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[quote="Paulo Egídio"]Pois é, Ivan. A indireta possivelmente foi pra mim, e até te devo desculpas pela brincadeira que pode não ter transparecido assim no meu úlitmo post. Antes de eu tentar opinar, deixa eu te contar umas coisas: 1) Tenho um amigo, professor de violino de uma UF, que estudou fora do país. Quando ele estava terminando o mestrado fez, pra ele, uma gravação em estúdio da sonata 1 de Bach pra violino solo. Fez com todos os recursos da época, ou seja, quase 30 anos atrás e, se você ouve, diz que o cara é um monstro, um violinista de primeira linha, quando ele é um cara comum, que evidentemente toca bem, mas nada que faria você viajar 500 km pra assistir. 2) Tem uma orquestra mequetrefe aqui no sul do Brasil que grava CDs com frequência. A qualidade da orquestra é mediana mas, graças aos recursos de estúdio usados na mixagem, o som dos CDs é lindo. Neste caso fica algo artificial porque precisa de uma pletora de recursos (risos), mas engana muito bem. Ivan, engenharia de som hoje é algo que beira as raias do absurdo. Em música popular - infelizmente, erudita também - é comum corrigir-se desafinação de algum instrumentista ou cantor no estúdio, sem necessidade de regravação. Por vezes isto gera exageros desnecessários, coisas de engenheiros e/ou músicos malucos: Shlomo Mintz é um baita violinista, dos maiores hoje, e não precisava ter gravados os 24 caprichos de Paganini com tantas emendas, em alguns casos quase nota por nota, em nome de uma limpeza de som que ele não tem ao vivo, segundo mais de um amigo que teve a oportunidade de vê-lo me contou. O extinto Quarteto de Cleveland também não precisava de uma sonoridade de estúdio tão artificial, eram todos grandes músicos e usavam 4 stradivaris. Então, acreditar em gravações modernas é, na maioria das vezes, acreditar em fotos de photoshop. Muito lá não é real. Emma Verhey é uma virtuose, estudou com gente graúda, foi finalista do Tchaikovsky, mas a sonoridade das gravações te fazem superestimá-la. Para um viciado em perfeição de estúdio, valorizar a Kreutzer dela em relação à do Szeryng com a Haebler parece natural, mas estes naquela gravação utilizaram - propositalmente - microfones muito distantes, e talvez haja algum demérito na mixagem final das gravações. Quase tudo que Oistrakh gravou foi mal gravado, soa distante, afinal ele vivia no leste europeu comunista. E há tanta gente que não gosta do Kremer quanto que gosta. Já pra quem quer ouvir sonzão na caixa recomendo ouvir a Kreutzer ao vivo do Szeryng com Grafmann, que é a melhor dentre as cerca de 25 gravações que eu tenho. E não porque parece que tem um microfone dentro do violino, mas porque eles tocam muuuuuuuuito rápido e num vigor incrível, e não é comum ouvir o Szeryng tocando no limite da velocidade. Então eu gosto pelo meus motivos, mas você ia adorar pelos seus. ---------------------------------------- Então, Ivan, não me entenda mal. Eu estou pegando no teu pé, sim, estou te provocando, sim, mas a intenção é boa. O que eu discuto é: Qual o critério pra avaliar gravações? A quantidade de "Photoshop" que elas têm? Daí, fique à vontade, mas saiba que está apreciando algo que na maioria das vezes não existe. Você sempre poderá dizer que "gosto não se discute", mas se discute, sim, desde que existam critérios para tanto. Quer um critério? Tio Menuhin me ajuda: Ele diz naquele DVD "The Art of Violin" que a gigantesca maioria dos violinistas hoje possuem um vibrato. Como a gente brinca, as nuances hoje são duas: "Ligado" e "desligado". Ele fala isto para enfatizar a gama impressionante de nuances do Enescu, mas faz a gente pensar. O vibrato é um movimento que muito facilmente - mesmo entre grandes violinistas - vira algo mecanicamente meio sem controle. E é um recurso tão importante