Important Notice:
We regret to inform you that our free phpBB forum hosting service will be discontinued by the end of June 30, 2024. If you wish to migrate to our paid hosting service, please contact
billing@hostonnet.com
.
Presto - Índice do Fórum
->
Fórum Geral
Responder
Utilizador
Assunto
Corpo da messagem
Emoticons
Ver mais emoticons
Cor do texto:
Padrão
Vermelho Escuro
Vermelho
Laranja
Castanho
Amarelo
Verde
Azeitona
Ciano
Azul
Azul Escuro
Indigo
Violeta
Branco
Preto
Tamanho Fonte:
Mínima
Pequena
Normal
Grande
Enorme
Fechar Tags
[quote="Doctor Marianus"]Alguns aqui se comportam como aqueles três macaquinhos: um tapando o olho, o outro a boca e o terceiro o ouvido! Não vi, não ouvi e não gostei! O mundo das artes não se resume a somente música! Como o filme não vai estrear a nível nacional, poucos privilegiados poderão assistí-lo nesse primeiro momento. O filme é europeu. Agnieska Holland é polonesa. [b]Cinema Genial como sempre, mas mais humano[/b] Ed Harris decifra um enigma que parecia impossível: o do íntimo de Beethoven Isabela Boscov Um dos mistérios mais estupendos da história da música é que o alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827) tenha composto a Nona Sinfonia, de força e complexidade indescritíveis, quando já estava surdo como uma porta. Como ele nunca foi um grande missivista e a essa altura vivia também como um recluso, sem um círculo de confidentes, faltam aos pesquisadores subsídios para entender o que se passava no íntimo de Beethoven enquanto ele compunha sua obra monumental, e como se travou sua guerra entre som e silêncio. Em O Segredo de Beethoven (Copying Beethoven, Estados Unidos/Alemanha, 2006), que estréia nesta sexta-feira no país, a diretora polonesa Agnieszka Holland oferece uma versão ficcionalizada dos fatos. Mas é uma versão tão bem arranjada, e tão atenta para com aquilo que efetivamente se sabe sobre a busca artística do compositor – por exemplo, sua crença de que o sagrado e o profano eram esferas antagônicas, mas não opostas, do espírito humano –, que, se non è vera, è ben trovata. Em outras palavras, não foi isso que aconteceu, mas bem que poderia ter sido. Para que a platéia ganhe ingresso à intimidade do compositor, Agnieszka e os roteiristas Stephen J. Rivele e Christopher Wilkinson criaram a figura de Anna Holtz, uma jovem estudante de composição contratada como copista do mestre, para passar a limpo suas partituras. Interpretada de forma correta e discreta pela alemã Diane Kruger (antes vista como a inexpressiva Helena de Tróia), a pupila toma um tombo ao constatar quanto o gênio tem de humano. O temperamento de Beethoven é medonho, seus aposentos são imundos e seu amor opressivo reduziu seu sobrinho, Karl, a uma figura patética. Mas essa medalha tem um reverso, e Anna se fascina mais ainda do que julgava possível com quanto de genialidade e inspiração esse homem grosseiro é capaz de conter. Felizmente, o filme se esquiva de caracterizar essa atração e repulsa de forma carnal. O erotismo que corre entre Anna e Beethoven se dá num plano mais complicado, mas nem um pouco menos intenso – e é de imaginar quanto de virgindade tenha restado na moça depois de ela passar duas horas com os olhos nos olhos do mestre, durante a estréia da Nona em Viena, marcando tempo para que ele pudesse reger a orquestra sem ouvi-la (na verdade, a tarefa teria sido executada por um amigo do compositor). Na categoria das transas metafóricas, essa fica entre as mais criativas e eficazes. Mas de nada adiantaria fazer um filme tão engenhoso sobre Beethoven se seu protagonista não fosse crível. É aí que falham as cinebiografias do compositor, como Minha Amada Imortal, com Gary Oldman. E é precisamente aí que Agnieszka acerta em cheio. Em seu filme, o americano Ed Harris faz por Beethoven aquilo que, dois anos atrás, o suíço Bruno Ganz fez por Adolf Hitler em A Queda – de alguma forma, ele compreende o que está no âmago de seu personagem e o ilumina por dentro. Acredita-se que Beethoven não tenha sido sempre irascível como o foi em seus últimos anos, quando enfrentou a tortura da surdez e as exigências sobre-humanas que impôs a si mesmo e a sua obra. Consta que, na juventude, foi expansivo e generoso para com músicos e amigos. Harris, um ator que costuma se preparar de forma obsessiva, faz de seu velho Beethoven uma soma de tudo o que ele possa ter sido no decorrer da vida – um homem temperamental, rude e egoísta, mas também sensual, vulnerável e até divertido. Acima de tudo, ele localiza nessa bagunça espiritual a origem da contribuição indestrutível de Beethoven: a convicção de que a beleza passa longe do bonito, do organizado e do agradável, como se postulava então. A beleza está no tumulto, na mistura do vulgar e do sublime de que os homens são feitos. Ao suceder em dar forma a essa convicção, Beethoven quebrou as amarras do classicismo e libertou a arte. Faltava, até hoje, alguém capaz de dar forma ao homem que pensou essa idéia. Não falta mais.[/quote]
Opções
HTML está
Inactivo
BBCode
está
Activo
Smileys estão
Activos
Desactivar BBCode nesta mensagem
Desactivar Smileys nesta mensagem
O fuso horário em uso é GMT - 3 Horas
Aceder a:
Seleccione um Fórum
Fóruns do Presto!
