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[quote="Ricardovsky"]São nada mais nada menos do que 550 sonatas, ao que parece, todas maravilhosas. Pesquisei na internet e descobri que existe uma integral com 34 cds do selo Erato, que é caríssima. Conhecia apenas três, tocadas ao piano por Michelangeli (Série Great Pianists da Philips), mas comprei agora um cd estupendo da Paulus em que Roberto de Regina interpreta várias sonatas ao cravo. Não fazia muita fé naquele sujeito meio amalucado, mas sua interpretação extremamente "quente" das sonatas me surpreendeu. Aliás, as sonatas que me surpreenderam. No encarte do cd, há um texto do próprio Roberto de Regina que é até engraçado. Já havia reparado que, pela dinâmica das sonatas, elas parecem retratar verdadeiras imagens do cotidiano, e, no texto, Regina fala exatamente disso, dizendo até ser uma injustiça do acaso o compositor ter chamado suas sonatas apenas de "exercícios". O que há de engraçado são as descrições do que Madame Landowska e do que o prôprio Regina vêem em determinadas sonatas, e que passo agora a transcrever. Diz Roberto de Regina (e Landowska citada por ele): "Eis como Wanda Landowska descreveu a sonata L 257 ou K 296: 'À primeira vista, ela parece heterogênea porque Scarlatti introduz um tema de amor interrompido abruptamente por um tema que sugere uma decisão enérgica. Mas essas interrupções mistificadoras e a oposição dos dois temas são explicadas pela sua alternação. Eles enfatizam os acentos do drama que está para se revelar. De fato, estamos presenciando uma pequena ópera. Os primeiros compassos criam a atmosfera da peça; no silêncio uma voz de mulher se ouve sustentada pelos harpejos de uma guitarra. Mal ouvimos esse terno canto e ele some. Um tema decidido entra como os passos de um homem ressoando no chão. Esse tema, por sua vez, é interrompido. Um silêncio... Então mais uma vez a voz da mulher se levanta mais implorativa, mais voluptuosa! O tema da decisão se mistura com os acentos mais e mais apaixonados da mulher! Seu diálogo se torna uma luta em que o tema da decisão triunfa. O destino ordena que o homem deve partir! Mais uma vez, os passos são ouvidos , primeiro bem perto, depois sumindo na distância... A mulher fica só. Nos últimos compassos, um sumário da tragédia e expresso no pungente adeus da mulher abandonada.' Seria isto um exagero visionário de madame Landowska? Que pensar? Para ajudar nesse impasse, passo a descrever o que eu vi na sonata L 286 ou K 427 em sol maior, a segunda faixa desse cd. Num apartamento, de madrugada, amigos se reunem numa quentíssima roda de samba. No apartamento contíguo, um casal quer dormir e não consegue. O home se enfurece e bate com os punhos na parede. O samba continua quente. Ele bate novamente - nada acontece. A mulher intervém, dizendo que a violência não resolve o impasse. Ela usa a diplomacia e bate muito delicadamente na parede. Os sambistas nem ouvem. Então, o homem tomado de fúria quase derruba a parede com murros violentos. O samba não pára definitivamente. Já que não conseguem dormir, a solução é uma só: sambar juntos, eles também! Os técnicos acadêmicos e puristas questionarão: 'Quem é mais louco - Madame Landowska ou Roberto de Regina?" Resposta: nenhum dos dois. Apenas se deixam levar na torrente de imaginativa fantasia que o incrível Scarlatti desperta na nossa sensibilidade." Infelizmente, a sonata a que Landowska se refere não está no cd (fiquei um bocado curioso para ouví-la), mas há várias outras sonatas que realmente, com suas bruscas mudanças de temas, com seus contrastes (e repletas de criatividade), dão "asas à imaginação". De fato, muitas obras de grandes compositores ganham posteriormente nomes por causa daquilo que elas parecem sugerir ao ouvinte, o que não era necessariamente a intenção do compositor. Para quem não sabe, Roberto de Regina é aquele senhor que, num outro cd muito bom em que toca a obra completa para cravo de Rameau, aparece na capa vestido com roupas de época (como também no cd de Scarlatti) e apontando para um galo, que está no seu colo, como se estivesse discutindo com ele. O sujeito não tem nada de louco. :wink:[/quote]
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Bruno Gripp
Enviada: Sáb Fev 16, 2008 11:53 am
Assunto:
Em alguns poucos casos é possível precisar uma sonata de Scarlatti, a sonata 149, por exemplo, parece exigir um instrumento de dois teclados, ou um cravo de duplo manual ou um órgão. Mas normalmente as peças são facilmente executáveis em qualquer dos instrumentos. Em alguns casos em que a música exige uma nota sustentada por muito tempo, imagina-se que a música exigia um órgão, em outros -bem pouco0 está escrito no manuscrito, "clave" ou "organo".