que um violinista do porte do Salvatore Accardo, por ter um vibrato estranho, tem um som considerado sem graça por muita gente, apesar de timbristicamente ser lindo. Veja os professores da Verhey: Hermann Krebbers e Wolfgang Schneiderhan, dois maravilhosos violinistas, spallas de grandes orquestras. E estudou um ano com David Oistrakh, que foi um monstro. Os três tinham muito mais nuances de vibrato do que ela. Agora, isto é um mal da atualidade: Perlman, Zuckerman, Mintz, violinistas fenomenais, têm poucas nuances de vibrato. Já Gidon Kremer tem mais do que Oistrakh, seu maravilhoso professor. Que diferença faz? Eu não bebo álcool então a comparação fica forçada, mas meu professor compara a apreciação do som com a apreciação de vinhos. Há quem prefira vinhos com menos toques disto e daquilo, mas estes não são os enólogos. Quem procura conhecer *realmente* vinhos tem que apurar o paladar a ponto de reconhecer uma gama enorme de notas de aroma e olfato, diferenciados e sutis. Então, reconhecer as nuances absurdas de timbre e vibrato de um Heifetz (que tem gravações que dá a impressão de que, em 3 compassos, ele muda de violino 5 vezes), Oistrakh, Milstein ou Kremer faz com que apreendamos melhor a profundidade com que eles visualizam uma música. Educa o nosso ouvido, como enólogos educam olfato e paladar. Eu sei que escrevi e sempre escrevo demais, mas é que minhas posições não são baseadas em "acho" isto ou aquilo. Eu pensei muito pra chegar nelas, abandonei coisas pelo caminho e incorporei outras. Assim, entenda minhas brincadeiras como provocações, sim, mas tenha a certeza de que está deixando de aproveitar boa parte do melhor da música por conceitos ilusórios. Abraço.[/quote]
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IvanRicardo
Enviada: Sáb Mai 23, 2009 7:24 pm
Assunto:
Ricardovsky escreveu:
Agora, uma coisa eu tenho certeza: deve ser mais "fácil" compor algo doidão do que tocar algo doidão.
Sei lá... Às vezes eu penso que é exatamente o contrário. Quando alguém toca doidão alguém pode dizer "sensacional, que grande criatividade, uma visão inteiramente diferente da obra", entre outras atrocidades. Já compor piradão pode fazer algum sentido nas bizarrices musicais que se tem ouvido por aí. Para os grandes mestres do passado a coisa era muito mais cerebral.
Ricardovsky
Enviada: Sáb Mai 23, 2009 12:33 am
Assunto:
Na verdade, não, Laura, pois não se pode generalizar. Essa história de que todo gênio é louco é coisa do Romantismo. Há gente muito doida que não possui nenhum dom artístico assim como há gente totalmente certinha que pode fazer obras maravilhosas. Cada um é de um jeito. Há lugar no mundo para gênios como Bach cuja biografia não deixa evidente nenhuma excentricidade e Beethoven, que dispensa apresentações. Agora, uma coisa eu tenho certeza: deve ser mais "fácil" compor algo doidão do que tocar algo doidão.
Laura
Enviada: Qui Mai 21, 2009 11:28 am
Assunto:
Taí, mano Ricky. Creio que vc matou a charada.
Vc quis dizer que, pra ser intérprete, principalmente de música clássica, precisa ter domínio "físico", digamos assim? E que pra compor, pode delirar? Isso?
Ricardovsky
Enviada: Qui Mai 21, 2009 9:38 am
Assunto:
Uma comparação mais lógica seria comparar Hendrix aos compositores, ou seja, aos criadores das obras e não aos intérpretes das mesmas. Mesmo que os intérpretes encham a cara, eles precisam, como falaram Paulo Egídio e Bruno, de controle, precisão e sobriedade para interpretarem obras de grandes gênios da história da música. O Paulo falou que o Szeryng bebia, mas não ficava bêbado, isso significa que, ele, então, podia beber e tocar. Dúvido alguém conseguir tocar as partitas de Bach doidão. A música por si só já é uma doidera só (no melhor dos bons sentidos, adoro as partitas), se misturar com bebida o intérprete morre de overdose.
