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[quote="IvanRicardo"]A nona sinfonia de Beethoven é uma obra que eu dificilmente escuto. Primeiro porque Beethoven tem obras boas demais, mais do que qualquer outro compositor; e segundo porque eu não suporto ouvir alguém dizer: “a música que mais gosto é o quarto movimento da nona sinfonia de Beethoven”. Digam-me qualquer coisa, me chamem dos piores nomes feios do mundo, atirem pedras no meu telhado, mas não me digam uma coisa dessas. Recentemente chamei um colega para conhecer algumas coisas de Beethoven, a quem ele se dizia admirador. Quando ele me disse que não sabia que a nona sinfonia era cantada quase que eu o jogava pela janela. E eu ainda seria capaz de jogar o CD junto com ele. Estamos numa situação de calamidade pública. Se você pensa que 5% da população mundial conhece música clássica, você tem que levar em consideração que desse número, 8 de cada 10 não conhece cassete nenhum, a não ser um pedaço de música aqui e ali. Mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso é que desde quando enfiei na cabeça a idéia de fazer uma coleção própria, com a melhor interpretação que eu acho de todas as composições de Beethoven, essa sinfonia tem me causado preocupação. É impressionante como uma obra de tamanha beleza e magnitude poderia me causar tanta dor de cabeça. Definitivamente eu nunca vou gostar de gravações como a de Furtwangler, que embora a gente perceba que ele tem o completo domínio da coisa (ele realmente sabe o que está fazendo), mas aquilo lá está fora dos padrões beethovenianos. O espírito não é o da segunda década do século XIX, a forma de execução está muito mais próxima da linguagem romântica do fim daquele século. Não é Beethoven. Toscanini é ótimo, ele realmente entende de Beethoven, mas precisava ele ter nascido numa época de precários recursos fonográficos? Precisava? Erich Leinsdorf e sua Boston Symphony fazem uma gravação que eu admiro bastante, mas a parte vocal me incomoda. Ferenc Fricsay com a Berliner Philharmoniker vem com uma nona impecável nos movimentos pares, uma parte vocal estupenda, talvez a melhor de todas as versões que existem, mas falta-lhe energia no primeiro movimento e uma pitada a mais de “cantabile” no terceiro. Gunter Wand com a NDR seria perfeito se tocasse com a mesma imponência de um Leinsdorf. Charles Munch fez com a Boston uma gravação tão boa, mas tão boa, e com ótima qualidade sonora, que por pouco eu não quebrava todos os meus outros CDs. Seu primeiro movimento, com 14:14 é sem dúvida o mais expressivo que você poderá encontrar, sem contar um digníssimo e também insuperável segundo movimento com 10:30, bem molto vivace. Como se ainda não bastasse, seu adágio cantabile é respeitosíssimo. Entretanto, quando a primeira voz humana ecoou no ar, bem que eu quis arrancar meus cabelos. É deplorável a qualidade do microfone que puseram na boca daquele povo. Parece que disseram assim: entrem nessa caixa de papelão e façam dois furos. Pronto, agora podem cantar. Os cantores são bons, mas o som... aiai... Sempre que me aborreço, volto para a mais vendida gravação da nona de todos os tempos, a versão de 1963 de Karajan, na expectativa de ser ela a interpretação perfeita, mas à medida que as notas soam, eu vou logo desanimando. E nem invento de colocar Bernstein ou Gardiner ou um monte de outros. Mas, como eu nunca perco as esperanças, eu sei que não há problema que não tenha solução, nem mal que sempre dure, então eis que o dia de hoje tinha que vir. Exatamente 08 de setembro de 2009, o dia da alegria. Finalmente, finalmente parece que eu encontrei. Era natural que alguém que tocasse tão bem a Heróica, uma sinfonia que só é superada pela própria nona, pois eu acho que a quinta, a sexta e a sétima no máximo empatam com ela, executasse com extrema autoridade o opus 125. Ohio, abril de 1961. George Szell e a Cleveland Orchestra subiram no palco. Estou abismado, não consigo dizer mais nada, simplesmente ainda não estou acreditando.[/quote]
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Sarastro
Enviada: Ter Set 29, 2009 8:32 pm
Assunto:
Tenho especial afeição por esta Integral:
As de nos. 1, 2 e 5 são regidas por Monica Huggett, as demais por Roy Goodman.
Gravações de época, mas não esquálidas.
IvanRicardo
Enviada: Ter Set 29, 2009 4:38 pm
Assunto:
Ricardovsky escreveu:
Caro Ivan,
Esta Nona do Szell é muito boa mesmo. Tudo que já ouvi com esse regente é espetacular. Não sei o porque dele ser tão pouco falado e conhecido em comparação a Karajan e Bernstein, que são, na minha opinião, inferiores a Szell.
Agora, se você ainda estiver caçando interpretações maravilhosas da Nona, recomendo, enfaticamente, a gravação de Christopher Hogwood com a The Academy of Ancient Music. Poucas vezes ouvi tamanha perfeição.