Quais estavam mais disponíveis a ele, sabemos pela coleção de instrumentos da princesa maria Barbara, de quem Scarlatti era o tutor. E são eles: trÊs pianofortes florentinos de quatro oitavas e meia, muito provavelmente construídos por Bartolomeu Critofori, nove cravos (sendo dois que foram feitos como pianofortes mais convertidos a cravo), variando de um instrumento de 5 (!) manuais e quatro jogos de cordas, até cravos mais comuns de fabricação flamenga (com perdão da palavra) e um órgão. As duas gravações completas das suas sonatas usam instrumentos desse estilo.
Eu toco três sonatas de Scarlatti, a 149, a 380 (famosa com o Horowitz) e uma sem número Kirkpatrick porque foi descoberta recentemente, está na coleção da Henle e é em sol menor.Scarlatti é um dos compositores mais vivos e de maior inventividade que conheço, suas modulações abruptas e riqueza ritmica de suas obras dão um charme todo especial a sua obra.
Ricardovsky
Enviada: Qui Fev 07, 2008 10:47 pm
Assunto:
Qual será a razão para Bielder usar orgão e pianoforte em algumas sonatas? Não deve ter sido uma escolha arbitrária. Será por causa da sonoridade de algumas sonatas? O pianoforte seria utilizado em sonatas mais tardias? Não sei ao certo quando surgiu o pianoforte, mas creio que não deixa de ser um anacronismo utilizá-lo em Bach, Handel e Domenico Scarlatti (os três nasceram em 1685 - Ô ano bom!!!).
Ricardovsky
Enviada: Qui Fev 07, 2008 9:20 am
Assunto:
Ai, caramba!! Que notícia boa!! Mais uma caixa espetacular da Brilliant Classics. Como eu quero essa integral das sonatas de Scarlatti.
Será que "eles" * ainda estão me procurando? Será que "eles" vão me encontrar? Será que "eles" vão deixar eu comprar? Glup...
Ass. O Paranóico Aterrorizado!!
* Receita Federal
Amancio
Enviada: Qua Fev 06, 2008 8:07 am
Assunto:
Sarastro escreveu:
Já era, que nada !!!
http://www.amazon.fr/gp/product/B000V7UN68
Obrigado Sarastro! A foto que achei ontem era com a caixa de lado:
http://www.amazon.fr/Collection-Complete-Piano-Music-Box/dp/B0011367KM/ref=sr_1_15?ie=UTF8&s=gateway&qid=1202295479&sr=8-15
E, curiosamente, hoje há uma caixa disponível nos revendedores associados. Não havia antes.
Pádua Fernandes escreveu:
E não houve milagre na Sony, que continua super-argentária. Essa caixa de Glenn Gould custa nada menos do que 249,03 euros!!
Pádua, na Amazon americana sai por uns 220 dólares. Eles devem fabricar no Canadá, sei lá.
Pádua Fernandes
Enviada: Qua Fev 06, 2008 2:52 am
Assunto:
Amancio escreveu:
Mas.... descobri que Deus existe e que ele operou milagres na Sony:
80 CDs, todas as gravações do Glenn com as capas originais do vinil, e um CD com cara de vinil dentro.
Laura está certa, o Scarlatti está lá.
E não houve milagre na Sony, que continua super-argentária. Essa caixa de Glenn Gould custa nada menos do que 249,03 euros!!
Sarastro
Enviada: Ter Fev 05, 2008 10:29 pm
Assunto:
Amancio escreveu:
Desculpe por não achar um tópico apropriado, mas...
Fui procurar a caixa do Scarlatti e, na Amazon francesa, já era! Só na americana, por US$ 99. Mas.... descobri que Deus existe e que ele operou milagres na Sony:
80 CDs, todas as gravações do Glenn com as capas originais do vinil, e um CD com cara de vinil dentro.
Já era, que nada !!!
http://www.amazon.fr/gp/product/B000V7UN68
E, por 55 Euro, está mais barato que nos EUA (cerca de 80 doletas na Amazon francesa). Claro, há que se calcular os fretes, e aí vai depender de outras questões (tipo de postagem, se virão mais itens, etc.)
Amancio
Enviada: Ter Fev 05, 2008 9:08 am
Assunto:
Desculpe por não achar um tópico apropriado, mas...