Agora, entre os compositores..., há cada um que deixa o Hendrix no chinelo em termos de loucura, sem nem precisar de uma drogazinha: Beethoven, Mussorgsky (esse, na verdade, tomava todas e mais um pouco), Tchaikovsky, Schumann (curioso é que sua música não reflete sua excentricidade) e outros que não me recordo.
Se o Hendrix quebrava sua guitarra depois de suas apresentações, imaginem o que ele não faria se de sua guitarra saísse de improvisso algo como as Variações Diabelli de Beethoven.
Spartaco
Enviada: Qua Mai 20, 2009 8:56 am
Assunto:
Bom dia prestonautas,
Voltando ao assunto Brahms, gostaria de colocar alguns dados biográficos deste extraordinário compositor:
Johannes Brahms
nasceu em 7 de maio de 1833, em Hamburgo na Alemanha, e faleceu em 3 de abril de 1897, em Viena na Áustria.
Filho de um contrabaixista da orquestra do teatro de Hamburgo, foi bem cedo levado ao estudo da música. Tornando-se rapidamente um exímio pianista, fez uma importante
tournée
com o violinista Eduard Remény, que lhe deu a oportunidade de conhecer Joseph Joachim, também violinista, e posteriormente Liszt (em Weimar) e Schumann (em Düsseldorf). Este último escreveu um famoso artigo, para um jornal musical, em que assinalou seu grande talento.
Sua amizade (talvez paixão) pela viúva de Robert Schumann, Clara, continuou até a morte desta em 1896.
No ano de 1862 fixou sua residência em Viena, onde viveu até o fim de sua vida, tendo nesta cidade intensificado a sua produção musical. Em 1876 ele finalmente completou sua Primeira Sinfonia, em que estava trabalhando por vários anos; ela foi descrita pelo regente e pianista Hans von Bülow como a
Décima Sinfonia de Beethoven
e ainda é assim chamada por muitos hoje em dia.
No tocante à sua obra, Brahms compôs 4 sinfonias, 2 serenatas e 2 aberturas para orquestra; 4 concertos (2 para piano, um para violino e um duplo para violino e violoncelo); música sacra, coral, liederística e pianística.
Parte essencial de sua produção é o seu catálogo de música de câmara, que compreende 3 quartetos de cordas, 3 quartetos para piano e cordas, 4 quintetos (2 para cordas, 1 para clarinete e cordas, 1 para piano e cordas), 2 Sextetos para cordas, 2 sonata para clarinete e piano, 3 para violino e piano, 2 para violoncelo e piano, 3 trios com piano e outros 2 para formações diversas, além de outras peças para 2 pianos e para piano a 4 mãos.
Espero, com esse pequeno resumo, demonstrar o imenso valor de um dos maiores compositores de todos os tempos.
Um abraço a todos.
Amancio
Enviada: Qua Mai 20, 2009 8:50 am
Assunto:
Pádua Fernandes escreveu:
Já que a tônica deste tópico é repetir sem variar, fugindo, em termos formais, à música de Brahms...
Mas poderia ser uma passacaglia, como o finale das Variações Haydn: o baixo-tema se repete, sempre com uma firula diferente a mais.
Pádua Fernandes
Enviada: Qua Mai 20, 2009 12:44 am
Assunto:
Já que a tônica deste tópico é repetir sem variar, fugindo, em termos formais, à música de Brahms...
Pádua Fernandes escreveu:
Sim, o Hendrix praticou uma arte de vanguarda de que há poucos paralelos na música clássica.
Bruno Gripp
Enviada: Ter Mai 19, 2009 10:22 pm
Assunto:
A diferença é que o Szeryng e o Björling eram bons apesar de encher a cara post hoc sed non propter hoc, o Hendrix fez aquilo
porque
ele estava drogado.
