progressòes (no caso em mib maior, a tonalidade relativa) enquanto as cordas toca fragmentos do tema, é maravilhoso e tão típico de Mozart que nem Haydn nem Beethoven têm algo sequer parecido. Acho que a equivalência: Mozart-melodia é um tanto injusta com o grande compositor.
Laura
MensagemEnviada: Dom Fev 04, 2007 1:23 pm    Assunto:

(berber) escreveu:

Em primeiro lugar, acho essa historia de melodia bonita muito relativa. O que e;' uma melodia bonita? Algo que uma pessoa possa cantar? Algo que nao tenha notas repetidas? Ou tenha notas repetidas demais? Estao vendo o absurdo desse argumento?


Berber, não sei se tenho resposta para a sua questão, mas creio que a gente precisa distinguir uma melodia bonita de um tema "fértil" para desenvolvimentos. Talvez, em algumas mensagens, os termos foram vistos como sinônimos (ou como antônimos!) - o que não é necessariamente verdade.

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