----------------
Fórum Geral
Rever o tópico
Autor
Mensagem
Pádua Fernandes
Enviada: Ter Fev 13, 2007 10:55 pm
Assunto:
Ricardovsky escreveu:
Laura,
Sem querer contar o filme, mas dizendo uma coisinha: a cena em que Cosima é acordada, em seu aniversário, por uma pequena orquestra regida por Wagner, é de arrepiar. A música, se não me falha a memória, é o Idílio de Siegfried. Momento mágico da história do cinema. Acho que nem o próprio Wagner conseguiria ser tão Wagner.
Isso mesmo. O
Idílio de Siegfried
(minha obra preferida de Wagner) foi um presente para Cosima.
Ricardovsky
Enviada: Ter Fev 13, 2007 3:09 pm
Assunto:
Laura,
Sem querer contar o filme, mas dizendo uma coisinha: a cena em que Cosima é acordada, em seu aniversário, por uma pequena orquestra regida por Wagner, é de arrepiar. A música, se não me falha a memória, é o Idílio de Siegfried. Momento mágico da história do cinema. Acho que nem o próprio Wagner conseguiria ser tão Wagner.
ZpinoZ
Enviada: Seg Fev 12, 2007 1:51 pm
Assunto:
Puxa,
Estou aprensivo com tanta responsabilidade.
Espero muito que goste o tanto que eu gostei.
E, depois, fale-nos sobre a música.
Z
Laura
Enviada: Dom Fev 11, 2007 2:55 pm
Assunto:
ZpinoZ escreveu:
Laura,
Um melhor título, com base na extensão do filme, poderia ser:
“Tudo Que Eu, Luchino Visconti –
Il Conte Rosso
, Tenho Para Dizer Sobre Ludwig II -
Re di Baviera
”.
No entretanto, quando quem tem algo a dizer é
Il Conte Rosso
, vale a pena se deleitar com o discurso traduzido em imagens. Muitos poucos diretores têm a autoridade e competência de Visconti para recomposição de época. O conhecimento e a sensibilidade dele são tão certeiros e precisos que mesmo a dinâmica da narrativa é transformada e adaptada às limitações do que foi possível reconstituir. Mais ainda, ele transcende estas restrições e usa dessa manobra para injetar nas seqüências um certo distanciamento, respeitoso e elegante, que o olhar outrora já teve.
Se pensarmos na cena da destituição de Ludwig. Os homens severamente vestidos de preto com os alados guardas-chuva negros, esperando obstinadamente sob a chuva renitente. O ritmo moroso e resignado, o enquadramento distanciado e reflexivo (e convenientemente embaralhado para facilitar a reconstituição). Tudo isso pouco a pouco vai umedecendo nossa sensibilidade e sedimentando a verossimilhança.
Similar, porém com outro objetivo e muito mais perfeccionista, só Kubrick, em
Barry Lyndon
, que se persignou em reproduzir e capturar até a iluminação artificial usada no tempo do romance. Sem contar os enquadramentos baseados no retângulo áureo, fotografados com as cores de Corot.
Também, a leitura que Luchino faz da vida de Ludwig é intrigante, remete ao Calígula de Camus. Ou seja, a discussão do poder absoluto como o mais eficaz dos alucinógenos. Curioso é que todos aqueles adictos do pleno poder elegem alguém como referencia, como baliza, como interlocutor e árbitro de seus atos perante a História. Nero escolheu Petrônio (por isso Arbiter); Nicolau II, Rasputin; Ludwig, para sorte de nós que gostamos de música, Wagner.
Ricardovsky já disse:
“Esse Wagner, na minha opinião, é a melhor interpretação que já vi de um compositor.”
Eu complemento: que dupla! Wagner (Trevor Howard) e Cosima (Silvana Mangano) mais von Bulow para atrapalhar! Visconti tece tão bem as inter-relações entre o trio que a gente acaba convencido de que os sentimentos e emoções que perpassavam o triângulo só poderiam ser exatamente aqueles mostrados na tela.
Relembro, apesar de terem demasiadas coisas em comum, era somente a visão de Visconti sobre Ludwig. Na Alemanha, sobretudo os bávaros, me diziam: se você quer conhecer Ludwig, leia a Historia, não acredite no filme.
Sobre as músicas, você entende mais que eu.
Z
Pois essa msg me inspirou e comprei o DVD. Será o programa de hoje à noite.
Sarastro
Enviada: Dom Fev 11, 2007 9:41 am
Assunto:
Pádua Fernandes escreveu:
Além disso, cabe destacar o uso da música do segundo ato de Otello (do verdi, claro, que é mais dramático) na cena do assassinato.