IvanRicardo
Enviada: Ter Mai 19, 2009 9:04 pm
Assunto:
Caramba, eu estava completamente por fora mesmo. Jamais eu poderia imaginar que esse povo era assim tão chegado a encher a cara. O mundo se acaba e eu nem fico sabendo. Já pensou?
Paulo Egídio
Enviada: Ter Mai 19, 2009 7:18 pm
Assunto:
Laura escreveu:
Alexandre escreveu:
Amancio escreveu:
IvanRicardo escreveu:
Esses caras do rock geralmente só tocam movidos a álcool ou outros alucinógenos.
E o Szeryng? (risos)
O Szeryng tomava umas e outras?
Não, Alexandre, vc não entendeu...
O Stern é que tomava umas e outras, por causa de uma certa Mlle Guarnieri, que o deixou pra trás não entendi bem quando por causa de um concerto duplo... Dizque tinha até um triângulo com um certo Robert, vê se pode.
O meu compadre e a Laura estão impossíveis...
Alexandre e Ivan,
o Szeryng entrava mamado no palco, ao menos nos últimos anos de vida. Testemunhas afirmam que ele bebia quanto queria e não ficava bêbado, e pode ser verdade, porque a primeira palavra que me vem à cabeça quando penso nas interpretações dele é sobriedade (paradoxo dos paradoxos). Tenho um CD no qual o promotor de um concerto dele na Itália em 1977 fala a respeito disto. Aliás, o CD é o registro do concerto, com o pianista Eugene Bagnoli: Sonata 1 de Beethoven, sonata 1 de Brahms e... Partita 2 de Bach.
Pra não fugir do tópico e tomar uma bronca: o Brahms é divino.
Pádua Fernandes
Enviada: Ter Mai 19, 2009 5:19 pm
Assunto:
Nossa? E o Björling?... Daqui a pouco, vão dizer que só aos anjos é permitida a música clássica.
Editando: é melhor nem lembrar dos compositores...
Laura
Enviada: Ter Mai 19, 2009 3:19 pm
Assunto:
Alexandre escreveu:
Amancio escreveu:
IvanRicardo escreveu:
Esses caras do rock geralmente só tocam movidos a álcool ou outros alucinógenos.
E o Szeryng? (risos)
O Szeryng tomava umas e outras?
Não, Alexandre, vc não entendeu...
O Stern é que tomava umas e outras, por causa de uma certa Mlle Guarnieri, que o deixou pra trás não entendi bem quando por causa de um concerto duplo... Dizque tinha até um triângulo com um certo Robert, vê se pode.
Alexandre
Enviada: Ter Mai 19, 2009 12:43 pm
Assunto:
Amancio escreveu:
IvanRicardo escreveu:
Esses caras do rock geralmente só tocam movidos a álcool ou outros alucinógenos.
E o Szeryng? (risos)
O Szeryng tomava umas e outras?
Amancio
Enviada: Ter Mai 19, 2009 9:00 am
Assunto:
IvanRicardo escreveu:
Esses caras do rock geralmente só tocam movidos a álcool ou outros alucinógenos.
E o Szeryng? (risos)
IvanRicardo escreveu:
E digo mais uma coisa: aquelas estripulias de Hendrix tinham pouquíssima coisa de arte.
E o Stockhausen?
Ou melhor... e o Cage?
IvanRicardo
Enviada: Ter Mai 19, 2009 12:41 am
Assunto:
Pádua Fernandes escreveu:
Um momento Hendrix de Isaac Stern!
Rapaz, eu vou dizer uma coisa, não me leve a mal não, mas eu não acho muito bacana esse tipo de comparação não. Esses caras do rock geralmente só tocam movidos a álcool ou outros alucinógenos. E digo mais uma coisa: aquelas estripulias de Hendrix tinham pouquíssima coisa de arte. Eu conheço bem o rock'n'roll, sou um fanzaço do Led Zeppelin, mas esses homens da música erudita fazem parte de outra história. Se eu fosse Stern detestaria essa comparação.
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