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[quote="Ricardovsky"]Cara Laura, Você sabe que não sou nenhum expert (você sim é), mas, com meus critérios para lá de subjetivos, posso lhe afirmar que o homem é demais. Contudo, digamos que em algumas polonaises eu prefira Biret, que também é demais, e em outras Rubinstein. É muito perceptível o estilo de cada um inserido em épocas bem diferentes. Os pianistas do passado parecem interpretar mais, enquanto os do presente se detêm mais na partitura. Os dois estilos proporcionam, em grandes pianistas, resultados maravilhosos. Rubinstein possui aquele toque que faz o piano falar, expressar sentimentos, às vezes, conflitantes. Determinado trecho da música é triste, é alegre? Depende do toque de Rubinstein. Certas vezes parece que ele está fazendo uma pergunta com o piano, outras vezes parece estar dando uma bronca em alguém, parece estar com pressa, namorando... em suma, o pianista tem a sua disposição um verdadeiro leque de recursos. Fica a seu critério tocar uma polonaise mais rápida, outra mais lenta. O momento em que se encontra vai lhe dizer como interpretar. Isso mesmo, talvez seja aí que eu queira chegar: para Rubinstein, a interpretação está além da técnica, mesmo que essa última também seja, para ele, importante. Ele quer mostrar sobretudo que se trata de um grande virtuose e faz isso maravilhosamente bem. Já Biret tem uma interpretação lógica: do jeito que ela interpreta uma polonaise, também interpreta outra. Talvez isso seja uma tendência dos pianistas modernos, que querem construir uma maneira de tocar, uma maneira de interpretar, e, para isso, é muito importante que ele possua uma técnica acentuada, que não lhe irá permitir deslizes exóticos. Aqui, a técnica estaria, então, acima da interpretação. Alguns pianistas são mais tímidos, outros mais vigorosos, outros mais líricos e por aí vai, mas assim será em toda obra que interpreta, pois constroi uma técnica que vai determinar que sempre faça assim. Gosto exatamente do toque vigoroso de Biret, que cai como uma luva nas polonaises de Chopin e de sua capacidade de marcar perfeitamente as notas. Com Biret, a gente consegue ouvir todas as notas, o que é diferente do "rio sonoro" criado por Rubinstein (e isso não é problema da gravação da década de 30). Não estou falando mal de ninguém, pelo contrário, elogio os dois pianistas. Bem, por fim, só para citar algumas obras, digo que, aos meus ouvidos, Biret é, até agora, insuperável na polonaise op. 40 nº 1 (e na nº 2 também). Agora, Rubinstein me balançou muito na sua interpretação da polonaise op. 53, pelo seu caráter gestual extremamente imprevisível (Chopin, hipoteticamente, poderia dizer: "Nunca pensei que essa obra pudesse ser tocada assim"). Rubinstein me fez também ouvir coisas no "Andante Spianato et Grande Polonaise Brillante" que me deixou surpreso, de modo que passei a gostar mais de tal obra. É isso, Laura, espero não ter viajado muito e falado muita besteira.[/quote]
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Laura
Enviada: Dom Jan 06, 2008 9:06 am
Assunto:
Ouço agora o CD 17, dos concertos para piano com Kissin e a Orquestra de Moscou.
Kissin era um "bebê" de 13 anos e a gravação se deu ao vivo. Mesmo assim, ele é quase perfeito, um assombro de técnica. Ele, claro, pois a orquestra não importa quase nada nessas obras, né?
Sei lá, às vezes gosto mais dele nessa época. Imaturo, mas com mais personalidade que hoje em dia.
Sarastro
Enviada: Qui Dez 20, 2007 10:51 am
Assunto:
Eu acabei de escutar o CD abaixo (da Integral do Chopin):
CD 26
Pianistes de l’Âge d’Or
RAOUL PUGNO
VLADIMIR DE PACHMANN
IGNAZ FRIEDMAN
O tal do Friedman... gostei dele. Em alguns momentos ele é meio exagerado, contudo prefiro isso a um intérprete glacial. O bom de escutar esses intérpretes
de l’Âge d’Or
é a possibilidade de comparação com o pessoal de hoje.
Guiomar
Enviada: Seg Dez 17, 2007 8:22 am
Assunto:
Brigada, Milena!!!