Szell é um espetáculo! Essa nona acaba com todas as outras. Conheci a versão de Hogwood, mas descartei imediatamente após a tortuosa e longa decisão. Não me recordo muito bem as impressões que tive dela. Como Szell superou tudo, então mandei ela pro espaço. Quanto a caçar outras interpretações dela, por favor me poupe. Estou aqui quase a arrancar os cabelos por ainda não ter decidido a primeira, a singela primeira... Aliás, todas as oito restantes. Mas tenho algumas suspeitas: a 5ª com REINER, a 6ª com BLOMSTEDT (não gosto muito de Bruno Walter), a 8ª com NORRINGTON, a 1ª com SOLTI, a 4ª com HARNOUCOURT e a 3ª com o próprio SZELL. Mas pretendo ainda sofrer um bocado.
Ricardovsky
Enviada: Dom Set 20, 2009 1:49 pm
Assunto:
Caro Ivan,
Esta Nona do Szell é muito boa mesmo. Tudo que já ouvi com esse regente é espetacular. Não sei o porque dele ser tão pouco falado e conhecido em comparação a Karajan e Bernstein, que são, na minha opinião, inferiores a Szell.
Agora, se você ainda estiver caçando interpretações maravilhosas da Nona, recomendo, enfaticamente, a gravação de Christopher Hogwood com a The Academy of Ancient Music. Poucas vezes ouvi tamanha perfeição.
IvanRicardo
Enviada: Ter Set 08, 2009 11:33 pm
Assunto: Nona Sinfonia: finalmente, finalmente encontrei!
A nona sinfonia de Beethoven é uma obra que eu dificilmente escuto. Primeiro porque Beethoven tem obras boas demais, mais do que qualquer outro compositor; e segundo porque eu não suporto ouvir alguém dizer: “a música que mais gosto é o quarto movimento da nona sinfonia de Beethoven”. Digam-me qualquer coisa, me chamem dos piores nomes feios do mundo, atirem pedras no meu telhado, mas não me digam uma coisa dessas. Recentemente chamei um colega para conhecer algumas coisas de Beethoven, a quem ele se dizia admirador. Quando ele me disse que não sabia que a nona sinfonia era cantada quase que eu o jogava pela janela. E eu ainda seria capaz de jogar o CD junto com ele.
Estamos numa situação de calamidade pública. Se você pensa que 5% da população mundial conhece música clássica, você tem que levar em consideração que desse número, 8 de cada 10 não conhece cassete nenhum, a não ser um pedaço de música aqui e ali.
Mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso é que desde quando enfiei na cabeça a idéia de fazer uma coleção própria, com a melhor interpretação que eu acho de todas as composições de Beethoven, essa sinfonia tem me causado preocupação. É impressionante como uma obra de tamanha beleza e magnitude poderia me causar tanta dor de cabeça.
Definitivamente eu nunca vou gostar de gravações como a de Furtwangler, que embora a gente perceba que ele tem o completo domínio da coisa (ele realmente sabe o que está fazendo), mas aquilo lá está fora dos padrões beethovenianos. O espírito não é o da segunda década do século XIX, a forma de execução está muito mais próxima da linguagem romântica do fim daquele século. Não é Beethoven.
Toscanini é ótimo, ele realmente entende de Beethoven, mas precisava ele ter nascido numa época de precários recursos fonográficos? Precisava?
Erich Leinsdorf e sua Boston Symphony fazem uma gravação que eu admiro bastante, mas a parte vocal me incomoda.
Ferenc Fricsay com a Berliner Philharmoniker vem com uma nona impecável nos movimentos pares, uma parte vocal estupenda, talvez a melhor de todas as versões que existem, mas falta-lhe energia no primeiro movimento e uma pitada a mais de “cantabile” no terceiro.
Gunter Wand com a NDR seria perfeito se tocasse com a mesma imponência de um Leinsdorf.
Charles Munch fez com a Boston uma gravação tão boa, mas tão boa, e com ótima qualidade sonora, que por pouco eu não quebrava todos os meus outros CDs. Seu primeiro movimento, com 14:14 é sem dúvida o mais expressivo que você poderá encontrar, sem contar um digníssimo e também insuperável segundo movimento com 10:30, bem molto vivace. Como se ainda não bastasse, seu adágio cantabile é respeitosíssimo. Entretanto, quando a primeira voz humana ecoou no ar, bem que eu quis arrancar meus cabelos. É deplorável a qualidade do microfone que puseram na boca daquele povo. Parece que disseram assim: entrem nessa caixa de papelão e façam dois furos. Pronto, agora podem cantar. Os cantores são bons, mas o som... aiai...
Sempre que me aborreço, volto para a mais vendida gravação da nona de todos os tempos, a versão de 1963 de Karajan, na expectativa de ser ela a interpretação perfeita, mas à medida que as notas soam, eu vou logo desanimando. E nem invento de colocar Bernstein ou Gardiner ou um monte de outros.
Mas, como eu nunca perco as esperanças, eu sei que não há problema que não tenha solução, nem mal que sempre dure, então eis que o dia de hoje tinha que vir. Exatamente 08 de setembro de 2009, o dia da alegria. Finalmente, finalmente parece que eu encontrei.
Era natural que alguém que tocasse tão bem a Heróica, uma sinfonia que só é superada pela própria nona, pois eu acho que a quinta, a sexta e a sétima no máximo empatam com ela, executasse com extrema autoridade o opus 125.
Ohio, abril de 1961. George Szell e a Cleveland Orchestra subiram no palco. Estou abismado, não consigo dizer mais nada, simplesmente ainda não estou acreditando.
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