Editando: agora é que vi que Sarastro, depois, falou do uso de "certa ópera de Verdi"... Mas acho que não deu para revelar o que acontece somente mencionando o nome da ópera...
Bem, agora já foi divulgado: há um assassinato. Darei outra pista para quem não viu o filme: prestem atenção no leiteiro, ele é uma das chaves para desvendar o mistério.
Pádua Fernandes
Enviada: Sex Fev 09, 2007 7:36 pm
Assunto:
Sarastro escreveu:
Não vi necessidade de criar outro tópico somente para fazer um comentário... então, vamos lá:
Assisti ao filme "Match Point", com a destruídora de lares Scarlett Johansson (vide capa, logo a seguir), e constatei que entre as várias árias operísticas presentes na trilha sonora estava nada mais, nada menos que a simpática canzonetta "Mia piccirella" de "Salvator Rosa", ópera de Antônio Carlos Gomes (na clássica gravação de Enrico Caruso, muito embora no original o papel de Genariello seja cantado por um soprano).
Recomendo o filme, não só pela presença da srta. Johansson...
Além disso, cabe destacar o uso da música do segundo ato de Otello (do verdi, claro, que é mais dramático) na cena do assassinato.
Editando: agora é que vi que Sarastro, depois, falou do uso de "certa ópera de Verdi"... Mas acho que não deu para revelar o que acontece somente mencionando o nome da ópera...
Robert
Enviada: Sex Fev 09, 2007 3:24 am
Assunto:
Bruno,
Mas, pela trrilha sonora, não dá pra relevar um pouco?
Se bem que as sequências são mal feitas, os cortes são mal realizados,o trecho da Nona ficou sem sentido...
Robert
Enviada: Qui Fev 08, 2007 11:56 pm
Assunto:
"Mas, que fazer, é difícil contentar gregos e baianos."
Sarastro
Enviada: Qui Fev 08, 2007 10:13 pm
Assunto:
Carlos Pianovski escreveu:
Match Point é um dos raros acertos de Allen no último 25 anos (o último filme, Scoop, apesar de algumas tiradas divertidas, chega a ser constrangedor, apesar da gost... digo, talentosíssima Scarlet Johansson).
Em Match Point, as árias realmente colaboram para as cenas do filme (o uso que Allen faz do Dalla Paterna mano em certo ponto do filme é muito bem sacado). Mia picirella é empregada quando se trata da relação naive e sem sal do protagonista com sua noiva/esposa.
Saudações gomesianas
Pianovski
Sim, isso também ocorre quando se escuta alguns trechos de uma certa ópera de Verdi, lá pelo finalzinho do filme... (não darei muitos detalhes porque algum prestonauta pode querer alugar o filme neste fim-de-semana). Há algumas relações trilha sonora x cena que são bem perceptíveis aos melômanos.
Assistirei "Scoop" apenas para prestigiar a jovem atriz. Ô coisa perturbadora...
ZpinoZ
Enviada: Qui Fev 08, 2007 9:41 pm
Assunto:
Gostei de Match Point.
Poucos diretores tem o "timing" narrativo de Woody Allen. O tempo exato dos detalhes. O ritmo, cada vez mais, é o do cinema clássico inglês. Nada a ver com Hollywood e seus roteiros descafeinados.
Mas, que fazer, é difícil contentar gregos e baianos.
Z
Robert
Enviada: Qui Fev 08, 2007 8:31 pm
Assunto:
Mas a trilha sonora até é que é boa...Não acham
?...
Leonardo T. de Oliveira
Enviada: Qui Fev 08, 2007 5:43 pm
Assunto:
Não tem nada a ver com confundir cinema com biografia, simplesmente não se pode perder o critério pro banal diante das "licenças poéticas" que um filme argumenta, como se elas justificassem tudo. É meio irritante quem não aceita que se critique uma proposta vulgar por ter se apaixonado por ela.
Bruno Gripp
Enviada: Qui Fev 08, 2007 5:10 pm
Assunto:
O filme de Beethoven é uma porcaria. Cheio de chavões do início ao fim.
Boring é quem acha aquela coisa boa.
Boring é o mau gosto.
Carlos Pianovski
Enviada: Qui Fev 08, 2007 5:05 pm
Assunto:
Match Point é um dos raros acertos de Allen no último 25 anos (o último filme, Scoop, apesar de algumas tiradas divertidas, chega a ser constrangedor, apesar da gost... digo, talentosíssima Scarlet Johansson).
Em Match Point, as árias realmente colaboram para as cenas do filme (o uso que Allen faz do Dalla Paterna mano em certo ponto do filme é muito bem sacado). Mia picirella é empregada quando se trata da relação naive e sem sal do protagonista com sua noiva/esposa.
Saudações gomesianas
Pianovski
EduardoMelo
Enviada: Qui Fev 08, 2007 4:54 pm
Assunto:
O filme é bom, boa fotografia, boas atuações. as liberdades históricas, bem... são liberdades históricas.
tem um povo aqui que não quer filme, quer documentário.
boring, boring.
Powered by
phpBB
© 2001, 2002 phpBB Group
Theme created by
Vjacheslav Trushkin
Web Hosting Directory