Königin der Nacht
Enviada: Seg Dez 17, 2007 7:04 am
Assunto:
Guiomar escreveu:
Alguém sabe se ele se apresenta no Brasil esse ano?
Denise, nos dias 05 e 06 de maio, ele se apresenta no Teatro Cultura Artística:
http://www.culturaartistica.com.br/concertoti01.asp
Abraços
Milena
Laura
Enviada: Dom Dez 16, 2007 4:20 pm
Assunto:
Perguntei se dá pra dançar Chopin por conta dos rubatos e por isto, ó:
Laura escreveu:
Ricardovsky escreveu:
As valsas com Kocsis também são excelentes. Eu nunca pensei que fosse possível tocar as valsas daquele jeito. Das duas uma: ou o sujeito faz devagar e bem detalhado ou faz rápido se importando mais com o ritmo do que com os detalhes.
Kocsis consegue fazer rápido (nunca ouvi as valsas tocadas com tamanha rapidez) e ao mesmo tempo detalhado (parece que nenhuma nota se perde, tudo bem marcado). Estupendo!!!
Ricardovsky, eu toco uma valsa, a op.69/2 (número 10), em si menor. E andei comparando andamentos, após baixar um monte de versões. Taí o resultado:
- Arrau: semínima a 116/minuto
- Cziffra: semínina a + ou - 152/min. (ele faz tantos rubatos que é difícil fixar o tempo)
- Lipatti: semínima a 160/minuto
- Kocsis: não medi, mas certamente mais que Lipatti. Chuto uns 176/min.
- eu: uns 96/min, quando estou de bem com Chopin.
E dia desses escutei a dita-cuja com Rubinstein, que "come" muitas notas, principalmente naquele trecho central em tom maior. Tem lá uma hora em que a melodia é em terças e ele, na maior cara de pau, manda ver sem as terças, só com a linha melódica...
[Mário]
Enviada: Sex Dez 14, 2007 12:51 pm
Assunto:
Königin der Nacht escreveu:
Claro que dá pra dançar ao som de Chopin!!! É complicadinho, mas é perfeitamente possível...
como se dança a "valsa do Pernalonga?
Königin der Nacht
Enviada: Sex Dez 14, 2007 8:11 am
Assunto:
Claro que dá pra dançar ao som de Chopin!!! É complicadinho, mas é perfeitamente possível...
Laura
Enviada: Sex Dez 14, 2007 8:07 am
Assunto:
Voltando a Chopin e ao caminhão.
É possível dançar Chopin? Alguém já foi pé de valsa ao som dele?
Königin der Nacht
Enviada: Sex Dez 14, 2007 6:59 am
Assunto:
ZpinoZ escreveu:
Königin der Nacht escreveu:
Erico Sarastrov, você me trouxe de volta lembranças de quando eu tinha nada mais, nada menos que... 11 anos de idade!!!
Exatamente em que mês do ano passado Rainha?
Z
Tá, eu sei que esqueci de crescer, que só tenho tamanho, que cultivo carinhosamente minha criança interior (aliás, ela ocupa muito espaço...!), mas daí a dizer que o evento em questão foi no ano passado, ZpinoZ, essa me levou às gargalhadas!!!
Mas, enfim, eu tenho um tiquinho a mais que 12 aninhos, ZpinoZ... sei que meu antepassado, Juan Ponce de León, deixou o mapa para eu encontrar a fonte da juventude, mas eu não pareço tão adolescente assim! hahahahahahaha
Abraços
Milena
Guiomar
Enviada: Sex Dez 14, 2007 6:57 am
Assunto:
Nossa, Apolonésia e Duas Pontas foram de matar, rsrsrsrs.
Pessoal, falando em Chopin, lembrei-me das boas interpretações de Nelson Freire... Alguém sabe se ele se apresenta no Brasil esse ano? Ano passado ele esteve em Brasília e consegui cometer a proeza de faltar...
[Mário]
Enviada: Qui Dez 13, 2007 9:12 pm
Assunto:
Sarastro escreveu:
Hehehe... da série "coisas que achei na Internet":
A peças do Gnatalli se chama "Duas Contas". Já a de Chopin... bem, melhor deixar que vocês leiam.