Fui procurar a caixa do Scarlatti e, na Amazon francesa, já era! Só na americana, por US$ 99. Mas.... descobri que Deus existe e que ele operou milagres na Sony:
80 CDs, todas as gravações do Glenn com as capas originais do vinil, e um CD com cara de vinil dentro.
Amancio
Enviada: Ter Fev 05, 2008 8:45 am
Assunto:
Sarastro escreveu:
Já está nas lojas a Integral Brilliant das Sonatas de Scarlatti (só das sonatas; o italiano compôs outras obras, que não são consideradas tão interessantes), com o glorioso regente/flautista/cravista Pieter-Jan Belder:
HUMMMMM!!!! (com água na boca)
Pádua Fernandes
Enviada: Seg Fev 04, 2008 8:36 pm
Assunto:
(berber) escreveu:
Scarlatti nao compos uma sonata baseada num "tema" que o seu gato "tocou" as passar pelo teclado do cravo?
Acho que a historia vai assim: Scarlatti estava em casa, sentado no sofa' com os pes pra cima, relaxando tomando uma caipirinha e vendo um jogo do Cruzeiro na televisao, quando o seu gato pulou no cravo e comecou a passear pelo teclado. Assim que ouviu o gato, Scarlati pulou do sofa', pegou a vassoura que dona Scarlattina tinha deixado atras da porta depois de varrer a sala, e enxotou o gato dali.
Assim que o gato desapareceu pela porta da cozinha, Scarlatti voltou a sala e tocou de novo as notas que o gato tinha tocado. Nasceu assim o "tema do Gato" de uma de suas sonatas.
Se nao me falha a memoria...
Scarlatti antecipou em alguns séculos os procedimentos mais radicais da vanguarda musical!!
(berber)
Enviada: Seg Fev 04, 2008 6:47 pm
Assunto:
Scarlatti nao compos uma sonata baseada num "tema" que o seu gato "tocou" as passar pelo teclado do cravo?
Acho que a historia vai assim: Scarlatti estava em casa, sentado no sofa' com os pes pra cima, relaxando tomando uma caipirinha e vendo um jogo do Cruzeiro na televisao, quando o seu gato pulou no cravo e comecou a passear pelo teclado. Assim que ouviu o gato, Scarlati pulou do sofa', pegou a vassoura que dona Scarlattina tinha deixado atras da porta depois de varrer a sala, e enxotou o gato dali.
Assim que o gato desapareceu pela porta da cozinha, Scarlatti voltou a sala e tocou de novo as notas que o gato tinha tocado. Nasceu assim o "tema do Gato" de uma de suas sonatas.
Se nao me falha a memoria...
Sarastro
Enviada: Seg Fev 04, 2008 5:52 pm
Assunto:
(Com agradecimentos à Laura, que localizou o tópico !)
Já está nas lojas a Integral Brilliant das Sonatas de Scarlatti (só das sonatas; o italiano compôs outras obras, que não são consideradas tão interessantes), com o glorioso regente/flautista/cravista Pieter-Jan Belder:
Além de usar diferentes cravos ao longo das gravações, Belder usa em algumas sonatas o fortepiano e o órgão.
Fiz minha encomenda na Amazon.fr, motivado pelo seguinte: para adquirir algumas sonatas de minha preferência, teria que comprar tantos volumes separados que ficou mais barato comprar a Integral (que, além disso, provavelmente deve ocupar menos espaço nas prateleiras daqui de casa).
Laura
Enviada: Seg Fev 04, 2008 3:36 pm
Assunto:
Scarlatti pode ser aqui, Sarastro.
Ricardovsky
Enviada: Ter Dez 19, 2006 12:32 pm
Assunto:
A Laura entrou no espírito das "visões" de Madame Landowska e Roberto de Regina, diante das sonatas de Scarlatti.
Laura
Enviada: Ter Dez 19, 2006 10:11 am
Assunto:
Por coincidência tenho explorado bastante as sonatas de Scarlatti, já que estou estudando uma delas. Portanto agradeço a abertura do tópico.
Ainda não li direito a mensagem do Ricardovsky, mas de bate-pronto a "minha" imagem dessas sonatas foi de simplicidade, minimalismo, fonte de água limpa. Assim:
Mas quando a gente vai adiante, percebe que a nascente de água de transforma, num passe de mágica, em uma cachoeira de notas que ocupa o teclado inteiro:
Água, água, água. Scarlatti, para mim, é água pura.
Amancio
Enviada: Seg Dez 18, 2006 10:25 pm
Assunto:
Roberto de Regina foi o grande maestro da Camerata Antiqua aqui de Curitiba, e montou aqui grandes obras. Tem várias delas gravadas também. O sujeito é bem simpático e de louco não tem nada!
Vale à pena comprar os discos com ele tocando cravo. Se não me engano, é ele mesmo quem constrói (!!) os instrumentos, no Rio de Janeiro.
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