"Com a sala de espetáculo repleta, o pianista Arthur Moreira Lima abriu a noite executando o Hino Nacional. Em seguida, o músico deu início a um recital com a sonata Ao Luar, executada em três movimentos. Ele ainda tocou
Duas Pontas
e Encontro com a Saudade, do brasileiro Radamés Gnattali, e
Apolonésia Maior
, de Chopin."
Tremenda mancada da Coordenadoria de Comunicação Sovial da Prefeitura de Recife:
http://noticias.recife.pe.gov.br/index.php?GrupoCodigo=15&UltAnt=20463&DatAnt=13/03/2006&GrupoCodigoMateria=15
hahahah, Apolonésia foi demais, é nome da doença? é uma região que fica no Oceano Índico?
ZpinoZ
Enviada: Qui Dez 13, 2007 7:06 pm
Assunto:
Königin der Nacht escreveu:
Sarastro escreveu:
Gottschalk: Fantasia sobre o Hino Nacional Brasileiro.
Eu lembro disso!!! Ele sempre toca essa peça!
Erico Sarastrov, você me trouxe de volta lembranças de quando eu tinha nada mais, nada menos que... 11 anos de idade!!!
Comecei a sessão nostalgia...
Exatamente em que mês do ano passado Rainha?
Z
Laura
Enviada: Qui Dez 13, 2007 4:12 pm
Assunto:
Sarastro escreveu:
...
Outro ponto que eu creio ser indispensável: a integridade musical.
Nos dois exemplos acima, as peças são executadas como o compositor as escreveu. Assim, quando a BP executa o Boléro de Ravel, não apresenta uma versão adaptada para durar 5 minutos; Moreira Lima executou a Sonata ao Luar de Beethoven na íntegra, tomando o cuidado de não fazer pausas entre os movimentos para evitar qualquer enxurrada de desconcentrantes aplausos.
...
Como vocês podem ver, pode não ser o repertório mais "erudito" do mundo. Mas de forma alguma tratava-se de música mutilada ou vulgar.
Vc tem toda a razão! Não pode sair mutilando, tem que respeitar a integridade musical.
Engraçado que "eles" têm o maior respeito com as letras da MPB, já reparou? Até fazem arranjos (variações com swing, com batidão, com sei lá mais o quê), mas na letra não mexem. Por que será?
Königin der Nacht
Enviada: Qui Dez 13, 2007 3:53 pm
Assunto:
Sarastro escreveu:
Gottschalk: Fantasia sobre o Hino Nacional Brasileiro.
Eu lembro disso!!! Ele sempre toca essa peça!
Erico Sarastrov, você me trouxe de volta lembranças de quando eu tinha nada mais, nada menos que... 11 anos de idade!!!
Comecei a sessão nostalgia...
Laura
Enviada: Qui Dez 13, 2007 3:45 pm
Assunto:
Ricardovsky escreveu:
As valsas com Kocsis também são excelentes. Eu nunca pensei que fosse possível tocar as valsas daquele jeito. Das duas uma: ou o sujeito faz devagar e bem detalhado ou faz rápido se importando mais com o ritmo do que com os detalhes.
Kocsis consegue fazer rápido (nunca ouvi as valsas tocadas com tamanha rapidez) e ao mesmo tempo detalhado (parece que nenhuma nota se perde, tudo bem marcado). Estupendo!!!
Ricardovsky, eu toco uma valsa, a op.69/2 (número 10), em si menor. E andei comparando andamentos, após baixar um monte de versões. Taí o resultado:
- Arrau: semínima a 116/minuto
- Cziffra: semínina a + ou - 152/min. (ele faz tantos rubatos que é difícil fixar o tempo)
- Lipatti: semínima a 160/minuto
- Kocsis: não medi, mas certamente mais que Lipatti. Chuto uns 176/min.
- eu: uns 96/min, quando estou de bem com Chopin.
E dia desses escutei a dita-cuja com Rubinstein, que "come" muitas notas, principalmente naquele trecho central em tom maior. Tem lá uma hora em que a melodia é em terças e ele, na maior cara de pau, manda ver sem as terças, só com a linha melódica...
Conclusões?
Primeira: uma das coisas mais bonitas das composições de Chopin é esse caráter de camaleão, que se adapta a qualquer ambiente e a qualquer intérprete, ressaltando-lhes as características.
Segunda: seu ouvido, mano Ricky, é privilegiado! Não deixe de aproveitar essa dádiva!
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